Notas do Pinheiro

Jornalismo Analítico

terça-feira, maio 01, 2012

Decisão do STF sobre cotas nas universidades divide internautas - Gerais - Estado de Minas

Decisão do STF sobre cotas nas universidades divide internautas - Gerais - Estado de Minas

Duran Duran - chamando Fernanda Takai pro palco

Mar pra peixe


RIO DE JANEIRO (RJ) – NA verdade, o tsunami financeiro denunciado pela presidente da República está salvando as contas externas, como mostram os dados projetados deste primeiro quadrimestre do balanço de pagamentos em 2012.

A CONTA capital-financeira de Março foi de US$ 13,6 bilhões, enquanto a média mensal dos últimos 12 meses ficou em US$ 8 bilhões. Sem essa liquidez internacional, seguramente o Brasil não teria conseguido receber Investimentos Estrangeiros Diretos (IEDs) líquidos de US$ 5,8 bilhões em Março e de US$ 14,9 bilhões no trimestre.

NÃO há dúvida de que a instituição do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre outros tipos de entradas de recursos teve como efeito uma saída líquida de US$ 323 milhões em Março. Outras operações de crédito, essencialmente as de mais de três anos, representaram uma entrada líquida de US$ 2,8 bilhões. Verifica-se, assim, que o governo conseguiu conter a entrada de capitais externos mais especulativos, que estavam contribuindo para aumentar a valorização do real ante o dólar.

O PAÍS tem consciência, ao contrário do seu vizinho do sul, a Argentina, de que os IEDs são indispensáveis, não apenas para cobrir o déficit das transações correntes, como para contribuir para o crescimento das atividades no País.

DE FATO, o déficit das transações correntes foi de US$ 3,3 bilhões em março, com exportações superiores em 8,4% às do mesmo mês de 2011, e importações 6,5% maiores. As compras no exterior têm sido contidas por um dólar mais caro do que alguns meses atrás. Até a conta de serviços acusa uma redução de 46,8%, que se concentra especialmente nas remessas de lucros e dividendos com um real menos valorizado. Os dados parecem mostrar que a política de defesa cambial do governo está correta.

AS REMESSAS de lucros e dividendos somaram US$ 2 bilhões em Março de 2012, ante US$ 3,9 bilhões em Março de 2011. É curioso que os investimentos brasileiros no exterior, de US$ 202 bilhões no final do ano passado, auferiram uma receita de apenas US$ 41 milhões.

A AUTORIDADE monetária do País, o Banco Central do Brasil (BC) está prevendo um déficit das transações correntes de US$ 68 bilhões, com entrada de IEDs somando US$ 50 bilhões. Previsão talvez pessimista, quanto ao déficit das transações correntes, pois as exportações de commodities continuam com um preço elevado, enquanto as importações vão sendo contidas pela desvalorização do real.

E NO quadro internacional, o Brasil continua tendo a preferência dos investidores estrangeiros, o que poderá limitar a desvalorização do real.