A essência do debate
LUIZ Inácio da Silva (PT-SP), o vosso presidente da República, não pode ser condenado por desejar que a campanha eleitoral pela sua sucessão seja um confronto plebiscitário entre os seus dois mandatos (2003-10) e os do antecessor Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP). "Nós contra eles, pão, pão, queijo, queijo", como disse numa entrevista em Outubro passado. Muito menos o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) pode ser criticado por não aceitar a agenda eleitoral nos termos estabelecidos pelo adversário. Mas “O-CARA!”, a sua candidata Dilma (Pinóquio) Rousseff (PT-RS) e o Partido dos Trabalhadores (PT) devem ser denunciados pela sistemática deturpação dos fatos que pretendem ver comparados. Já o provável candidato oposicionista à Presidência da República, o governador do Estado de São Paulo, José Serra (PSDB-SP), o governador do Estado de Minas Gerais e ex-pré-candidato à Presidência da República, Aécio Neves da Cunha (PSDB-MG) e os peessedebistas em geral merecem ser expostos pelo modo como reagiram à tática lullista de intimidá-los. O nome clássico para esse tipo de reação é fuga para a frente.
O GOVERNADOR Aécio Neves, por exemplo, se apresentara como o "pós-Lula". Já o governador José Serra deixa claro que a única comparação que a seu ver interessa ao povo brasileiro é entre os currículos dos competidores - a experiência (dele) contra o noviciado (de “Pinóquio” Rousseff). Nem um nem outro afirmou que uma disputa presidencial comporta mais de um eixo: o essencial é o futuro, naturalmente, mas isso não significa ignorar o passado ou desatrelar uma coisa da outra. Trata-se, aliás, de uma repetição: Zé Serra, em 2002, e o ex-governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), candidato presidencial em 2006, se recusaram a assumir o legado do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Como os petistas não perdem oportunidade de apontar, eles esconderam o ex-presidente da República. Agora, diante do intento lullista de ditar pela terceira vez as linhas do debate sucessório, reescrevendo a história recente do País, o PSDB tropeçou.
E FOI o próprio ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, quem tomou a si a tarefa de contestar, ponto por ponto, a versão caricatural do que foram os governos brasileiros dos últimos 16 anos. Em artigo mensal publicado, no último Domingo, 07, pelos jornais O GLOBO, Zero Hora e O Estado de S. Paulo, e antecipado junto a essas NOTAS - cujo título, “Sem medo do passado”, pode ser lido também como uma sutil repreensão ao silêncio dos correligionários - ele acusa o sucessor de "baixar o nível da política à dissimulação e à mentira". A "desconstrução" do inimigo principal - principal, argumenta, "porque podemos ganhar as eleições" -, consiste em negar "o que de bom foi feito" e em se apossar "de tudo o que dele herdaram, como se deles sempre tivesse sido". Seguramente não foi apenas a operação em curso de encurralar o candidato peessedebista que moveu o ex-presidente da República. Também a legítima preocupação com a sua biografia há de ter pesado na iniciativa.
O GOVERNADOR Aécio Neves, por exemplo, se apresentara como o "pós-Lula". Já o governador José Serra deixa claro que a única comparação que a seu ver interessa ao povo brasileiro é entre os currículos dos competidores - a experiência (dele) contra o noviciado (de “Pinóquio” Rousseff). Nem um nem outro afirmou que uma disputa presidencial comporta mais de um eixo: o essencial é o futuro, naturalmente, mas isso não significa ignorar o passado ou desatrelar uma coisa da outra. Trata-se, aliás, de uma repetição: Zé Serra, em 2002, e o ex-governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), candidato presidencial em 2006, se recusaram a assumir o legado do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Como os petistas não perdem oportunidade de apontar, eles esconderam o ex-presidente da República. Agora, diante do intento lullista de ditar pela terceira vez as linhas do debate sucessório, reescrevendo a história recente do País, o PSDB tropeçou.
E FOI o próprio ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, quem tomou a si a tarefa de contestar, ponto por ponto, a versão caricatural do que foram os governos brasileiros dos últimos 16 anos. Em artigo mensal publicado, no último Domingo, 07, pelos jornais O GLOBO, Zero Hora e O Estado de S. Paulo, e antecipado junto a essas NOTAS - cujo título, “Sem medo do passado”, pode ser lido também como uma sutil repreensão ao silêncio dos correligionários - ele acusa o sucessor de "baixar o nível da política à dissimulação e à mentira". A "desconstrução" do inimigo principal - principal, argumenta, "porque podemos ganhar as eleições" -, consiste em negar "o que de bom foi feito" e em se apossar "de tudo o que dele herdaram, como se deles sempre tivesse sido". Seguramente não foi apenas a operação em curso de encurralar o candidato peessedebista que moveu o ex-presidente da República. Também a legítima preocupação com a sua biografia há de ter pesado na iniciativa.
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