Efeitos do crash de 2008
NO cotidiano de dezenas de milhões de desempregados a crise financeira iniciada em 2008 continua, embora a economia mundial deva crescer em torno de 4,5% em 2011 e 2012 e o setor privado volte a ser, gradualmente, o principal motor da atividade no mundo rico. Empregos, empregos, empregos, insistiu o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, expressando sua preocupação diante do quadro global. Mas empresas só contratam pessoal quando há uma razoável confiança na evolução dos negócios e na firmeza da economia. Ainda faltam essas condições na maior parte do mundo rico e a recuperação continua desequilibrada. A era pós-crise ainda não começou e novos desafios se impõem tanto aos países desenvolvidos quanto aos emergentes.
O BRASIL continua bem na grande foto da economia global, mas há sinais de superaquecimento na atividade e crescente risco de inflação descontrolada. Não há zonas de tranquilidade e mesmo os países emergentes, os mais dinâmicos e menos afetados pela crise financeira e pela recessão, têm problemas importantes pela frente. A América Latina (AL) tem dado exemplos de bom comportamento em política macroeconômica, algo dificilmente imaginável até os anos 1990. Mas nem por isso os sinais de alerta deixam de soar. Os fluxos de capitais são excessivos e forçam a valorização cambial, as contas externas se tornam mais vulneráveis e, em alguns casos, as pressões inflacionárias se agravam.
A SITUAÇÃO do México e de alguns países do América Central (AC) e do Caribe é peculiar, porque dependem muito mais do comércio com os Estados Unidos da América (EUA), cuja economia voltou a crescer, mas ainda está sujeita a riscos.
NOS EUA, como na maior parte do mundo rico, o sistema financeiro continua frágil, o mercado imobiliário permanece deprimido, consumidores estão endividados e as contas públicas estão em muito más condições. Ainda falta varrer o entulho da crise financeira e da recessão, mas um novo e sério problema - o enorme desarranjo das contas públicas - torna mais complicada e mais lenta a recuperação da economia.
A SEMI-INSOLVÊNCIA de alguns governos da periferia da Zona do Euro é apenas a parte mais visível e dramática de uma doença amplamente disseminada entre os países desenvolvidos. Em vários, a dívida pública supera o valor de todo o Produto Interno Bruto (PIB) de um ano. Em outros, essa marca será alcançada rapidamente.
ALGUNS países ricos precisarão neste ano de somas superiores a 20% do PIB para pagar os juros da dívida e cobrir o déficit primário de suas contas. Nos EEUA o dinheiro necessário foi estimado em 28,8% do PIB.
DE FATO se todos os cidadãos latino-americanos tivessem o senso de humor do ex-presidente da República, Luiz Inácio da Silva (PT-SP), estariam rindo às gargalhadas. Não é uma delícia ver os governos do mundo rico atolados numa crise fiscal? Mas a história não tem nenhuma graça. Primeiro, porque a crise das contas públicas afeta os mercados, dificulta a criação de empregos e prolonga o sacrifício de milhões de famílias. Segundo, porque as dificuldades econômicas nos principais mercados entravam o crescimento do comércio internacional e atrapalham as dinâmicas economias emergentes.
MAS o problema fiscal dos países desenvolvidos envolve outro conjunto de riscos. Se os governos fizerem o ajuste necessário, os juros poderão continuar baixos e o crédito internacional continuará farto. Isso cria problemas, como o excessivo fluxo de capital para alguns mercados, incluído o brasileiro. Mas, se o ajuste fiscal for adiado ou insuficiente, o financiamento das contas públicas forçará o aumento de juros nos principais mercados.
ISSO será um golpe muito perigoso para as empresas endividadas em moeda estrangeira - o alerta já foi dado pelo governo brasileiro - e os países emergentes pagarão mais para rolar seus débitos. Este segundo grupo de riscos é o mais grave para economias como brasileira.
VÁRIOS governos europeus iniciaram programas duros de ajuste fiscal. Nos EUA, o presidente da República, Barack Houssein Obama, apresentou um plano para cortar US$ 4 trilhões do déficit federal em 12 anos. Se os esforços de correção forem aplicados de forma ordenada e persistente, a recuperação global será mais segura. Este, em resumo, o balanço final da reunião do FMI, realizada na semana passada em Washington (EUA).
O BRASIL continua bem na grande foto da economia global, mas há sinais de superaquecimento na atividade e crescente risco de inflação descontrolada. Não há zonas de tranquilidade e mesmo os países emergentes, os mais dinâmicos e menos afetados pela crise financeira e pela recessão, têm problemas importantes pela frente. A América Latina (AL) tem dado exemplos de bom comportamento em política macroeconômica, algo dificilmente imaginável até os anos 1990. Mas nem por isso os sinais de alerta deixam de soar. Os fluxos de capitais são excessivos e forçam a valorização cambial, as contas externas se tornam mais vulneráveis e, em alguns casos, as pressões inflacionárias se agravam.
A SITUAÇÃO do México e de alguns países do América Central (AC) e do Caribe é peculiar, porque dependem muito mais do comércio com os Estados Unidos da América (EUA), cuja economia voltou a crescer, mas ainda está sujeita a riscos.
NOS EUA, como na maior parte do mundo rico, o sistema financeiro continua frágil, o mercado imobiliário permanece deprimido, consumidores estão endividados e as contas públicas estão em muito más condições. Ainda falta varrer o entulho da crise financeira e da recessão, mas um novo e sério problema - o enorme desarranjo das contas públicas - torna mais complicada e mais lenta a recuperação da economia.
A SEMI-INSOLVÊNCIA de alguns governos da periferia da Zona do Euro é apenas a parte mais visível e dramática de uma doença amplamente disseminada entre os países desenvolvidos. Em vários, a dívida pública supera o valor de todo o Produto Interno Bruto (PIB) de um ano. Em outros, essa marca será alcançada rapidamente.
ALGUNS países ricos precisarão neste ano de somas superiores a 20% do PIB para pagar os juros da dívida e cobrir o déficit primário de suas contas. Nos EEUA o dinheiro necessário foi estimado em 28,8% do PIB.
DE FATO se todos os cidadãos latino-americanos tivessem o senso de humor do ex-presidente da República, Luiz Inácio da Silva (PT-SP), estariam rindo às gargalhadas. Não é uma delícia ver os governos do mundo rico atolados numa crise fiscal? Mas a história não tem nenhuma graça. Primeiro, porque a crise das contas públicas afeta os mercados, dificulta a criação de empregos e prolonga o sacrifício de milhões de famílias. Segundo, porque as dificuldades econômicas nos principais mercados entravam o crescimento do comércio internacional e atrapalham as dinâmicas economias emergentes.
MAS o problema fiscal dos países desenvolvidos envolve outro conjunto de riscos. Se os governos fizerem o ajuste necessário, os juros poderão continuar baixos e o crédito internacional continuará farto. Isso cria problemas, como o excessivo fluxo de capital para alguns mercados, incluído o brasileiro. Mas, se o ajuste fiscal for adiado ou insuficiente, o financiamento das contas públicas forçará o aumento de juros nos principais mercados.
ISSO será um golpe muito perigoso para as empresas endividadas em moeda estrangeira - o alerta já foi dado pelo governo brasileiro - e os países emergentes pagarão mais para rolar seus débitos. Este segundo grupo de riscos é o mais grave para economias como brasileira.
VÁRIOS governos europeus iniciaram programas duros de ajuste fiscal. Nos EUA, o presidente da República, Barack Houssein Obama, apresentou um plano para cortar US$ 4 trilhões do déficit federal em 12 anos. Se os esforços de correção forem aplicados de forma ordenada e persistente, a recuperação global será mais segura. Este, em resumo, o balanço final da reunião do FMI, realizada na semana passada em Washington (EUA).
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