Nada aprendeu e nada esqueceu!
A FACE oculta e reveladora da candidata governista à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT-RS), que sua propaganda eleitoral no Rádio e na TV tem escondido dos eleitores, se revelou numa entrevista concedida em Porto Alegre (RS) dias atrás, que, em artigo publicado na última Sexta-feira pelo Jornal O Estado de S. Paulo (O Estadão), o economista Rogério Werneck considerou um desabafo "desoladoramente esclarecedor", mas cuja repercussão não correspondeu à sua importância.
DILMA Rousseff tem uma visão sobre a gestão do dinheiro público que deveria preocupar os eleitores-contribuintes. "O papo de ajuste fiscal é a coisa mais atrasada que tem. Não se faz ajuste fiscal porque se acha bonito. Faz porque precisa. E eu quero saber: com a inflação sob controle, com a dívida pública caindo e com a economia crescendo, vou fazer ajuste para contentar a quem? Quem ganha com isso? O povo não ganha", afirmou Dilma, em rápida entrevista à reportagem do Jornal O GLOBO durante sua passagem pela Capital gaucha.
NA visão da representante do lulo-petismo, ações de ajuste fiscal sempre vieram acompanhadas "dos maiores aumentos tributários" e de medidas de gestão de caixa, como cortes lineares de gastos e atraso na devolução de créditos tributários, que provocaram a redução dos investimentos em infraestrutura, saneamento, habitação, etc.
TEM-SE de levar em conta que não é de hoje que dona Rousseff se irrita quando ouve falar em necessidade de ajuste de longo prazo da estrutura de despesas do governo federal, para evitar o crescimento do déficit público, sem que, para isso, seja necessário aumentar a carga tributária, como ela tem aumentado ao longo da gestão Luiz Inácio da Silva (2003-10).
CINCO anos atrás, quando o então ministro de Estado da Fazenda, Antonio Palocci Filho (PT-SP), e o ministro de Estado do Planejamento Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo (PT-SC) - que continua no cargo -, apresentaram um plano de longo prazo que garantiria a redução progressiva do déficit nominal, até sua eliminação, e da dívida pública, por meio do controle mais rigoroso das despesas - pois isso era necessário para assegurar a credibilidade da política fiscal do governo petista -, Rousseff, então ocupando a chefia do Gabinete Civil da Presidência da República, tratou de desmontar com truculência a iniciativa de seus companheiros de governo. Em entrevista ao Jornal O GLOBO, considerou o plano "rudimentar" e disse que "o debate é absolutamente desqualificado".
DEPOIS disso, mudou o vocabulário - ajuste fiscal virou "coisa atrasada" -, mas não sua visão. Pior para o contribuinte.
COMO demonstrou Werneck no citado artigo para O Estadão, Rousseff não consegue entender que, no atual regime fiscal, os gastos crescem mais do que o Produto Interno Bruto (PIB). As contas públicas só fecham graças ao aumento contínuo da carga tributária. Se esse regime não mudar, por meio de um ajuste fiscal profundo que tanto desagrada à candidata petista, os contribuintes estarão condenados a pagar cada vez mais impostos - até um momento em que esse método se tornará insuportável - ou a dívida pública crescerá de tal modo que trará de volta todos os problemas que o País enfrentou até 1994.
A CANDIDATA governista tem apontado para a queda constante da dívida pública em relação ao PIB como prova da eficácia do atual regime fiscal. Mas, além de omitir o contínuo aumento da carga tributária que sustenta esse regime, ignora também o fato de que, por meio de artimanhas contábeis, o governo desviou para o cofre do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) dinheiro proveniente da emissão de dívida do Tesouro Nacional (TN) sem que esse dinheiro fosse contabilizado na dívida líquida da União Federal.
E ESTA elevação contínua dos gastos públicos, sobretudo com o custeio da máquina pública, alimenta a demanda e impõe uma sobrecarga extra à política monetária na contenção das pressões inflacionárias, ou seja, exige juros mais altos. Se reduzisse os gastos, o governo abriria espaço para um alívio na política monetária.
CONCLUINDO, a manutenção do crescimento acelerado da economia exige o aumento da poupança interna, e as contas nacionais revelam que quem mais pode aumentar a poupança é o governo. Ou seja, se gastar menos com custeio, o governo pode aumentar sua margem para investir, pois ajuste fiscal, ao contrário do que supõe a representante do Partido dos Trabalhadores (PT), não significa corte de investimentos.
RESUMINDO, como observou Werneck, em matéria de ajuste fiscal, da candidata Dilma Rousseff pode-se dizer o que se disse dos Bourbons: nada aprendeu e nada esqueceu.
DILMA Rousseff tem uma visão sobre a gestão do dinheiro público que deveria preocupar os eleitores-contribuintes. "O papo de ajuste fiscal é a coisa mais atrasada que tem. Não se faz ajuste fiscal porque se acha bonito. Faz porque precisa. E eu quero saber: com a inflação sob controle, com a dívida pública caindo e com a economia crescendo, vou fazer ajuste para contentar a quem? Quem ganha com isso? O povo não ganha", afirmou Dilma, em rápida entrevista à reportagem do Jornal O GLOBO durante sua passagem pela Capital gaucha.
NA visão da representante do lulo-petismo, ações de ajuste fiscal sempre vieram acompanhadas "dos maiores aumentos tributários" e de medidas de gestão de caixa, como cortes lineares de gastos e atraso na devolução de créditos tributários, que provocaram a redução dos investimentos em infraestrutura, saneamento, habitação, etc.
TEM-SE de levar em conta que não é de hoje que dona Rousseff se irrita quando ouve falar em necessidade de ajuste de longo prazo da estrutura de despesas do governo federal, para evitar o crescimento do déficit público, sem que, para isso, seja necessário aumentar a carga tributária, como ela tem aumentado ao longo da gestão Luiz Inácio da Silva (2003-10).
CINCO anos atrás, quando o então ministro de Estado da Fazenda, Antonio Palocci Filho (PT-SP), e o ministro de Estado do Planejamento Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo (PT-SC) - que continua no cargo -, apresentaram um plano de longo prazo que garantiria a redução progressiva do déficit nominal, até sua eliminação, e da dívida pública, por meio do controle mais rigoroso das despesas - pois isso era necessário para assegurar a credibilidade da política fiscal do governo petista -, Rousseff, então ocupando a chefia do Gabinete Civil da Presidência da República, tratou de desmontar com truculência a iniciativa de seus companheiros de governo. Em entrevista ao Jornal O GLOBO, considerou o plano "rudimentar" e disse que "o debate é absolutamente desqualificado".
DEPOIS disso, mudou o vocabulário - ajuste fiscal virou "coisa atrasada" -, mas não sua visão. Pior para o contribuinte.
COMO demonstrou Werneck no citado artigo para O Estadão, Rousseff não consegue entender que, no atual regime fiscal, os gastos crescem mais do que o Produto Interno Bruto (PIB). As contas públicas só fecham graças ao aumento contínuo da carga tributária. Se esse regime não mudar, por meio de um ajuste fiscal profundo que tanto desagrada à candidata petista, os contribuintes estarão condenados a pagar cada vez mais impostos - até um momento em que esse método se tornará insuportável - ou a dívida pública crescerá de tal modo que trará de volta todos os problemas que o País enfrentou até 1994.
A CANDIDATA governista tem apontado para a queda constante da dívida pública em relação ao PIB como prova da eficácia do atual regime fiscal. Mas, além de omitir o contínuo aumento da carga tributária que sustenta esse regime, ignora também o fato de que, por meio de artimanhas contábeis, o governo desviou para o cofre do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) dinheiro proveniente da emissão de dívida do Tesouro Nacional (TN) sem que esse dinheiro fosse contabilizado na dívida líquida da União Federal.
E ESTA elevação contínua dos gastos públicos, sobretudo com o custeio da máquina pública, alimenta a demanda e impõe uma sobrecarga extra à política monetária na contenção das pressões inflacionárias, ou seja, exige juros mais altos. Se reduzisse os gastos, o governo abriria espaço para um alívio na política monetária.
CONCLUINDO, a manutenção do crescimento acelerado da economia exige o aumento da poupança interna, e as contas nacionais revelam que quem mais pode aumentar a poupança é o governo. Ou seja, se gastar menos com custeio, o governo pode aumentar sua margem para investir, pois ajuste fiscal, ao contrário do que supõe a representante do Partido dos Trabalhadores (PT), não significa corte de investimentos.
RESUMINDO, como observou Werneck, em matéria de ajuste fiscal, da candidata Dilma Rousseff pode-se dizer o que se disse dos Bourbons: nada aprendeu e nada esqueceu.
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