Notas do Pinheiro

Jornalismo Analítico

terça-feira, maio 05, 2009

Óleo negro salvador!

AO FIM do primeiro quadrimeste, encerrado na última Quinta-feira, 30, nossa balança comercial apresentou saldo positivo de US$ 5,7 bilhões, superior em 35,7% ao mesmo período de 2008.

O RESULTADO pode surpreender, mas na realidade foi obtido por uma queda das importações, de 22,3%, maior do que a das exportações, que caíram 17,3%. O Brasil enfrenta uma queda da demanda externa bastante sensível, especialmente no caso dos produtos industrializados. Mas, com a recessão, reduziu ainda mais suas importações.

PORÉM, é interessante que, nas duas vias, foi o petróleo que teve a maior participação: reduzimos nossas importações e, em compensação, aumentamos nossas vendas de petróleo e derivados para o exterior.

A PARTIR da queda do preço internacional das commodities, podia-se imaginar que a balança comercial seria afetada. Na realidade o aumento do volume exportado compensou a queda de preços. Os dados sobre volume são do primeiro trimestre apenas, mas são bastante elucidativos, de qualquer forma.

DESTACA-SE que o volume dos itens básicos cresceu 10,6%, o de semimanufaturados apresentou queda de 15% e o de manufaturados, de 28,7%.

CONTUDO, além da queda de 9% do preço dos produtos básicos, observa-se que o volume exportado compensou essa perda. No entanto houve uma forte queda da exportação de minério de ferro, produto que no ano passado foi o carro-chefe das vendas externas de itens básicos.

COM O aumento do volume das exportações de produtos básicos se deve, principalmente, ao petróleo, cujas vendas aumentaram 101% - embora a preços muito inferiores aos do ano passado -, e aos produtos agrícolas e de pecuária, cujo volume cresceu 23% no primeiro trimestre.

E COM o aumento da produção de petróleo, pode-se imaginar que suas exportações continuarão crescentes. Mas no caso da agropecuária a situação é diferente. Já se notou uma grande queda das vendas de carne e a gripe suína deverá acentuar essa tendência, embora não haja risco nenhum, para a população, no consumo dessa carne.

REALMENTE, os produtores agropecuários acreditam que o mercado chinês será o fator preponderante, embora se possa prever uma redução do milho destinado à alimentação dos porcos.

E A REAÇÃO que se está verificando na produção na China deve favorecer um aumento da demanda de minério de ferro, porém a um preço muito inferior ao de 2008.