Nosso calcanhar de Aquiles
SÃO PAULO - ELABORADO pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2009 registra alguns importantes avanços do Brasil, com relação ao ano anterior. Embora o País tenha perdido cinco posições no ranking do IDH de 182 nações, passando da 70ª posição, em 2008, para o 75º lugar, o levantamento mostra que o País vem conseguindo manter um ritmo de crescimento consistente e que é, hoje, o mais acelerado em toda a América Latina.
LIDERADO no levantamento deste ano pela Noruega, pela Austrália e pela Islândia, ficando a França, o Japão e os Estados Unidos da América (EUA) na 9ª, 10ª e 13ª posições, o IDH é calculado pelo Pnud com base no cruzamento de informações relacionadas à riqueza, nível de escolaridade, saúde e esperança média de vida. Como o Pnud também leva em conta as taxas de expansão da economia de cada país, as posições no ranking do IDH flutuam ou mudam, conforme o aumento ou a redução do Produto Interno Bruto (PIB) per capita de cada uma das 182 nações.
OS DOIS últimos classificados no IDH de 2009 foram o Afeganistão, situado na Ásia Central, e o Níger, uma antiga colônia francesa na África. Segundo o Pnud, uma criança no Níger tem expectativa de vida de apenas 50 anos - cerca de 30 anos a menos do que na Noruega. E, para cada dólar ganho no país africano, cerca de US$ 85 são ganhos na Noruega. Os dados utilizados na pesquisa deste ano são de 2007, motivo pelo qual o IDH não reflete os efeitos da crise financeira mundial, cujo pior período foi de Setembro de 2008 até julho deste ano.
ESSA queda do Brasil do 70º para o 75º lugar, entre 2008 e 2009, foi causada por dois fatores. O primeiro deles foi o ingresso, na listagem do IDH, de Andorra e Liechtenstein. Como seus habitantes têm alta qualidade de vida, os dois principados europeus já entraram no ranking em 19º e 28º lugar, respectivamente, deslocando o Brasil em duas posições.
UM SEGUNDO fator foi a atualização dos índices divulgados em 2008. Revistos os números, três países que apareciam atrás do Brasil - Rússia, Granada e Dominica (uma pequena ilha situada entre Guadalupe e Martinica)- acabaram sendo beneficiados e ficaram à frente, deslocando o Brasil em outras três posições.
ALÉM da queda, o Brasil se destaca no IDH de 2009 pela forte expansão do PIB per capita em 2007. Segundo o Pnud a saúde também melhorou, ainda que em ritmo menor. No âmbito da educação, os avanços nos indicadores só não foram maiores por causa do analfabetismo da população adulta, que continua alto. Recentemente, os próprios responsáveis pelo programa Brasil Alfabetizado, que foi lançado em 2003, reconheceram que os resultados obtidos até agora ficaram aquém das expectativas.
A EDUCAÇÃO é justamente um dos setores em que o Brasil mais destoa dos países que lideram o IDH. Enquanto Noruega, Austrália e Islândia investem 35%, 31% e 36% de seus gastos públicos no setor educacional, respectivamente, o governo do Brasil destina 22%. Em saúde, o Brasil investe 7% dos gastos públicos, menos da metade do que a Noruega (18%), Austrália (17%) e Islândia (18%). O levantamento do Pnud mostra ainda que o Brasil vem registrando uma queda nos indicadores de desigualdade social desde o início da atual década. Mas, por causa dos investimentos insuficientes para a melhoria da qualidade da rede escolar de ensino básico, o ritmo dessa queda continua lento, o que leva o Brasil a permanecer no grupo dos dez países mais desiguais, ficando atrás apenas de Namíbia, Ilhas Comores, Botsuana, Haiti, Angola, Colômbia, Bolívia, África do Sul e Honduras. Segundo o Pnud, os 10% mais ricos detêm 43% da riqueza nacional, enquanto os 10% mais pobres ficam somente com 4%.
QUANDO os números do IDH são avaliados em períodos mais longos, eles deixam claro que os países que mais têm avançado em qualidade de vida são, justamente, os que mais investem em educação. É o caso da China, da Coreia do Sul e da Irlanda, que ganharam cerca de 20 posições no ranking do Pnud, entre 2000 e 2008. Isso mostra qual é o caminho que o Brasil tem de seguir para melhorar a qualidade de vida da população.
LIDERADO no levantamento deste ano pela Noruega, pela Austrália e pela Islândia, ficando a França, o Japão e os Estados Unidos da América (EUA) na 9ª, 10ª e 13ª posições, o IDH é calculado pelo Pnud com base no cruzamento de informações relacionadas à riqueza, nível de escolaridade, saúde e esperança média de vida. Como o Pnud também leva em conta as taxas de expansão da economia de cada país, as posições no ranking do IDH flutuam ou mudam, conforme o aumento ou a redução do Produto Interno Bruto (PIB) per capita de cada uma das 182 nações.
OS DOIS últimos classificados no IDH de 2009 foram o Afeganistão, situado na Ásia Central, e o Níger, uma antiga colônia francesa na África. Segundo o Pnud, uma criança no Níger tem expectativa de vida de apenas 50 anos - cerca de 30 anos a menos do que na Noruega. E, para cada dólar ganho no país africano, cerca de US$ 85 são ganhos na Noruega. Os dados utilizados na pesquisa deste ano são de 2007, motivo pelo qual o IDH não reflete os efeitos da crise financeira mundial, cujo pior período foi de Setembro de 2008 até julho deste ano.
ESSA queda do Brasil do 70º para o 75º lugar, entre 2008 e 2009, foi causada por dois fatores. O primeiro deles foi o ingresso, na listagem do IDH, de Andorra e Liechtenstein. Como seus habitantes têm alta qualidade de vida, os dois principados europeus já entraram no ranking em 19º e 28º lugar, respectivamente, deslocando o Brasil em duas posições.
UM SEGUNDO fator foi a atualização dos índices divulgados em 2008. Revistos os números, três países que apareciam atrás do Brasil - Rússia, Granada e Dominica (uma pequena ilha situada entre Guadalupe e Martinica)- acabaram sendo beneficiados e ficaram à frente, deslocando o Brasil em outras três posições.
ALÉM da queda, o Brasil se destaca no IDH de 2009 pela forte expansão do PIB per capita em 2007. Segundo o Pnud a saúde também melhorou, ainda que em ritmo menor. No âmbito da educação, os avanços nos indicadores só não foram maiores por causa do analfabetismo da população adulta, que continua alto. Recentemente, os próprios responsáveis pelo programa Brasil Alfabetizado, que foi lançado em 2003, reconheceram que os resultados obtidos até agora ficaram aquém das expectativas.
A EDUCAÇÃO é justamente um dos setores em que o Brasil mais destoa dos países que lideram o IDH. Enquanto Noruega, Austrália e Islândia investem 35%, 31% e 36% de seus gastos públicos no setor educacional, respectivamente, o governo do Brasil destina 22%. Em saúde, o Brasil investe 7% dos gastos públicos, menos da metade do que a Noruega (18%), Austrália (17%) e Islândia (18%). O levantamento do Pnud mostra ainda que o Brasil vem registrando uma queda nos indicadores de desigualdade social desde o início da atual década. Mas, por causa dos investimentos insuficientes para a melhoria da qualidade da rede escolar de ensino básico, o ritmo dessa queda continua lento, o que leva o Brasil a permanecer no grupo dos dez países mais desiguais, ficando atrás apenas de Namíbia, Ilhas Comores, Botsuana, Haiti, Angola, Colômbia, Bolívia, África do Sul e Honduras. Segundo o Pnud, os 10% mais ricos detêm 43% da riqueza nacional, enquanto os 10% mais pobres ficam somente com 4%.
QUANDO os números do IDH são avaliados em períodos mais longos, eles deixam claro que os países que mais têm avançado em qualidade de vida são, justamente, os que mais investem em educação. É o caso da China, da Coreia do Sul e da Irlanda, que ganharam cerca de 20 posições no ranking do Pnud, entre 2000 e 2008. Isso mostra qual é o caminho que o Brasil tem de seguir para melhorar a qualidade de vida da população.
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