Notas do Pinheiro

Jornalismo Analítico

sábado, setembro 12, 2009

Recanto de idéias

RIO DE JANEIRO - UM GRANDE desafio iniciou-se na última Quinta-feira, 10 quando os pavilhões do Centro de Exposições do Rio de Janeiro (Riocentro), na Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro (RJ), foram abertos para receber cerca de 600 mil pessoas até o próximo dia 20 de Setembro. Nesse período, acontece a 14ª Bienal Internacional do Livro, o maior evento literário do Brasil, que contará com um total de 67 sessões de debates e 84 apresentações voltadas para o público infanto-juvenil. Uma programação cuidadosamente preparada Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) para preservar uma fórmula ameaçada de extinção - com a profusão de festivais literários pelo País, a maioria em formatos reduzidos e buscando a intimidade entre leitores e escritores, a Bienal, antes dominante na divulgação da literatura, perdeu suas características e quase se transformou em uma imensa livraria, desprovida do necessário calor humano exigido pelos leitores. "Nosso objetivo é renovar os antigos formatos, dar qualidade aos debates e, principalmente, segmentar as atrações conforme os diferentes públicos que vão freqüentar a Bienal", me explica o colega jornalista Roberto Feith, presidente da editora Objetiva e vice-presidente do SNEL, entidade que organiza a Bienal ao lado da Fagga Eventos. "A Bienal quer consolidar sua tradição de formadora de leitores", completa a editora Sonia Machado Jardim, que preside a SNEL.

E É ASSIM, de olho tanto no público mais exigente, habituado a eventos como a Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), como aquele cuja presença cresce no mercado editorial, notadamente das classes sociais C e D, por conta da evolução econômica, os organizadores preparam atividades variadas. Para o leitor mais acostumado com o mundo literário, o “Café Literário” - espaço destinado a encontros de estilos e gerações – apresenta nesses dias desde autores de uma literatura mais popular (como Bernard Cornwell) até a mais refinada (David Grossman). A intenção foi promover debates entre brasileiros e estrangeiros, o que ocorreu quando o jornalista Daniel Piza, editor executivo do Jornal O Estado de S. Paulo, encontrou-se com o escritor norte-americano David Grann, ainda a pouco.

OUTRA novidade é o espaço “Mulher e Ponto”. Inspirado no “Café Literário”, este está sendo o ponto de encontro de discussões especificamente femininas - "troca de experiências", no entender da curadora desta Bienal, jornalista Sonia Biondo. Já crianças e adolescentes, sempre afeitos a novidades tecnológicas, estão sendo brindados com o espaço “Floresta de Livros”, no qual as árvores "falam", as copas formam palavras e telas de LCD reproduzem o “Livro Mágico”, cujas páginas podem ser folheadas.

E ESSAS e tantas outras novidades resultaram em um orçamento de R$ 24 milhões (R$ 4 milhões a mais que 2007), dos quais R$ 1,7 milhão investido só na programação cultural do evento.