Seleção sustentada no mérito
APÓS meses de discussão, o Conselho de Graduação da Universidade de São Paulo (USP) mudou as regras de seu Concurso Vestibular, que é o mais disputado do Brasil, aumentando significativamente o rigor dos exames. Com essa mudança, que foi muito bem recebida pela comunidade acadêmica, a maior e mais importante Instituição de Ensino Superior (IES) no Brasil quer voltar a selecionar estudantes mais preparados e capazes de responder com igual desenvoltura tanto questões do tipo "teste", que exigem memória e decoração de fórmulas, como questões dissertativas, que exigem conhecimento e capacidade de reflexão.
DEVIDO ao sistema de cotas sociais e raciais adotado nos concursos vestibulares de Universidades Públicas brasileiras, no decorrer da última década prevaleceu no Conselho de Graduação da USP a preocupação de usar mais os critérios de inclusão social no processo seletivo daquela Instituição paulista, o que acabou relegando para segundo plano a avaliação do mérito. Agora, diz o reitor adjunto de Graduação, o Professor-PhD Paul Jean Jeszensky, o objetivo é melhorar a qualidade e o nível de escolaridade dos ingressantes na USP.
SEGUNDO o entendimento de alguns dos especialistas ouvidos pela nossa reportagem, as novas regras do Concurso Vestibular da USP vão beneficiar apenas os candidatos oriundos da rede particular do Ensino Médio, que prepara seus estudantes melhor que as escolas públicas. Mas, para outros especialistas que ouvimos, o padrão de qualidade da rede pública do Ensino Médio é tão ruim que o número de ingressantes dela oriundos cairia mesmo que a USP não alterasse o seu processo seletivo.
PARA evitar a politização do debate sobre as novas regras, o Conselho de Graduação argumenta que, há dois meses, aprovou um novo programa de inclusão social para a USP, aumentando de 12% para 15% os pontos de bonificação de alunos oriundos da rede pública do Ensino Médio na primeira fase do Concurso Vestibular de 2011. "São pequenos ajustes necessários em prol do aluno e também da qualidade do processo seletivo. O formato, o conteúdo e o nível das questões não foram mudados", diz a pró-reitora de Graduação da USP, Professora-PhD Telma Zorn, justificando as mudanças que serão introduzidas no próximo exame da Fundação Universitária para o Vestibular (FUVEST), entidade esta que coordena o Concurso Vestibular da USP todos os anos.
SEGUNDO as novas regras, a nota mínima para passar para a Segunda Etapa será elevada de 22 para 27 pontos. Pelos cálculos do Conselho de Graduação, com a nota mínima de 22, 1 em cada 10 alunos que "chutavam" as respostas de todas as 90 questões passava para a Segunda Etapa. Com a nova pontuação, a probabilidade passa a ser de 1 em 100. Além disso, serão aprovados para a segunda fase de dois a três candidatos por vaga - e não mais obrigatoriamente três. Segundo a Professora Zorn, isso reduzirá em 6% o número de provas a serem corrigidas, os examinadores terão mais tempo para fazer correções e a divulgação dos resultados pode ser antecipada.
E PARA evitar a tensão e o estresse dos candidatos, o número de questões da prova do segundo dia da segunda fase do Concurso Vestibular foi reduzido de 20 para 16. No formato anterior, a prova era considerada tão desgastante e "pesada" pela FUVEST que somente 20% dos candidatos conseguiam entregá-la antes do prazo - os restantes as entregavam no minuto final.
PORÉM, a alteração mais festejada pelos professores e estudantes foi a reinclusão da nota da primeira fase no cálculo final da pontuação. Esse critério já foi adotado no passado pela USP e tem a vantagem de propiciar aos examinadores uma visão global da formação do candidato. Até o último Concurso Vestibular, a nota da primeira fase era apenas classificatória - a nota final ficava limitada às avaliações da segunda fase. Agora, a nota da Primeira Etapa passa a valer 25% do processo seletivo - os outros 75% correspondem aos três exames da Segunda Etapa. "Não era justo o candidato se preparar para uma prova e, depois, ter de jogar fora seu desempenho", diz a coordenadora do Curso Pré-Vestibular Objetivo, Professora Vera Antunes. "Vai subir o nível dos aprovados", afirma a Professora Alessandra Venturi, coordenadora do Curso Pré-Vestibular da Poli.
AO tornar seu Concurso Vestibular mais rigoroso e seletivo, a USP retoma a vocação que marcou a sua criação - a de ser uma Instituição baseada no mérito.
DEVIDO ao sistema de cotas sociais e raciais adotado nos concursos vestibulares de Universidades Públicas brasileiras, no decorrer da última década prevaleceu no Conselho de Graduação da USP a preocupação de usar mais os critérios de inclusão social no processo seletivo daquela Instituição paulista, o que acabou relegando para segundo plano a avaliação do mérito. Agora, diz o reitor adjunto de Graduação, o Professor-PhD Paul Jean Jeszensky, o objetivo é melhorar a qualidade e o nível de escolaridade dos ingressantes na USP.
SEGUNDO o entendimento de alguns dos especialistas ouvidos pela nossa reportagem, as novas regras do Concurso Vestibular da USP vão beneficiar apenas os candidatos oriundos da rede particular do Ensino Médio, que prepara seus estudantes melhor que as escolas públicas. Mas, para outros especialistas que ouvimos, o padrão de qualidade da rede pública do Ensino Médio é tão ruim que o número de ingressantes dela oriundos cairia mesmo que a USP não alterasse o seu processo seletivo.
PARA evitar a politização do debate sobre as novas regras, o Conselho de Graduação argumenta que, há dois meses, aprovou um novo programa de inclusão social para a USP, aumentando de 12% para 15% os pontos de bonificação de alunos oriundos da rede pública do Ensino Médio na primeira fase do Concurso Vestibular de 2011. "São pequenos ajustes necessários em prol do aluno e também da qualidade do processo seletivo. O formato, o conteúdo e o nível das questões não foram mudados", diz a pró-reitora de Graduação da USP, Professora-PhD Telma Zorn, justificando as mudanças que serão introduzidas no próximo exame da Fundação Universitária para o Vestibular (FUVEST), entidade esta que coordena o Concurso Vestibular da USP todos os anos.
SEGUNDO as novas regras, a nota mínima para passar para a Segunda Etapa será elevada de 22 para 27 pontos. Pelos cálculos do Conselho de Graduação, com a nota mínima de 22, 1 em cada 10 alunos que "chutavam" as respostas de todas as 90 questões passava para a Segunda Etapa. Com a nova pontuação, a probabilidade passa a ser de 1 em 100. Além disso, serão aprovados para a segunda fase de dois a três candidatos por vaga - e não mais obrigatoriamente três. Segundo a Professora Zorn, isso reduzirá em 6% o número de provas a serem corrigidas, os examinadores terão mais tempo para fazer correções e a divulgação dos resultados pode ser antecipada.
E PARA evitar a tensão e o estresse dos candidatos, o número de questões da prova do segundo dia da segunda fase do Concurso Vestibular foi reduzido de 20 para 16. No formato anterior, a prova era considerada tão desgastante e "pesada" pela FUVEST que somente 20% dos candidatos conseguiam entregá-la antes do prazo - os restantes as entregavam no minuto final.
PORÉM, a alteração mais festejada pelos professores e estudantes foi a reinclusão da nota da primeira fase no cálculo final da pontuação. Esse critério já foi adotado no passado pela USP e tem a vantagem de propiciar aos examinadores uma visão global da formação do candidato. Até o último Concurso Vestibular, a nota da primeira fase era apenas classificatória - a nota final ficava limitada às avaliações da segunda fase. Agora, a nota da Primeira Etapa passa a valer 25% do processo seletivo - os outros 75% correspondem aos três exames da Segunda Etapa. "Não era justo o candidato se preparar para uma prova e, depois, ter de jogar fora seu desempenho", diz a coordenadora do Curso Pré-Vestibular Objetivo, Professora Vera Antunes. "Vai subir o nível dos aprovados", afirma a Professora Alessandra Venturi, coordenadora do Curso Pré-Vestibular da Poli.
AO tornar seu Concurso Vestibular mais rigoroso e seletivo, a USP retoma a vocação que marcou a sua criação - a de ser uma Instituição baseada no mérito.
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