Alimentando do discurso da esperança
ESTE jornalista acaba de retornar de um périplo de três semanas nos Estado Unidos da América (EUA) e pelo que assistiu por lá nesse período deu pra perceber que as coisas não andam nada animadoras na mais avançada e maior economia do planeta. É fato que a economia norte-americana perdeu impulso e cresceu no segundo trimestre de 2010 em ritmo equivalente a 2,4% ao ano, segundo a estimativa inicial dos técnicos do governo Barack Obama. O mundo terá de se arranjar ainda por algum tempo sem os mercados do mundo rico, porque o continente europeu segue em passo ainda mais vagaroso e precisará de mais tempo para voltar à prosperidade. A produção norte-americana já cresceu por quatro trimestres consecutivos e a recessão ficou para trás, mas a recuperação tem perdido vigor. Nos três meses finais de 2009, o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA aumentou à taxa anualizada de 5%. O ritmo caiu para 3,7% no período de Janeiro a Março de 2010 e diminuiu de novo no trimestre seguinte, porque os consumidores, endividados e mostrando pouco otimismo, têm comprado com moderação e as empresas ficaram mais cautelosas na formação de estoques.
E MUITO embora a economia do país não esteja parada, o desemprego continua elevado (9,5%). Este é mais um fator de insegurança para os consumidores. O quadro poderá ficar pior, como advertem alguns analistas, se o governo, pressionado pela crescente dívida pública, elevar os impostos para reduzir o déficit orçamentário.
PORÉM o comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed) provavelmente manterá os juros básicos entre zero e 0,25% ao ano por um tempo considerável. As perspectivas da economia são "extraordinariamente incertas", revelou o presidente do Fed, economista Ben Bernanke, na semana passada à nossa reportagem.
AGORA, o Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu a revisão anual das condições econômicas dos EUA. Segundo o relatório, os bancos norte-americanos estão mais fortes do que na crise, mas ainda há riscos no setor financeiro e as instituições precisam de mais capital. Os técnicos do FMI recomendam ao governo do presidente Obama um esforço fiscal maior para recompor as contas públicas e a manutenção da política monetária frouxa e estimulantes para facilitar a recuperação da economia. Mas há espaço na política fiscal, admitem, para maiores gastos, se o ritmo dos negócios diminuir muito.
SEGUNDO as estimativas daquela instituição, o déficit federal norte-americano ficará em 11% do PIB neste ano e cairá para 8% em 2011, mas a dívida pública deverá continuar em expansão. O governo já traçou um programa de ajuste para a década, mas terá de seguir uma dura disciplina orçamentária. A curto prazo, o desafio da recuperação econômica se sobrepõe à necessidade do acerto fiscal, mas haverá um preço pelo adiamento das medidas corretivas.
ENQUANTO isso na Europa alguns governos já anunciaram medidas para arrumar as contas públicas. O aperto poderá retardar a reativação econômica, mas as políticas frouxas poderiam produzir resultados piores. Os governos dependem dos mercados financeiros para rolar suas dívidas e o financiamento seria mais difícil num ambiente de maior desconfiança.
E A economia mundial continua a depender, portanto, principalmente das economias dos países emergentes, liderados pela China. O FMI publicou, ainda, o relatório anual sobre a economia chinesa. A previsão de crescimento para este ano continua em torno de 10,5%. E para 2011 espera-se uma expansão pouco menor, mas ainda vigorosa. O impulso será reduzido por causa da retirada pelo governo daquele país dos estímulos adotados no início da crise econômica internacional.
CONTUDO, a provável manutenção de um firme crescimento da economia chinesa é a boa notícia. A China é um dos maiores mercados do mundo e neste ano suas importações têm crescido mais rapidamente que as exportações. O Brasil tem sido beneficiado por essa nova tendência.
PORÉM o jogo pode mudar, adverte o relatório do FMI. Durante a recessão global, o governo chinês estimulou a expansão do mercado interno. No entanto, a moeda chinesa continua desvalorizada - apesar do câmbio mais flexível adotado recentemente - e a exportação pode voltar a ser o pólo mais dinâmico da economia.
E NESSE caso, a acumulação de superávits comerciais ganhará impulso, de novo, e a contribuição chinesa para a reativação da economia global será reduzida. O governo chinês, segundo o relatório do FMI, precisa trabalhar mais para mudar o estilo de crescimento daquele país, tornando-o menos dependente da exportação. A maior parte do mundo aplaude esse discurso.
E MUITO embora a economia do país não esteja parada, o desemprego continua elevado (9,5%). Este é mais um fator de insegurança para os consumidores. O quadro poderá ficar pior, como advertem alguns analistas, se o governo, pressionado pela crescente dívida pública, elevar os impostos para reduzir o déficit orçamentário.
PORÉM o comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed) provavelmente manterá os juros básicos entre zero e 0,25% ao ano por um tempo considerável. As perspectivas da economia são "extraordinariamente incertas", revelou o presidente do Fed, economista Ben Bernanke, na semana passada à nossa reportagem.
AGORA, o Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu a revisão anual das condições econômicas dos EUA. Segundo o relatório, os bancos norte-americanos estão mais fortes do que na crise, mas ainda há riscos no setor financeiro e as instituições precisam de mais capital. Os técnicos do FMI recomendam ao governo do presidente Obama um esforço fiscal maior para recompor as contas públicas e a manutenção da política monetária frouxa e estimulantes para facilitar a recuperação da economia. Mas há espaço na política fiscal, admitem, para maiores gastos, se o ritmo dos negócios diminuir muito.
SEGUNDO as estimativas daquela instituição, o déficit federal norte-americano ficará em 11% do PIB neste ano e cairá para 8% em 2011, mas a dívida pública deverá continuar em expansão. O governo já traçou um programa de ajuste para a década, mas terá de seguir uma dura disciplina orçamentária. A curto prazo, o desafio da recuperação econômica se sobrepõe à necessidade do acerto fiscal, mas haverá um preço pelo adiamento das medidas corretivas.
ENQUANTO isso na Europa alguns governos já anunciaram medidas para arrumar as contas públicas. O aperto poderá retardar a reativação econômica, mas as políticas frouxas poderiam produzir resultados piores. Os governos dependem dos mercados financeiros para rolar suas dívidas e o financiamento seria mais difícil num ambiente de maior desconfiança.
E A economia mundial continua a depender, portanto, principalmente das economias dos países emergentes, liderados pela China. O FMI publicou, ainda, o relatório anual sobre a economia chinesa. A previsão de crescimento para este ano continua em torno de 10,5%. E para 2011 espera-se uma expansão pouco menor, mas ainda vigorosa. O impulso será reduzido por causa da retirada pelo governo daquele país dos estímulos adotados no início da crise econômica internacional.
CONTUDO, a provável manutenção de um firme crescimento da economia chinesa é a boa notícia. A China é um dos maiores mercados do mundo e neste ano suas importações têm crescido mais rapidamente que as exportações. O Brasil tem sido beneficiado por essa nova tendência.
PORÉM o jogo pode mudar, adverte o relatório do FMI. Durante a recessão global, o governo chinês estimulou a expansão do mercado interno. No entanto, a moeda chinesa continua desvalorizada - apesar do câmbio mais flexível adotado recentemente - e a exportação pode voltar a ser o pólo mais dinâmico da economia.
E NESSE caso, a acumulação de superávits comerciais ganhará impulso, de novo, e a contribuição chinesa para a reativação da economia global será reduzida. O governo chinês, segundo o relatório do FMI, precisa trabalhar mais para mudar o estilo de crescimento daquele país, tornando-o menos dependente da exportação. A maior parte do mundo aplaude esse discurso.
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