Envelhecimento e dependência

No final do ano que se passou, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou o livro “Envelhecimento e dependência: desafios para a organização da proteção social”, verdadeira análise comparativa da proteção para idosos dependentes em sete países, identificando as diferentes abordagens do tema da dependência, assim como as características principais das políticas públicas voltadas para esse público.




Trata-se de um estudo a ser olhado com a máxima atenção pelos gestores dos municípios, dos estados e também pelos responsáveis pelos programas do Governo federal dirigidos aos idosos do País. Afinal, conforme as expectativas, em 2040 o Brasil terá nada menos de 55 milhões de pessoas com mais de 60 anos. A publicação aponta que a população brasileira está envelhecendo rapidamente e apresenta um balanço das iniciativas do Estado brasileiro em relação aos idosos e da proteção atualmente ofertada pelo sistema de Seguridade Social. Por fim, discute os desafios que se apresentam à organização da proteção para as pessoas idosas dependentes.
De fato, as novas políticas de proteção social e os investimentos públicos serão temas cada vez mais presentes no Brasil, pois os idosos serão 27% da população daqui a três décadas. Um eleitorado, aliás, decisivo em qualquer eleição.




O que ocorre é que o fenômeno do crescimento da expectativa de vida, acompanhado pelo envelhecimento da população, é uma tendência mundial que vem marcando a dinâmica demográfica das sociedades atuais.



Neste contexto, a preocupação com o tema da dependência funcional em pessoas idosas - entendida como a perda de autonomia do indivíduo para desempenhar sozinho as atividades da vida diária - se faz cada vez mais presente. Cabe ao Estado garantir, portanto, as condições necessárias à manutenção da qualidade de vida, da cidadania e da manutenção dos avanços na proteção social desta população.