Notas do Pinheiro

Jornalismo Analítico

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Ameaçadora!

Mesmo sem dispor de pesquisas concretas sob o tema, a simples observação de profissionais ligados ao combate às drogas permite afirmar que a venda de crack lidera o narcotráfico na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde pelo menos um traficante é executado e também preso diariamente.


Na verdade, este subproduto da cocaína não escolhe mais lugar para fincar suas perversas raízes, dizimando famílias inteiras, sem discriminar idade nem classe social para se instalar, sem cerimônia, nas mais diferentes comunidades. E não são somente as grandes capitais brasileiras as vítimas deste inimigo poderoso, que desafia autoridades de segurança em todo o país. No interior do Estado de Minas Gerais, o crack já mostra seus efeitos perversos entre adolescentes e adultos, instaurando a violência e fazendo crescer a olhos vistos os casos de assaltos, tanto nas pequenas como nas médias e grandes cidades.

A cada dia o crack está por trás das sangrentas brigas de gangues nas vilas, nas favelas e nos aglomerados urbanos, geralmente pela disputa por pontos de venda, que resultam em chacinas como as registradas no ano passado em Belo Horizonte.


Mesmo com várias ações do governo do Estado e da Prefeitura no combate ao tráfico, o comércio de drogas na capital desconhece crise, e a cada dia joga seus tentáculos sobre crianças e adolescentes, cooptados para exercerem importantes tarefas nas quadrilhas, aproveitando-se da idade, que impede punições mais drásticas.


O mais grave é que a luta contra o tráfico é inglória, pois os traficantes sempre encontram uma saída para a ação policial, e a principal delas é migrar para outras áreas. A questão deve ser enfrentada, pois, com extrema seriedade, por todas as esferas do Poder, mas, principalmente, pela própria sociedade brasileira. Na verdade, o número de crianças e adolescentes cooptados por traficantes já seria um bom motivo para a união de todos em uma verdadeira cruzada contra o crack, que se instalou de vez no Brasil.