Notas do Pinheiro

Jornalismo Analítico

sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Histórias de uma impetuosa vida fácil

AS vidas da atriz carioca Deborah Secco (TV GLOBO) e da ex-prostituta paulistana Raquel Pacheco se encontram em “Bruna Surfistinha”, filme de Marcus Baldini (GLOBOFILMES/TELECINE-GLOBOSAT) que estreia nesta Sexta-feira, 25, no circuita nacional de cinemas. As duas jovens nunca foram as garotas mais populares do colégio, e, em determinado ponto de suas vidas, tiveram suas imagens relacionadas ao sexo.

DE FATO, o que une Pacheco, a ex-garota de programa que ficou famosa em 2005 ao relatar suas experiência em um blog na internet, e a atriz de tantas telenovelas na TV GLOBO, é o passado escolar de "patinho feio". "Enquanto trabalhava no personagem, muitas coisas eram familiares. Mas agora, com o filme pronto, sempre me lembro da frase que marca a história da Raquel Pacheco. Nunca fui uma garota popular no colégio", afirma Secco, após a exibição do filme para jornalistas e críticos na última Quarta-feira, 23, em Belo Horizonte .

ESSE filme “Bruna Surfistinha” conta a história de Raquel, filha adotiva de uma família de classe média paulistana que saiu de casa para virar prostituta. A produção narra a trajetória da protagonista dos 17 anos até alcançar a fama. "O filme não tem uma mensagem, mas pode levar as pessoas a não pré julgarem os outros. O que é errado para mim, pode ser o melhor que outra pessoa pode fazer", comenta Secco.

E FOI livre de preconceitos que a atriz encarou a história de sua personagem. As cenas de sexo não a assustaram. "Não tive dificuldade porque cada cena mostra uma parte da história", explica. "Cada cena tem sua pertinência narrativa e vai até o ponto que interessa. Não teve segredo", completa Baldini.

A PRESENÇA de Pacheco na processo de produção se resume a complementos no roteiro e conversas com Secco, neste caso, depois de todo o processo de construção da personagem. "Não queríamos uma caricatura. O trabalho para a personagem veio com o roteiro e com a vivência de elenco", afirma a protagonista. A aprovação, na época de pré-produção, porém, veio pessoalmente. "Tanto ela (Raquel Pacheco) quanto o marido dela viram as semelhanças em trejeitos e frases", comenta Secco.

ESSE filme não é exatamente a cópia fiel da autobiografia “O Doce Veneno do Escorpião”, um best-seller no mercado editorial brasileiro. No filme, por exemplo, Pacheco tem um irmão responsável pela maioria dos conflitos de família, quando na vida real, filha adotiva de uma família de classe média, ela tem duas irmãs de criação. "Todo filme que adapta uma obra vai ter a visão do diretor, que potencializa alguns fatos e escolhe o olhar para a história. Nunca quisemos fazer uma biografia. É um filme de ficção baseado em uma história real", justifica Baldini.

PARA o deleite de fãs da ex-prostituta e agora escritora, Pacheco aparece em uma cena de poucos minutos do filme, como gerente de um restaurante. Assim como o blog e o livro, que aguçaram a curiosidade do público, o filme também promete levar muita gente às salas de Cinema. Apesar de ter lutado contra a "exploração comercial" da história, como assinalou Baldini, é impossível evitar que Secco, interpretando Bruna Surfistinha, seja o próprio retrato da sensualidade, a ponto de ofuscar a tentativa de um aprofundamento dramático da personagem.

BRUNA Surfistinha estreia em circuito nacional nesta Sexta-feira, 25, com 350 cópias. Completam o elenco da megaprodução os atores Drica Moraes, Cássio Gabus Mendes, Fabíula Nascimento, Cristina Lago e Guta Ruiz, todos do atula elenco da TV GLOBO.

Conferiram trechos da produção em: