O nó dos mercados

Esta semana a atuação do Banco Central (BC) não impediu novo avanço da moeda norte-americana. A autoridade monetária vendeu dólares para financiar as exportações, além de vender dólares no mercado à vista.

Segundo analistas do Banco Fator, dados ruins da economia dos Estados Unidos da América (EUA) também influenciaram o mercado de câmbio. Em plena época de festas natalinas, os consumidores se mantiveram retraídas, fazendo com que as vendas ao varejo recuassem 2,7% entre Novembro e Dezembro, superando o previsto por analistas.

”Esse dado reforça a expectativa de queda muito forte do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano do último trimestre de 2008 e a necessidade de urgência por medidas no campo fiscal que contribuam para frear a piora das perspectivas econômicas", destacou o economista-chefe do Banco Fator, o carioca José Francisco de Lima Gonçalves.

Adicionando instabilidade aos mercados, a companhia canadense de equipamentos de telecomunicações Nortel Networks entrou com pedido de proteção sob a lei de falências, enquanto que no setor bancário, economistas do Deutsche Bank, na Alemanha, alertaram sobre a possibilidade de prejuízo de US$ 6,4 bilhões no quarto trimestre e um relatório do Banco Morgan Stanley afirmou que o Banco HSBC precisa levantar US$ 30 bilhões e cortar dividendos para ajustar o caixa.

Em meio ao cenário de incertezas sobre a intensidade e duração da crise econômica mundial, o fluxo de dólares em direção ao Brasil continua negativo. Segundo dados do BC, as saídas de dólares superaram as entradas neste começo de ano, até a aqui.