Notas do Pinheiro

Jornalismo Analítico

terça-feira, fevereiro 21, 2012

Ascensão e otimismo

RIO DE JANEIRO (RJ) – COM os pré-candidatos do Partido Republicano patinando nas eleições primárias, e pesados ataques mútuos que os desgastam, a economia norte-americana já dá sinais de recuperação, lenta mas contínua, e bafeja a Casa Branca reforçando a posição do candidato à reeleição, o presidente da República dos Estados Unidos da América (EUA), Barack Houssein Obama. Na semana encerrada no último dia 11, pela primeira vez desde março de 2008, caiu o número de pessoas que deram entrada em pedidos de seguro-desemprego. Isto confirma a abertura de novos postos de trabalho.

DE FATO até o problemático mercado imobiliário norte-americano começou a dar sinais de recuperação: a construção de novas moradias subiu 1,5% em Janeiro, depois de cair 1,9% em Dezembro. As permissões para novas construções, indicador da tendência desse mercado, aumentaram 0,7%, contra queda de 1,3% em Dezembro, segundo o Departamento de Comércio.

OUTRA boa notícia para o governo Obama foi a aprovação pelo Congresso Nacional norte-americano, na última Sexta-feira, 17, de um projeto do Executivo que estende até dezembro a redução da carga tributária sobre a folha salarial das empresas, o que atinge 160 milhões de trabalhadores, e prorroga por idêntico prazo os benefícios para desempregados. É uma grande vitória para o presidente Obama, que enfrentava pesada resistência dos republicanos à iniciativa.

COMO resultado desses e de outros indicadores recentes, principalmente na área da criação de empregos, 34% dos norte-americanos ouvidos numa pesquisa encomendada pelo jornal The New York Times e a rede de TV CBS News opinaram que a economia dos EUA está melhorando, contra 22% que disseram o contrário, numa reversão dos números de 2011. Em Setembro, por exemplo, os pessimistas batiam os otimistas numa proporção de mais de três para um. A aprovação do trabalho do presidente Obama, em alta desde Dezembro, alcançou 50%, a mais elevada desde Maio de 2010, segundo a mesma pesquisa.

E OUTRA pesquisa de opinião, esta encomendada pelo Jornal Washington Post e pela rede de TV ABC News, mostrou que Obama fez progressos entre os eleitores independentes, considerados decisivos na eleição presidencial de Novembro próximo. Entre eles, 47% aprovam o desempenho de Obama, contra 50% que acham o contrário. Há apenas um mês, a diferença era de 10 pontos percentuais contra o atual ocupante da Casa Branca.

A MESMA pesquisa de opinião indicou que 55% dos que seguem de perto a campanha eleitoral desaprovam o bate-boca entre os pré-candidatos do Partido Republicano. Numa proporção de dois para um, os norte-americanos consultados disseram que, quanto mais conhecem o principal pré-candidato republicano, Mitt Romney, menos gostam dele.

MAS nada está decidido. Entre os republicanos, Romney vem sendo agora desafiado por Rick Santorum, enquanto Newt Gingrich perde terreno na disputa, depois de baixar bastante o nível nos ataques aos concorrentes. A economia nos EUA começou a se mover, mas ainda apresenta enormes fragilidades. O momento é favorável a Barack Obama, mas ele tem que torcer — e trabalhar — para que a economia norte-americana continue dando boas notícias.