Nova gestão para a aviação civil
ESTA recente criação da Secretaria Extraordinária de Aviação Civil (SEAC), vinculada à Presidência da República do Brasil e que será responsável pelas mudanças no sistema aeroportuário brasileiro e na aviação civil em geral, constitui o primeiro passo da nova política para o setor anunciada pela presidente da República, Dilma Wana Rousseff (PT-RS) em entrevista neste final de Março à Imprensa e que, segundo Rousseff, inclui a participação da iniciativa privada, por meio de concessões dos serviços existentes e investimentos em novos aeroportos. "Estamos nos preparando para ter uma forte intervenção nos aeroportos", disse a presidente da República, em entrevista à nossa reportagem na última Quinta-feira, 24. "Vamos articular a expansão de aeroportos com recursos públicos e fazer concessões ao setor privado. Não temos preconceito contra nenhuma forma de expansão do investimento nessa área, como não tivemos nas rodovias", afirmou dona Rousseff.
A SEAC, criada por medida provisória (MP) publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) na semana passada, assumirá as funções no campo da aviação civil que eram de responsabilidade do Ministério da Defesa (MD). Assim, passam a se vincular à nova Secretaria, que tem status de Ministério, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o órgão regulador do setor, e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), responsável pela operação de 67 aeroportos no País, inclusive aqueles de maior movimento de cargas e passageiros.
ENTRE as atribuições da SEAC definidas pela MP está a de "elaborar e aprovar os planos de outorgas para exploração da infraestrutura aeroportuária". A nova Secretaria também poderá transferir para Estados, Distrito Federal (DF) e Municípios "a implantação, administração, operação, manutenção e exploração" de aeroportos. A MP estabelece que a SEAC terá 129 cargos, cria 100 vagas efetivas de controladores de tráfego aéreo e permite prorrogar, até 2016, os contratos de 160 controladores temporários que iriam ser demitidos.
CHEGOU a ser anunciada a escolha do ex-presidente do Banco do Brasil (BB), Rossano Maranhão, atualmente na direção de um banco privado, para chefiar a SEAC - e a presidente não desmentiu a informação, admitindo, na entrevista à nossa reportagem, que "nós o consideramos um excepcional executivo" -, mas a indicação não foi confirmada. Mesmo sem ter decidido quem vai chefiá-la, o governo enviou ao Congresso Nacional a medida provisória criando a SEAC. Agiu, nesse caso, com a presteza que a gravidade do problema impunha.
AS diversas crises no transporte aéreo - que têm sacrificado os passageiros nos últimos anos - às quais a Anac reagiu com atraso, e a lentidão na execução do plano de expansão e melhoria do sistema aeroportuário, de responsabilidade da Infraero, tornaram indispensável, e urgente, a mudança nas formas de gestão do setor. O rápido crescimento da demanda por transporte aéreo, que deve continuar e terá alguns momentos de picos no período de realização de grandes eventos internacionais no País, agravou o problema.
O SISTEMA aeroportuário hoje sofre as consequências da incompetência com que o governo Luiz Inácio da Silva (2003-10) administrou os programas de investimentos, apenas parcialmente executados. De R$ 6,7 bilhões que a Infraero dispôs para investir entre 2003 e 2010, só R$ 2,65 bilhões, ou menos de 40%, foram investidos. Por isso, a infraestrutura do setor não acompanhou o crescimento do mercado, daí resultando falta de capacidade operacional dos aeroportos e aglomerações nas áreas de passageiros.
AS obras que fazem parte da programação para a Copa do Mundo da Fifa de 2014 registram grande atraso. Dos investimentos de quase R$ 5,6 bilhões programados para aeroportos das 12 cidades que abrigarão os jogos da Copa da Fifa, somente R$ 302 milhões foram contratados e, desse valor, só R$ 132 milhões, ou 2,4% do investimento total programado, foram de fato aplicados.
E PARA justificar o baixíssimo índice de investimentos até agora, o governo tem dito que haverá grande concentração de obras aeroportuárias em 2012 e 2013. O que a história recente mostra é que, mesmo sem concentração de investimentos, a Infraero não conseguiu realizar o que precisava. Espera-se que, com as mudanças, consiga fazer bem mais.
A SEAC, criada por medida provisória (MP) publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) na semana passada, assumirá as funções no campo da aviação civil que eram de responsabilidade do Ministério da Defesa (MD). Assim, passam a se vincular à nova Secretaria, que tem status de Ministério, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o órgão regulador do setor, e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), responsável pela operação de 67 aeroportos no País, inclusive aqueles de maior movimento de cargas e passageiros.
ENTRE as atribuições da SEAC definidas pela MP está a de "elaborar e aprovar os planos de outorgas para exploração da infraestrutura aeroportuária". A nova Secretaria também poderá transferir para Estados, Distrito Federal (DF) e Municípios "a implantação, administração, operação, manutenção e exploração" de aeroportos. A MP estabelece que a SEAC terá 129 cargos, cria 100 vagas efetivas de controladores de tráfego aéreo e permite prorrogar, até 2016, os contratos de 160 controladores temporários que iriam ser demitidos.
CHEGOU a ser anunciada a escolha do ex-presidente do Banco do Brasil (BB), Rossano Maranhão, atualmente na direção de um banco privado, para chefiar a SEAC - e a presidente não desmentiu a informação, admitindo, na entrevista à nossa reportagem, que "nós o consideramos um excepcional executivo" -, mas a indicação não foi confirmada. Mesmo sem ter decidido quem vai chefiá-la, o governo enviou ao Congresso Nacional a medida provisória criando a SEAC. Agiu, nesse caso, com a presteza que a gravidade do problema impunha.
AS diversas crises no transporte aéreo - que têm sacrificado os passageiros nos últimos anos - às quais a Anac reagiu com atraso, e a lentidão na execução do plano de expansão e melhoria do sistema aeroportuário, de responsabilidade da Infraero, tornaram indispensável, e urgente, a mudança nas formas de gestão do setor. O rápido crescimento da demanda por transporte aéreo, que deve continuar e terá alguns momentos de picos no período de realização de grandes eventos internacionais no País, agravou o problema.
O SISTEMA aeroportuário hoje sofre as consequências da incompetência com que o governo Luiz Inácio da Silva (2003-10) administrou os programas de investimentos, apenas parcialmente executados. De R$ 6,7 bilhões que a Infraero dispôs para investir entre 2003 e 2010, só R$ 2,65 bilhões, ou menos de 40%, foram investidos. Por isso, a infraestrutura do setor não acompanhou o crescimento do mercado, daí resultando falta de capacidade operacional dos aeroportos e aglomerações nas áreas de passageiros.
AS obras que fazem parte da programação para a Copa do Mundo da Fifa de 2014 registram grande atraso. Dos investimentos de quase R$ 5,6 bilhões programados para aeroportos das 12 cidades que abrigarão os jogos da Copa da Fifa, somente R$ 302 milhões foram contratados e, desse valor, só R$ 132 milhões, ou 2,4% do investimento total programado, foram de fato aplicados.
E PARA justificar o baixíssimo índice de investimentos até agora, o governo tem dito que haverá grande concentração de obras aeroportuárias em 2012 e 2013. O que a história recente mostra é que, mesmo sem concentração de investimentos, a Infraero não conseguiu realizar o que precisava. Espera-se que, com as mudanças, consiga fazer bem mais.
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