Notas do Pinheiro

Jornalismo Analítico

quarta-feira, março 04, 2009

Comandante de barco a deriva

Ah, esse pressentimento de que o barco está à deriva!



Leio as manchetes e quando vejo o presidente da República dos Estados Unidos da América (EUA) dizer que vai cortar metade do deficit público da primeira economia do planeta até 2012 eu penso "como isso dói". Não porque eu acredito que Barack Obama realmente conseguiria isso (mas não com tanto socorro aos bancos e nacionalizações, trilhões desperdiçados para controlar o orçamento). Não. Dói porque esse é sinal de que o País escolheu o caminho mais rápido para a ruína e o Armagedom financeiro. Quando o Presidente da República Norte-americana tenta fazer a nação acreditar que pode evitar o colapso sistêmico cortando alguns programas aqui e ali e tributar os ricos, então fica claro que estamos em apuros.



Metrópoles e subúrbios em todo o País estão à beira da falência. Empregos estão desaparecendo, milhões estão sendo despedidos, despejados de suas casas e, talvez, sentindo fome pela primeira vez em suas vidas e Barack Obama prometeu que vai cortar o déficit do País pela metade. Os estados não podem negociar seus títulos, não podem manter seus programas e agências inteiras estão sendo fechadas. Serviços vitais para os cidadãos estão secando porque ninguém mais tem dinheiro para pagar os impostos que financiam esses programas do governo, e o Presidente vai cortar o déficit pela metade. Isso foi o que ele disse, e você sabe que é uma mentira, que nunca vai acontecer. Isso é apenas propaganda para manter as massas felizes enquanto ele enterra bilhões nos cofres do Citigroup e do Bank of America, instituições que nunca serão salvas. Elas estão num buraco de dezenas de trilhões de dólares. Ninguém realmente sabe o quanto eles estão quebrados, mas Barack Obama decidiu que eles são "grandes demais para falir".




O Governo norte-amaricano, na verdade, está agora falando em comprar 40% de ações desses bancos. E você pode ter certeza que isso não vai parar por aí. Este é apenas o início, um teste para que o contribuinte americano se acostume à idéia de que o dinheiro dele está sendo usado para limpar uma sujeira que ele nunca fez. Todas as apostas erradas dos Banksters, os famigerados "derivativos tóxicos", as hipotecas subprime, serão comprados pelo governo em quantidades progressivamente maiores de 50, 70 e finalmente 100% da propriedade desses bens inúteis, de modo que, quando o 1 % da população que controla 30% da sua riqueza tenha secado completamente o Tesouro Nacional dos EUA, Barack Obama não terá mais o que fazer. Ele terá terminado seu trabalho e pode retornar a Chicago, Harvard ou Havaí. Os Estados Unidos como potência econômica, e talvez até mesmo como nação, deixará de existir, mas a classe dirigente e seu dinheiro sobreviverão. Isso é que é o mais importante.