Amor ou paquera
PROTAGONISTA da comédia "Minhas Adoráveis Ex-Namoradas, em exibição no circuito nacional de cinemas, Connor Mead (Matthew McConaughey, de Um Amor de Tesouro) é um desses caras que transpiram canalhice.
COMO fotógrafo profissional, dedica sua vida a conquistar todo tipo de mulher que encontra pelo caminho. Sem escrúpulos ou remorso, não vê qualquer problema em terminar com suas amantes através de sua secretária ou por meio de uma conferência pela Internet.
QUANDO é convidado para o casamento de seu irmão caçula Paul (Breckin Meyer, de Garfield - O Filme), Connor pretende impedi-lo. Afinal, para o rapaz, o amor não passa de um refúgio para os feios e ignorantes e o casamento, um ritual que apenas difunde tudo isso.
PARA sua surpresa, ao chegar à festa, realizada na antiga mansão da família, Connor encontra o fantasma de Wayne (Michael Douglas), o boêmio e mulherengo tio que lhe ensinou todos os truques de conquistas. Após se mostrar arrependido de seus atos mundanos, o espectro alerta o rapaz sobre os três fantasmas que irão visitá-lo: as namoradas dos relacionamentos do passado, presente e futuro.
ESSSE É o mote desta espécie de paródia romântica do mais famoso conto natalino de Charles Dickens, Christmas Carol, em que o mal-humorado e avarento protagonista Ebenezer Scrooge é substituído pelo lascivo Connor Mead, por obra dos roteiristas Jon Lucas e Scott Moore (ambos de Surpresas do Amor).
UM TRAÇO que permanece da história original é o confronto do personagem principal com três espectros, levando-o a questionar-se sobre como suas escolhas de vida o levarão a um fim trágico e solitário. Enquanto o Sr. Scrooge entende que família, amigos e espiritualidade natalina são mais importantes do que o dinheiro, Connor deverá descobrir que o amor verdadeiro - e monogâmico - é imprescindível.
APSESAR de caricatural, McConaughey mostra-se bastante à vontade em seu papel de cafajeste em reabilitação. Porém, são os coadjuvantes que levantam o filme, como a namorada dos relacionamentos passados, Allison Vandermeersh (Emma Stone, de Superbad - É Hoje). Divertida, recebe os melhores diálogos, juntamente com os personagens de Michael Douglas e Jennifer Garner (aqui, o par romântico da história).
Dirigido por Mark Waters (de As Crônicas de Spiderwick) e concluído a toque de caixa para o Valentine's Day, dia dos namorados nos EUA celebrado 14 de fevereiro, o filme não poderia chegar em melhor momento ao Brasil. Embora previsível, Minhas Adoráveis Ex-Namoradas é eficiente como produto temático para ser assistido a dois.
E foi depois de uma sessão no Mutlplex da Barra da Tijuca, Região Oeste do Rio de Janeiro que me veio aà cabeça algumas reflexões da vida a dois - que resolvi compartilhar neste espaço.
APRENDEMOS a andar, a escrever, a nadar, a falar o nosso e outro(s) idiomas... Só que quando se trata de amor e sexo, pensamos que tudo deve acontecer instintivamente. Nada disso. O amor no racional, mas com a ajuda de algumas perguntas e respostas honestas e a orientadas por profissionais que estudam o comportamento humano, podemos aprender a nos relacionar melhor. Saber manter um bom relacionamento igual a aprender a andar de bicicleta. Na hora que você desvia a atenção do objetivo, você cai.
Encontrar um parceiro não é o principal problema. Estatsticas mostram que 90% da população acaba casando em algum momento da vida. Mas percebo que hoje as pessoas tem muita dificuldade de firmar um compromisso. O "deixar rolar" mostrou que as pessoas podem ter intimidade sem compromisso, e todas as fases do relacionamento ficaram mais instáveis. E esta instabilidade vem muito da facilidade com que temos hoje quando queremos abandonar uma relação. Ficou mais fácil se divorciar; nesta geração moramos juntos com mais rapidez, fazemos sexo com quem queremos na hora que bem entendemos. Porém, o "deixa rolar"' e a falta de compromisso tendem a ser algo dos mais jovens. A medida que envelhecemos, naturalmente preferemos ter algum para dividir as coisas.
POR OUTRO lado quem estiver infeliz em uma relação deve responder honestamente por que quer ficar ou por que quer sair daquela parceria. Não acho que os casais devam desistir do relacionamento no primeiro obstáculo. Dificuldades sãoo naturais e, na imensa maioria das vezes, superveis. Quem tem filhos sem dúvida deve fazer um esforo maior. No amor, como tudo na vida, existe a relação do custo-benefcio. Existe uma corrente na Psicologia que defende que um bom relacionamento deve ter cinco benefcios para cada custo. É lógico que alguns custos nunca vão ser compensados por benefícios, como no caso da violência doméstica e outros tipos de abuso.
UMA PESSOA precisa saber o que almeja de uma relação quanto a questõese que ultrapassam a faixa etária, religião, condição econômica, gênro, cor da pele, nacionalidade, indole e grau de escolaridade. Também, é importante escolher alguêm que tenha as características pessoais importantes para você. Ninguém muda com facilidade, é irreal começar uma relação contando que o outro vai se tornar mais sociável, deixar um vício, fazer faculdade e por aí vai. Além disso, ambos devem investir na relação de uma maneira equilibrada. Se um investe muito e o outro não investe nada, mais cedo ou mais tarde vão surgir ressentimentos. Por último, importante lembrar que divergências acontecem. Mas sua importência, a frequência com que aparecem e como o casal lida com as questões difíceis que vão fazer a diferença.
CADA PESSOA tem um estilo amoroso e isto dificilmente muda. Ou seja, para uns, é importante sentir aquela paixão logo no primeiro encontro. Para outros, a paixão surge mais devagar. Existem os que gostam de relações tempestuosas e emocionantes, enquanto outros preferem a calmaria. Estes estilos são realmente difíceis de mudar, já que definimos nosso estilo de apego no primeiro ano de vida. Porém, podemos dizer que as qualidades do outro demoram a ser conhecidas, é preciso querer investir naquela pessoa para conhecê-la bem. No incio, idealizamos demais o outro. Depois, subestimamos o poder do sexo e da intimidade. Quem quer construir uma relação deve ter coragem de entrar com os dois pés na canoa.
O NAMORO é um teste para saber se aquela relação vai dar certo ou no. Nada mais importante para construir a intimidade do que a conversa e a convivência. No geral, aquele flerte de fim de semana tem mais dificuldade do que aquele que tem um convívio maior. Porém, quem está na dvida se quer continuar com aquela pessoa, é desaconselhável morar junto com o parceiro. Vai por mim: quanto mais tempo morando junto, mais difcil sair da relação, mesmo quando ela já acabou. Também e aconselhável esperar o perodo da paixão passar para marcar o casamento. Acho que os casamentos relâmpagos muitas vezes acabam gerando relações problemáticas e tempestuosas.
COMO fotógrafo profissional, dedica sua vida a conquistar todo tipo de mulher que encontra pelo caminho. Sem escrúpulos ou remorso, não vê qualquer problema em terminar com suas amantes através de sua secretária ou por meio de uma conferência pela Internet.
QUANDO é convidado para o casamento de seu irmão caçula Paul (Breckin Meyer, de Garfield - O Filme), Connor pretende impedi-lo. Afinal, para o rapaz, o amor não passa de um refúgio para os feios e ignorantes e o casamento, um ritual que apenas difunde tudo isso.
PARA sua surpresa, ao chegar à festa, realizada na antiga mansão da família, Connor encontra o fantasma de Wayne (Michael Douglas), o boêmio e mulherengo tio que lhe ensinou todos os truques de conquistas. Após se mostrar arrependido de seus atos mundanos, o espectro alerta o rapaz sobre os três fantasmas que irão visitá-lo: as namoradas dos relacionamentos do passado, presente e futuro.
ESSSE É o mote desta espécie de paródia romântica do mais famoso conto natalino de Charles Dickens, Christmas Carol, em que o mal-humorado e avarento protagonista Ebenezer Scrooge é substituído pelo lascivo Connor Mead, por obra dos roteiristas Jon Lucas e Scott Moore (ambos de Surpresas do Amor).
UM TRAÇO que permanece da história original é o confronto do personagem principal com três espectros, levando-o a questionar-se sobre como suas escolhas de vida o levarão a um fim trágico e solitário. Enquanto o Sr. Scrooge entende que família, amigos e espiritualidade natalina são mais importantes do que o dinheiro, Connor deverá descobrir que o amor verdadeiro - e monogâmico - é imprescindível.
APSESAR de caricatural, McConaughey mostra-se bastante à vontade em seu papel de cafajeste em reabilitação. Porém, são os coadjuvantes que levantam o filme, como a namorada dos relacionamentos passados, Allison Vandermeersh (Emma Stone, de Superbad - É Hoje). Divertida, recebe os melhores diálogos, juntamente com os personagens de Michael Douglas e Jennifer Garner (aqui, o par romântico da história).
Dirigido por Mark Waters (de As Crônicas de Spiderwick) e concluído a toque de caixa para o Valentine's Day, dia dos namorados nos EUA celebrado 14 de fevereiro, o filme não poderia chegar em melhor momento ao Brasil. Embora previsível, Minhas Adoráveis Ex-Namoradas é eficiente como produto temático para ser assistido a dois.
E foi depois de uma sessão no Mutlplex da Barra da Tijuca, Região Oeste do Rio de Janeiro que me veio aà cabeça algumas reflexões da vida a dois - que resolvi compartilhar neste espaço.
APRENDEMOS a andar, a escrever, a nadar, a falar o nosso e outro(s) idiomas... Só que quando se trata de amor e sexo, pensamos que tudo deve acontecer instintivamente. Nada disso. O amor no racional, mas com a ajuda de algumas perguntas e respostas honestas e a orientadas por profissionais que estudam o comportamento humano, podemos aprender a nos relacionar melhor. Saber manter um bom relacionamento igual a aprender a andar de bicicleta. Na hora que você desvia a atenção do objetivo, você cai.
Encontrar um parceiro não é o principal problema. Estatsticas mostram que 90% da população acaba casando em algum momento da vida. Mas percebo que hoje as pessoas tem muita dificuldade de firmar um compromisso. O "deixar rolar" mostrou que as pessoas podem ter intimidade sem compromisso, e todas as fases do relacionamento ficaram mais instáveis. E esta instabilidade vem muito da facilidade com que temos hoje quando queremos abandonar uma relação. Ficou mais fácil se divorciar; nesta geração moramos juntos com mais rapidez, fazemos sexo com quem queremos na hora que bem entendemos. Porém, o "deixa rolar"' e a falta de compromisso tendem a ser algo dos mais jovens. A medida que envelhecemos, naturalmente preferemos ter algum para dividir as coisas.
POR OUTRO lado quem estiver infeliz em uma relação deve responder honestamente por que quer ficar ou por que quer sair daquela parceria. Não acho que os casais devam desistir do relacionamento no primeiro obstáculo. Dificuldades sãoo naturais e, na imensa maioria das vezes, superveis. Quem tem filhos sem dúvida deve fazer um esforo maior. No amor, como tudo na vida, existe a relação do custo-benefcio. Existe uma corrente na Psicologia que defende que um bom relacionamento deve ter cinco benefcios para cada custo. É lógico que alguns custos nunca vão ser compensados por benefícios, como no caso da violência doméstica e outros tipos de abuso.
UMA PESSOA precisa saber o que almeja de uma relação quanto a questõese que ultrapassam a faixa etária, religião, condição econômica, gênro, cor da pele, nacionalidade, indole e grau de escolaridade. Também, é importante escolher alguêm que tenha as características pessoais importantes para você. Ninguém muda com facilidade, é irreal começar uma relação contando que o outro vai se tornar mais sociável, deixar um vício, fazer faculdade e por aí vai. Além disso, ambos devem investir na relação de uma maneira equilibrada. Se um investe muito e o outro não investe nada, mais cedo ou mais tarde vão surgir ressentimentos. Por último, importante lembrar que divergências acontecem. Mas sua importência, a frequência com que aparecem e como o casal lida com as questões difíceis que vão fazer a diferença.
CADA PESSOA tem um estilo amoroso e isto dificilmente muda. Ou seja, para uns, é importante sentir aquela paixão logo no primeiro encontro. Para outros, a paixão surge mais devagar. Existem os que gostam de relações tempestuosas e emocionantes, enquanto outros preferem a calmaria. Estes estilos são realmente difíceis de mudar, já que definimos nosso estilo de apego no primeiro ano de vida. Porém, podemos dizer que as qualidades do outro demoram a ser conhecidas, é preciso querer investir naquela pessoa para conhecê-la bem. No incio, idealizamos demais o outro. Depois, subestimamos o poder do sexo e da intimidade. Quem quer construir uma relação deve ter coragem de entrar com os dois pés na canoa.
O NAMORO é um teste para saber se aquela relação vai dar certo ou no. Nada mais importante para construir a intimidade do que a conversa e a convivência. No geral, aquele flerte de fim de semana tem mais dificuldade do que aquele que tem um convívio maior. Porém, quem está na dvida se quer continuar com aquela pessoa, é desaconselhável morar junto com o parceiro. Vai por mim: quanto mais tempo morando junto, mais difcil sair da relação, mesmo quando ela já acabou. Também e aconselhável esperar o perodo da paixão passar para marcar o casamento. Acho que os casamentos relâmpagos muitas vezes acabam gerando relações problemáticas e tempestuosas.
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