Notas do Pinheiro

Jornalismo Analítico

segunda-feira, abril 06, 2009

Patuscada

No Grande Prêmio da Malásia de Fórmula 1, disputado no final da tarde de ontem (hora local de Sepang) foi mais que um exercício de estupidez dos atuais dirigentes da categoria, cada vez mais fragilizada. Em busca de um horário televisivo melhor para os europeus, Bernie Ecclestone, o poderoso diretor de publicidade e mídia da federação Internacional de Automobilismo (FIA) ignorou a meteorologia do lugar e ficou sem plano alternativo.

Ao marcar a prova para o fim da tarde, deu de cara com uma chuva diluviana que, todos sabem, é marca registrada daquele país nesta época do ano e... ao esperar para recomeçar a prova, caiu a noite. Nota zero para Bernie, metade dos pontos para cada um dos pilotos classificados.

Ficou, além da estupidez dos atuais dirigentes, a impressão de que já, já, deve haver alguma reviravolta dentro do time da Ferrari. Se o atual chefe do desgoverno brasileiro tivesse algo a ver com a coordenação das corridas, diria sem pestanejar: "Nunca antes na história desse esporte alguém colocou pneus de chuva pesada sem que estivesse caindo uma gota na pista". Pois foi o que a equipe Ferrari - atualmente sob o comando de um energúmeno de nome Stefano Demincalli - fez com um dos pais da crise, o loiro de olhos azuis Kimi Raikkonen. Quando a chuva caiu, os pneus já estavam acabados, Raikkonen estava no fim da fila e teve que entrar mais uma vez nos boxes para borracha nova. Do brasileiro Felipe Massa, nem há o que falar. Com ele, a patuscada começou ainda na primeira fase de classificação, o Q1, do qual ele nunca saiu.

Tão ou mais patético do que o desempenho da equipe Ferrari são as "massagens" que Rubinho Pé-de-Chinelo tem sido obrigado a dar no seu carro (para, supostamente, fazer com que ele ande) e no seu discurso para justificar seu pífio desempenho como piloto. "The King of Excuses", desta vez não conseguiu nem isso, embora tivesse um carro igualzinho do de Jenson Button, seu companheiro de equipe - muito mais novo, muito menos experiente, mas dono das duas pole positions de 2009 e vencedor inconteste, igualmente, das duas primeiras corridas do ano.

Daqui para frente, imagina-se, qual será a atitude de Rubinho Pé-de-Chinelo diante de seu chefe e amigo Ross Brawn, e como será a postura dele (Pé-de-Chinelo) em relação a Jenson Button - um piloto que não parece ter, nem de longe, o perfil Dick Vigarista de Michael Schumacher.

A irrelevância de Nelsinho Piquet - que, em 2009, precisa provar que tem motivos para estar na F1 - ficou mais uma vez evidenciada na Malásia. Nem o fato de ele ter chegado uma posição à frente de seu companheiro, Fernando Alonso, livra sua cara. Afinal de contas, Alonso chegou a andar entre os três primeiros no início da corrida, depois de uma largada irretocável.

Enquanto todos esses dramas se desenrolavam no vídeo (sem som, obviamente, por bueníssimos motivos) e eu ouvia, pelo rádio, a sempre brilhante, oportuna e instigante cobertura da CBN.