Estado pulsante
RIO
DE JANEIRO (RJ) - O CRESCENTE processo de inserção do Brasil na economia
globalizada e a moderna tendência de fortalecimento da chamada "diplomacia federativa", que
contempla o envolvimento de governos não centrais nas relações internacionais,
levaram o governo do Estado de São Paulo a explicitar seus objetivos,
prioridades e metas específicas para a atuação da administração estadual nesse
setor.
SEGUNDO
as diretrizes aprovadas pelo governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin
(PSDB-SP), o maior comprometimento do Estado com atividades de caráter
internacional é uma imposição do papel de relevo desempenhado por São Paulo,
como entidade federativa, no cenário social, econômico, político e cultural da
comunidade planetária. O Estado de São Paulo tem a maior população do País,
mais de 21% do total, com quase 42 milhões de habitantes, equivalente à
população da Argentina. O Produto Interno Bruto (PIB) paulista, o maior da
Federação, é de mais de R$ 1 trilhão e tende a um crescimento anual de 4,5% até
2015, o que duplicaria o seu valor em 2030.
DESTE
modo, diz o documento, São Paulo é uma "das 20 maiores economias em nível mundial", é o "coração econômico da América do Sul",
e sua capital é "o centro financeiro
da região". Dada essa conjugação de fatores, o Estado "necessita estar preparado para atender às
novas demandas globais".
ESTE
documento define três objetivos gerais, desdobrados em prioridades e metas
específicas, a serem perseguidos pelo governo paulista em sua atuação no plano
internacional: promover o desenvolvimento sustentável do Estado, "harmonizando seus pilares econômicos, social
e ambiental e garantindo o bem-estar das futuras gerações"; "elevar o nível de participação do Estado de
São Paulo no contexto da intensificação do papel regional e global do Brasil";
e "contribuir para a governança
democrática e o desenvolvimento de parcerias entre os povos".
EM
seguida, definem-se as prioridades para cada um desses três objetivos gerais.
No que diz respeito à promoção do desenvolvimento sustentável, o documento
propõe, por exemplo, atingir, e, quando possível, superar, os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU); assegurar a
captação de empréstimos e financiamentos externos; adotar programas de
intercâmbio e cooperação nas áreas econômica, científica, técnica, tecnológica,
cultural e comercial; promover o Estado de São Paulo como destino turístico e
centro de cultura; qualificar a mão de obra e preparar os cidadãos paulistas
para a inserção nos mercados globais. Entre as metas específicas deste primeiro
objetivo está a de possibilitar, por meio da atração de investimentos
estrangeiros, a criação de 1,5 milhão de novos empregos até 2014.
NO
que diz respeito ao objetivo geral de elevar o nível de participação do Estado
na diplomacia federativa, uma das prioridades é tanto atuar em fóruns
internacionais como organizar ou apoiar a organização, em São Paulo, de eventos
internacionais "que reforcem o
posicionamento do Estado como ator estratégico para a inserção internacional do
Brasil". E entre as metas específicas alinham-se dezenas de
providências que vão desde a promoção de ações conjuntas com entidades
representativas das forças produtivas, como a Federação da Indústrias do Estado
de São Paulo (Fiesp), e a organização de missões ao Exterior, até "prestar assistência técnica e política à
candidatura de São Paulo à realização da Exposição Universal de 2020".
FINALMENTE,
ao tratar da contribuição do Estado "para
a governança democrática e o desenvolvimento de parcerias entre os povos",
o documento prioriza o multilateralismo na condução das relações entre os
países.
A
ELABORAÇÃO e a condução da política externa são da competência privativa da
Presidência da República. Mas, com as oportunidades criadas pela globalização e
as facilidades das comunicações instantâneas, um número cada vez maior de
atores não governamentais e subnacionais tem procurado influenciar a condução
dos negócios estrangeiros. O governo do Estado junta-se a essa corrente para
ampliar os canais de comunicação dos agentes econômicos e culturais do Estado
de São Paulo com o exterior.
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