A vaca e o brejo
NA ECONOMINA e na política. O Brasil está todo errado. Política e economia. O Brasil continua todo errado. Na política, o momento é de se fazer campanha por um "novo modo de votar". Na economia, continua sendo necessária uma nova maneira - inédita por aqui, mas velha no resto do mundo, claro - de fugir da marolinha que mostrou que era, mesmo, crise.
NÂO HÁ dúvida de que, do jeito que as coisas andam, não tardaremos a ver o fundo do poço político. A quase completa ausência de transparência, de ética, de moralidade, de bom senso, do interesse pelo bem comum, da proteção coletiva e consciente do que pertence a todos nós, no jogo político atual do fazendão, turva toda uma visão de sociedade que precisamos ter para avançar e deixar para trás, de uma vez, os grilhões do atraso lusitano que ainda perduram por aqui, de maneira pouco ou muito visível.
O "NOVO modo de votar", agora, pressupõe a utilização de uma certa "lista fechada" de candidatos. A metodologia, segundo se informa, é a mais comum entre os países que adotam o sistema proporcional. Ótimo. Mas se vamos buscar um "novo modo de votar", por que não partimos logo para o voto distrital, em que cada candidato representa um distrito (uma pequena porção de seu estado) e presta contas diretamente a esse eleitorado a cada eleição? Dessa forma, o deputado gasta sua sola de sapato apenas naquela região, conhece e é conhecido de cada um dos que votam naquele distrito. Certamente os custos de uma eleição vão diminuir, dessa forma.
AINDA QUE se descarte o sistema distrital por ser muito pouco ou nada lusitano (afinal, este é um país que prefere regras frouxas no futebol para poder xingar a mãe do juiz), sabe-se que este país é, também, um importador pela metade por excelência de processos estrangeiros. No caso das "listas fechadas", apesar de todo o barulho em torno e a favor delas, não se explica o básico: quem forma essas listas? De que maneira elas são formadas? Quais os critérios utilizados para a sua formação? Os critérios para a formação dessas listas vai poder variar de partido para partido? Vai haver reunião de convencionais de cada partido para que eles, pelo voto, montem suas listas? O preto no branco nunca aparece, mas isso não importa no fazendão. Quando o assunto virar lei, o bordão vai se repetir: "é assim mesmo", agora não tem jeito de consertar.
NA ECONOMIA em tempos de marolinha que se revelou crise, busca-se também um novo paradigma no País - um novo modo de se fazer dinheiro (honestamente, diga-se de antemão). Como fazer dinheiro em qualquer época, seja ela de crise ou não? Comprando e vendendo produtos, contratando e oferecendo serviços. Trabalhando ainda mais, trabalhando ainda melhor. E qual é a melhor hora para fazer esse tipo de coisa? Nos fins de semana, nos feriados, antes ou depois do expediente.
NO BRASIL, as famosas, obsoletas, provocadoras de falência e intocáveis leis trabalhistas (também blindadas, é claro, pelo espesso véu de chumbo de uma cultura lusitana ainda enraizada, que a tudo obscurece) dão o recado: lojas, oficinas, bancos, etc todos fechados nos fins de semana, nos feriados, em todas as horas onde se tem gente andando pelas ruas e disposta a fazer negócio, ou seja, comprar, vender, contratar, ser contratada. A bola de neve da economia não rola bem desse jeito, e quem sai perdendo? Todos nós: o consumidor não tem ou não consegue achar o que precisa porque a loja está fechada; o dono da loja não fatura, o empregado não ganha; o (des)governo não arrecada; o Estado não investe; o País não vai pra frente. Com menos dinheiro circulando, escasseiam os empregos, reduz-se a produção, diminui-se o consumo. A roda da economia quase pára, ou gira ao contrário.
ESSA CIRANDA de ineficiência econômica (e de uma subliminar subjugação ao que há de pior em nossas origens) é velha. Anos atrás, quando eu frequentava a escola fundamental, uma rima era muito popular entre a garotada: "O Brasil é um País que vai pra frente; cortaram o pinto do índio pra fazer cachorro-quente!".
NÂO HÁ dúvida de que, do jeito que as coisas andam, não tardaremos a ver o fundo do poço político. A quase completa ausência de transparência, de ética, de moralidade, de bom senso, do interesse pelo bem comum, da proteção coletiva e consciente do que pertence a todos nós, no jogo político atual do fazendão, turva toda uma visão de sociedade que precisamos ter para avançar e deixar para trás, de uma vez, os grilhões do atraso lusitano que ainda perduram por aqui, de maneira pouco ou muito visível.
O "NOVO modo de votar", agora, pressupõe a utilização de uma certa "lista fechada" de candidatos. A metodologia, segundo se informa, é a mais comum entre os países que adotam o sistema proporcional. Ótimo. Mas se vamos buscar um "novo modo de votar", por que não partimos logo para o voto distrital, em que cada candidato representa um distrito (uma pequena porção de seu estado) e presta contas diretamente a esse eleitorado a cada eleição? Dessa forma, o deputado gasta sua sola de sapato apenas naquela região, conhece e é conhecido de cada um dos que votam naquele distrito. Certamente os custos de uma eleição vão diminuir, dessa forma.
AINDA QUE se descarte o sistema distrital por ser muito pouco ou nada lusitano (afinal, este é um país que prefere regras frouxas no futebol para poder xingar a mãe do juiz), sabe-se que este país é, também, um importador pela metade por excelência de processos estrangeiros. No caso das "listas fechadas", apesar de todo o barulho em torno e a favor delas, não se explica o básico: quem forma essas listas? De que maneira elas são formadas? Quais os critérios utilizados para a sua formação? Os critérios para a formação dessas listas vai poder variar de partido para partido? Vai haver reunião de convencionais de cada partido para que eles, pelo voto, montem suas listas? O preto no branco nunca aparece, mas isso não importa no fazendão. Quando o assunto virar lei, o bordão vai se repetir: "é assim mesmo", agora não tem jeito de consertar.
NA ECONOMIA em tempos de marolinha que se revelou crise, busca-se também um novo paradigma no País - um novo modo de se fazer dinheiro (honestamente, diga-se de antemão). Como fazer dinheiro em qualquer época, seja ela de crise ou não? Comprando e vendendo produtos, contratando e oferecendo serviços. Trabalhando ainda mais, trabalhando ainda melhor. E qual é a melhor hora para fazer esse tipo de coisa? Nos fins de semana, nos feriados, antes ou depois do expediente.
NO BRASIL, as famosas, obsoletas, provocadoras de falência e intocáveis leis trabalhistas (também blindadas, é claro, pelo espesso véu de chumbo de uma cultura lusitana ainda enraizada, que a tudo obscurece) dão o recado: lojas, oficinas, bancos, etc todos fechados nos fins de semana, nos feriados, em todas as horas onde se tem gente andando pelas ruas e disposta a fazer negócio, ou seja, comprar, vender, contratar, ser contratada. A bola de neve da economia não rola bem desse jeito, e quem sai perdendo? Todos nós: o consumidor não tem ou não consegue achar o que precisa porque a loja está fechada; o dono da loja não fatura, o empregado não ganha; o (des)governo não arrecada; o Estado não investe; o País não vai pra frente. Com menos dinheiro circulando, escasseiam os empregos, reduz-se a produção, diminui-se o consumo. A roda da economia quase pára, ou gira ao contrário.
ESSA CIRANDA de ineficiência econômica (e de uma subliminar subjugação ao que há de pior em nossas origens) é velha. Anos atrás, quando eu frequentava a escola fundamental, uma rima era muito popular entre a garotada: "O Brasil é um País que vai pra frente; cortaram o pinto do índio pra fazer cachorro-quente!".
<< Página inicial