Uma freada muito bem vinda
RIO DE JANEIRO (RJ) - O ANÚNCIO do Federal Reserve (Fed - o banco central norte-americano), de que manterá os juros no nível atual (muito perto de zero) até 2013, foi recebido com alívio nos meios financeiros e econômicos nos Estados Unidos da América (EUA) que temiam uma alta imediata, em face dos acontecimentos dos últimos dias. A decisão, porém, afeta negativamente o Brasil, que procura criar um clima de desvalorização do real ante o dólar.
VERIFICOU-SE já que as medidas do governo brasileiro para desvalorizar o real, embora pesadas nas operações de futuros e duvidosas quanto à sua operacionalidade - o que motivou o adiamento da aplicação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) -, não surtiram grande efeito.
EXISTE um consenso no mercado de câmbio de que a valorização do real, além de ser a outra face da desvalorização do dólar, tem origem principal na arbitragem entre a taxa de juros nos EUA, quase nula, e a existente no Brasil, muito elevada em razão da Taxa Selic. Isso favorece muito as operações de carry trade.
ORA, a decisão do Fed consolida a perspectiva da manutenção da arbitragem. Se o real, nos últimos dias, se desvalorizou um pouco, foi apenas pela expectativa de uma queda dos juros no Brasil, o que, no entanto, admitindo que aconteça, continuaria favorecendo as operações de arbitragem.
ENTRETANTO, o Fed, por não ter falado de uma nova política de compra de títulos do Tesouro Nacional norte-americano, um novo quantitative easing (QE), trouxe alívio para as autoridades brasileiras que consideravam que o QE2 foi a origem de um aumento da liquidez internacional que contribuiu para o excesso de valorização do real.
PORÉM, não se deve descartar que o Fed resolva introduzir o QE3 para relançar a economia norte-americana, embora o resultado do QE2 tenha decepcionado e exista, ainda, a ameaça de uma volta da inflação nos EUA, que desaconselharia um aumento da liquidez.
SEM um QE3 nos EUA, é possível que se verifique um recuo dos Investimentos Estrangeiros Diretos (IEDs), devendo-se levar em conta que atualmente são os chineses que dominam o fluxo de capital.
TODAS As dificuldades que o Brasil poderá encontrar dizem respeito aos empréstimos externos e ao seu custo. Em primeiro lugar, porque a aversão ao risco está se fortalecendo, tornando mais difícil a captação de recursos, e, pela mesma razão, os juros dos empréstimos se tornam mais altos. Nos últimos meses, o governo lançou-se a uma captação externa muito acima das amortizações necessárias, o que contribuiu para elevar a dívida externa bruta e os juros. Uma parada nesse processo seria bem-vinda.
VERIFICOU-SE já que as medidas do governo brasileiro para desvalorizar o real, embora pesadas nas operações de futuros e duvidosas quanto à sua operacionalidade - o que motivou o adiamento da aplicação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) -, não surtiram grande efeito.
EXISTE um consenso no mercado de câmbio de que a valorização do real, além de ser a outra face da desvalorização do dólar, tem origem principal na arbitragem entre a taxa de juros nos EUA, quase nula, e a existente no Brasil, muito elevada em razão da Taxa Selic. Isso favorece muito as operações de carry trade.
ORA, a decisão do Fed consolida a perspectiva da manutenção da arbitragem. Se o real, nos últimos dias, se desvalorizou um pouco, foi apenas pela expectativa de uma queda dos juros no Brasil, o que, no entanto, admitindo que aconteça, continuaria favorecendo as operações de arbitragem.
ENTRETANTO, o Fed, por não ter falado de uma nova política de compra de títulos do Tesouro Nacional norte-americano, um novo quantitative easing (QE), trouxe alívio para as autoridades brasileiras que consideravam que o QE2 foi a origem de um aumento da liquidez internacional que contribuiu para o excesso de valorização do real.
PORÉM, não se deve descartar que o Fed resolva introduzir o QE3 para relançar a economia norte-americana, embora o resultado do QE2 tenha decepcionado e exista, ainda, a ameaça de uma volta da inflação nos EUA, que desaconselharia um aumento da liquidez.
SEM um QE3 nos EUA, é possível que se verifique um recuo dos Investimentos Estrangeiros Diretos (IEDs), devendo-se levar em conta que atualmente são os chineses que dominam o fluxo de capital.
TODAS As dificuldades que o Brasil poderá encontrar dizem respeito aos empréstimos externos e ao seu custo. Em primeiro lugar, porque a aversão ao risco está se fortalecendo, tornando mais difícil a captação de recursos, e, pela mesma razão, os juros dos empréstimos se tornam mais altos. Nos últimos meses, o governo lançou-se a uma captação externa muito acima das amortizações necessárias, o que contribuiu para elevar a dívida externa bruta e os juros. Uma parada nesse processo seria bem-vinda.
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