Da insustentável expansão do crédito fácil
OUTUBRO, de modo geral, é marcado pelo início da expansão de crédito. Mas em Outubro de 2010, graças à elevação dos salários, o crédito cresceu mais do que nos anos anteriores.
ANO passado, no mês de Outubro, o crédito aumentou 1,4%. Este ano o aumento foi de 1,9%, em relação ao mesmo mês de 2009, e de 20,3%, em 12 meses. O crédito já representa 47,2% do Produto Interno Bruto (PIB), devendo terminar o ano na marca dos 50%, o que colocaria o Brasil no nível dos países avançados, embora aqui a distribuição da renda seja bem diferente. Essa criação de liquidez tem algo de artificial, o que sugere um possível aumento da inadimplência dentro de alguns meses.
TODOS os dados divulgados pelo Banco Central do Brasil (BC) relativos ao crédito são, de fato, preocupantes. O endividamento do brasileiro representa 23,8% de sua renda, e é maior que o dos norte-americanos (17%). Os financiamentos para aquisição de veículos automotores aumentaram 36,2% em dez meses - e 2,7% apenas no mês de Outubro.
NO setor do crédito imobiliário houve um crescimento de 42,4% nos dez primeiros meses do ano, devendo-se considerar que parte desses financiamentos foi feita por investidores que se querem aproveitar logo do aumento do preço dos aluguéis, que pode sofrer significativa redução com o aumento da oferta de imóveis. Além disso, parte importante da aquisição de imóveis foi realizada por famílias que estão contando com um aumento da renda no mesmo ritmo verificado neste ano.
UMA análise do volume dos empréstimos em 12 meses demonstra que 26,6% correspondem a pessoas físicas que dependem de salários e somente 15,5% de pessoas jurídicas que dependem de benefícios. Há, entretanto, uma enorme diferença entre esses dois casos. As famílias pagaram juros de 40,4% ao ano, por empréstimos cujo prazo médio foi de 538 dias corridos, enquanto as empresas pagaram 28,7% para operações de 383 dias, sem falar dos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), muito mais vantajosos para realizar investimentos. As concessões de crédito consignado tiveram queda, em Outubro, de 14,8%, em razão da greve dos bancários.
NO momento a inadimplência gira em torno de 6% do montante dos créditos tomados pelas pessoas físicas. Isso se deve à conjuntura favorável, que permitiu reduzir drasticamente o desemprego e elevar os salários, especialmente no setor público. A história nos ensina que anos de boom não se sustentam. As perspectivas para o futuro podem mudar profundamente.
ANO passado, no mês de Outubro, o crédito aumentou 1,4%. Este ano o aumento foi de 1,9%, em relação ao mesmo mês de 2009, e de 20,3%, em 12 meses. O crédito já representa 47,2% do Produto Interno Bruto (PIB), devendo terminar o ano na marca dos 50%, o que colocaria o Brasil no nível dos países avançados, embora aqui a distribuição da renda seja bem diferente. Essa criação de liquidez tem algo de artificial, o que sugere um possível aumento da inadimplência dentro de alguns meses.
TODOS os dados divulgados pelo Banco Central do Brasil (BC) relativos ao crédito são, de fato, preocupantes. O endividamento do brasileiro representa 23,8% de sua renda, e é maior que o dos norte-americanos (17%). Os financiamentos para aquisição de veículos automotores aumentaram 36,2% em dez meses - e 2,7% apenas no mês de Outubro.
NO setor do crédito imobiliário houve um crescimento de 42,4% nos dez primeiros meses do ano, devendo-se considerar que parte desses financiamentos foi feita por investidores que se querem aproveitar logo do aumento do preço dos aluguéis, que pode sofrer significativa redução com o aumento da oferta de imóveis. Além disso, parte importante da aquisição de imóveis foi realizada por famílias que estão contando com um aumento da renda no mesmo ritmo verificado neste ano.
UMA análise do volume dos empréstimos em 12 meses demonstra que 26,6% correspondem a pessoas físicas que dependem de salários e somente 15,5% de pessoas jurídicas que dependem de benefícios. Há, entretanto, uma enorme diferença entre esses dois casos. As famílias pagaram juros de 40,4% ao ano, por empréstimos cujo prazo médio foi de 538 dias corridos, enquanto as empresas pagaram 28,7% para operações de 383 dias, sem falar dos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), muito mais vantajosos para realizar investimentos. As concessões de crédito consignado tiveram queda, em Outubro, de 14,8%, em razão da greve dos bancários.
NO momento a inadimplência gira em torno de 6% do montante dos créditos tomados pelas pessoas físicas. Isso se deve à conjuntura favorável, que permitiu reduzir drasticamente o desemprego e elevar os salários, especialmente no setor público. A história nos ensina que anos de boom não se sustentam. As perspectivas para o futuro podem mudar profundamente.
postado por Notas do Pinheiro | dezembro 03, 2010
