Notas do Pinheiro

Jornalismo Analítico

quarta-feira, janeiro 14, 2009

O diabo louro

É inegável que 2008 foi o ano de Patrícia Pillar na teledramaturgia brasileira. A atriz brasiliense emprestou todo o seu talento, elegância, charme e beleza ao personagem Flora Pereira da Silva (uma das protagonistas) de “A Favorita” (escrita por João Emanuel Carneiro, produzida e exibida TV Globo, no horário nobre da 21H).

Nunca existiu na TV brasileira uma vilã do quilate de Flora: fria, calculista, assassina, politicamente incorreta, loura, linda, elegante e charmosa. E além de tudo cômica.

Os olhos azuis de Patrícia Pillar iluminaram a ribalta para Flora brilhar como uma grande vilã na enorme galeria da teledramaturgia nacional.

Patrícia Pillar após quase duas décadas de carreira conseguiu o ápice com um personagem primoroso e autêntico.

Sua Flora, muitas vezes, diz em cena o que muitos de seus telespectadores gostariam de dizer mas não o fazem por temor do politicamente correto. Foram diálogos deliciosos. Uma verdadeira tele-terapia em grupo via satélite em rede nacional.

Destaques da trama: a cena em que o lado “b” de Flora foi revelado com o assassinato a queima roupa do médico homossexual e chantagista Dr. Salvatore, interpretado brilhantemente por Valmor Chagas.

E a cena em que Flora linda, lambuzada de sangue bovino, acompanha as últimas palavras do ex-sogro, Dr. Gonçalo (na pele de Mauro Mendonça), agonizando ao seu lago e ela negando-lhe socorro.

Bravo Pillar! Sua Flora deixará saudades. Afinal com o seu desaparecimento o horário das 21h na TV ficará menos interessante, menos inteligente, menos atraente, menos divertido e mais enfadonho.

Grande Flora, estupenda Patrícia Pillar!