Brisa de energia

Um estudo encomendado pela direção da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), divulgado na semana que passou, revela os benefícios que a utilização deste tipo de energia, obtida pelo movimento dos ventos e ainda desconhecida da maioria dos brasileiros, garante ao consumidor.

No levantamento ficou demonstrado que, embora o investimento nessa fonte de energia seja maior do que o de uma usina termelétrica tradicional, a usina eólica gera mais energia, além de substituir a geração térmica, cujo combustível tem preço elevado. Isto significa que o sistema paga menos por combustível durante a geração, o que é extremamente interessante.

De fato o uso de energia eólica pode ser benéfico ao sistema, além de econômico, porque opera em conjunto com as usinas hidrelétricas. E, como reserva, a energia dos ventos substitui outras mais poluentes, como as térmicas, a óleo combustível e até mesmo a gás natural, o que, logicamente, resulta em menor tarifa ao consumidor.

Esta divulgação do estudo coincide com visita de deputados federais brasileiros à Espanha, que usa largamente este tipo de energia. Ora, num momento em que o Planeta se curva ante o aquecimento global, a produção de energia eólica no Brasil tem tudo para deslanchar. Aliás, ela vem crescendo principalmente devido ao Programa de Investimentos em Infraestrutura de Fontes Alternativas de Energia (Proinfa), embora ainda num nível incipiente.

A propósito, os próprios parlamentares concordam que, apesar da abundância de fontes hídricas, o Brasil ainda precisa gerar, nos próximos dez anos, 40 mil megawatts, e para isso a energia eólica pode ser a solução.

Na realidade, está mais do que comprovado que é em momentos de crise que se consegue respostas criativas e importantes para as grandes questões que afetam a vida da Nação. As energias alternativas estão colocadas, e o seu uso depende, sobretudo, de cada governante.

A mudança nos padrões energéticos mundiais se apresenta como uma maneira importante de diminuir os efeitos dos problemas ecológicos da Terra, com a troca dos combustíveis fósseis por outras fontes de energia menos poluentes e renováveis.

E caberá, então, ao Governo, não somente incentivar a construção destas usinas , mas, sobretudo, garantir os recursos necessários à sua viabilização, especialmente nas regiões menos favorecidas, como o Nordeste brasileiro, por exemplo, onde já foi comprovada a eficácia da energia eólica, embora com tímidos exemplos até agora. Que o País abrace, pois, esta boa ideia.