Notas do Pinheiro

Jornalismo Analítico

sábado, maio 15, 2010

Para corrigir o lullês

O ECONOMISTA e pesquisador Marcelo Neri da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro (FGV-Rio) contesta a afirmação da propaganda pré-eleitoral do Partido dos Trabalhadores (PT), exibida em rede nacional de Televisão na noite da última Quinta-feira, 13, de que a ascensão social foi "insignificante" no governo do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP). A propaganda do petismo na TV afirmou ainda que, na gestão do vosso presidente da República, Luiz Inácio da Silva (PT-SP), 31 milhões de brasileiros entraram na classe média e 24 milhões saíram da pobreza absoluta.

"DE 1993 a 2002, 9,1% da população ascendeu socialmente, De 2003 a 2008, o índice foi de 14,6%", disse à nossa reportagem Marcelo Neri, que hoje é chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV e coordenador do estudo “A Pequena Grande Década: Crise, Cenários e a Nova Classe Média”, que retrata as recentes transformações sociais.

"É FATO que houve mais ascensão social no governo Luiz Inácio da Silva (2003-10), mas eu não chamaria de insignificante o que aconteceu na gestão Fernando Henrique Cardoso (1995-2002)", afirmou o economista. "Se Lula é o pai da nova classe média, FHC é o avô”.

E APESAR de o governo Fernando Henrique Cardoso ter começado em Primeiro de Janeiro de 1995, Neri prefere incluir o período imediatamente anterior na comparação entre as duas "Eras" porque Fernando Henrique Cardoso era o ministro de Estado da Fazenda quando o Plano Real foi lançado, em 1994. Além disso, há um "vácuo" estatístico referente àquele ano, quando já no governo do então presidente da República, Itamar Franco (1992-94), por falta de recursos - evadidos no governo Fernando Collor de Mello (1990-92) , o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não realizou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).