Notas do Pinheiro

Jornalismo Analítico

sábado, junho 12, 2010

O bom “Plano B” da deslumbrante J.Lo

SÃO PAULO (SP) - JENNIFER Lopez (J.Lo, para os fãs), atriz (dos contornos insuperáveis!), cantora de R&B, produtora, empresária e multimilionária, a polivalente, estrela a cinecomédia romântica "Plano B", que une o seu talento para a comédia com sua vivência de ser mãe.

COM ROTEIRO assinado por Kate Angelo (que até então só escreveu roteiros melosos para a TV), a atriz interpreta a personagem Zoe, uma mulher alegre, sem problemas, mas que não consegue encontrar o cara certo. Com vontade de formar uma família, decide ter um filho por inseminação artificial, pois acredita que está sem tempo para todos os jogos amorosos necessários para a tão sonhada maternidade.

NO exato dia em que faz o procedimento, ela conhece Stan (Alex O'Loughlin, de "Terror na Antártida"), por quem se apaixona depois de muita insistência do rapaz. Mas Zoe está grávida e Stan deverá decidir se fica com ela, diante da repentina descoberta de que poderá ser pai adotivo de um estranho. Será que o amor falará mais alto do que as responsabilidades alheias? Este é o enigma que o espectador levará até o desfecho desta história, que envolve os personagens em divertidas situações.

KATE Angelo e o diretor Alan Poul (que dirigiu capítulos das premiadas séries de TV, "Roma" e "Big Love"), injetaram piadas a cada cena, para amenizar o drama.

ADOTANDO o tom cômico tão presente na trama, as questões realmente dramáticas perdem seu efeito. Jennifer Lopez mostra sua verve humorística nas mais inusitadas situações, reinando sozinha na trama criada por Kate.

ATÉ pode ser que "Plano B" seja um filme produzido a toque de caixa para render bilheteria à sombra de sua protagonista linda e famosa. Mas J.Lo agrada aos fãs do gênero, não só pelo carisma, mas também pelo anúncio do que ainda está por vir.

A baila dos trogloditas e intolerantes

SÃO PAULO (SP) - APOIADOS por alunos vinculados a micropartidos extremistas e radicais, servidores da Universidade de São Paulo (USP) voltaram a ocupar esta semana as dependências da Reitoria, na Cidade Universitária, sob a justificativa de exigir reajustes salariais com base nos mesmos porcentuais concedidos aos professores e evitar o desconto dos 36 dias em que estão em greve. Os docentes tiveram um aumento de 6% em Maio, outro de 6,57% em Junho. Os servidores foram reajustados em 6,57% e defendem o direito à isonomia salarial.

APÓS agirem com extrema violência, quebrando portões de aço, portas de madeira, janelas e até derrubando paredes da Reitoria com golpes de marreta, eles classificaram como "ato de violência" a decisão do reitor, o Professor Doutor João Grandino Rodas, que está no cargo há apenas quatro meses, de cortar o ponto dos grevistas e de não depositar os vencimentos de mil servidores que estão parados desde o dia 05 de Maio. "Greve com pagamento de salário é férias", afirmou o Professor Rodas à nossa reportagem, repetindo o que já foi dito várias vezes pelo ex-líder sindical Luiz Inácio da Silva (PT-SP). Essa foi a terceira invasão na gestão de Rodas à frente do reitorado na USP. As outras duas foram no recém-reformado Centro de Vivência (CV) dos alunos, que estava ocupado no dia de sua posse, e na Coordenadoria de Assistência Social (CAS), no início de Maio último.

AQUELA greve dos servidores e a ocupação da Reitoria, entre os meses de Maio e Junho, já se tornaram uma triste rotina na maior e melhor Instituição Pública de Ensino Superior do Brasil. Os líderes sindicais são sempre os mesmos. Os protestos ocorrem com regularidade gregoriana e, invariavelmente, envolvem o recurso a invasões e à violência.

O ROTEIRO do protesto, também, é sempre igual. A estratégia é depredar instalações da Reitoria, agredir moralmente o Reitor, fazer piquetes para impedi-lo de entrar em seu Gabinete e esperar o cumprimento da reintegração de posse pela Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), com autorização judicial, para então denunciar a "violência" dos dirigentes universitários e acusar o governo estadual de recorrer à força para acabar com a "autonomia" da USP. "Cortaram os salários e deixaram pessoas morrendo de fome. Nossa medida de força é uma resposta ao corte de salários pelos dias parados", diz o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (Sintusp), Magno de Carvalho, defendendo um tipo de greve em que os grevistas podem tudo, menos correr riscos de qualquer sanção. "Se o reitor chamar a PM, terá de assumir as responsabilidades", afirma Carvalho, que é conhecido por suas bravatas e por seu comportamento autoritário. Os ativistas de que se serve são membros de minorias intolerantes, de escassa representatividade, que não respeitam as mais elementares regras de convívio social, desafiam acintosamente a ordem jurídica e procuram intimidar quem não cede às suas pressões e não repete o mantra do "participacionismo".

A DEPREDAÇÃO da Reitoria este ano teve, porém, uma novidade: a utilização de máscaras pelos vândalos. Eles as utilizaram para não ser identificados, evitando com isso o risco de serem processados judicialmente por dano ao patrimônio público. Esse é um cuidado que tomam os meliantes que conhecem a legislação civil e penal.

EM suas entrevistas e artigos, o Reitor da USP tem dito que a instituição pertence à comunidade, que a sustenta por meio de impostos, e que não pode ser apropriada pelos servidores, conforme suas conveniências políticas, ideológicas e corporativas. Tem afirmado, também, que os recursos orçamentários disponíveis devem ser aplicados em projetos pedagógicos e em pesquisas, e não na ampliação das despesas de custeio - especialmente com a folha de pagamento de funcionários.
UM FATO é a greve, enquanto mecanismo de reivindicação de salários. Outro, muito diferente, é o recurso à violência e o acintoso desprezo à legalidade como instrumento de mobilização e protesto. Além de ser incompatível com a democracia, a truculência dos líderes do Sintusp é a negação do espírito universitário.