“É a economia, estúpido!”
NOSSOS indicadores econômicos mostram que as atividades estão em rápido crescimento, visível nos dados gerais sobre crédito, investimento e uso da capacidade industrial, consumo e aumento da renda, e também nos dados sobre a demanda de energia elétrica, transporte aéreo, consumo de gás e até na dificuldade da construção civil de contratar pessoal. Recordes de arrecadação tributária e de emprego formal, divulgados na última Quinta-feira, 16, confirmam esse ritmo.
E COM a inflação próxima de zero, em Julho e Agosto, a disposição de consumir aumentou, mostraram os dados coletados em recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o comércio varejista. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central, divulgado na última Quarta-feira, 15, registrou crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,24% entre Junho e Julho, depois da queda de 0,03% entre Maio e Junho. O departamento econômico da holding Itaú-Unibanco S/A apontou, no mesmo dia, para um número maior - estimando o crescimento do PIB em 0,4%, em Julho. Em artigo publicado no último dia 16 no Jornal O GLOBO, o economista Roberto Macedo, Professor Associado da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), estimou que o PIB cresça 8,2%, bastando que siga "daqui para frente apenas seu padrão sazonal".
ENTRE os bimestres Julho/Agosto de 2009 e 2010, a arrecadação federal cresceu 15,32%, já deflacionada pelo IPCA, atingindo R$ 62 bilhões, em Agosto último, e R$ 513,8 bilhões, nos primeiros oito meses do ano (contra R$ 432 bilhões, em 2009), com destaque para a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), indicativos do grau de atividade econômica, do crédito e do consumo. O nível de utilização da capacidade estimado pela FGV superou os 85%, em agosto, muito próximo dos níveis pré-crise de 2008.
O EMPREGO industrial cresceu durante seis meses consecutivos, atingindo 5,4% entre Julho de 2009 e Julho de 2010, a melhor marca da história, segundo o IBGE. Em São Paulo, conforme os cálculos da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (FIESP), o crescimento foi de 4,79%, na mesma base de comparação, e de 7,49%, neste ano, o que corresponde à geração de 180 mil novos cargos.
MAIS expressivos ainda foram os dados divulgados na última Quinta-feira, 16, do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e do Emprego, indicando que foram contratados, em agosto, 299,4 mil trabalhadores com carteira assinada e 1,95 milhão nos primeiros oito meses do ano. Entre Janeiro e Agosto os serviços abriram 679 mil vagas; a indústria de transformação, 506 mil; e a construção civil, 308 mil, bem acima do comércio, com 237 mil. Em 12 meses, foram criados 2.269 milhões de empregos formais.
TODOS esses casos são indicadores de que a demanda continuará aquecida, impulsionada também por crédito a juros nominais estáveis ou declinantes e prazos longos, de até 8 anos, no caso das vendas de automóveis. O otimismo dos consumidores, registrado nas últimas pesquisas da FGV e da Confederação Nacional do Comércio (CNC), alcançou os maiores níveis históricos e também projeta confiança no futuro da economia nacional.
PORÉM, ao lado de todo esse otimismo, há sinais de que o ritmo atual de atividade poderá não ser sustentável: o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor mostrou alta de 11,5%, em Agosto, comparativamente a Agosto de 2009 - foi o maior crescimento na relação anual, desde 2005. É possível que parte dos consumidores já tenha comprometido a renda mais do que pode, contando com seu aumento contínuo.
E ALÉM da oferta de crédito e do aumento do dinheiro em circulação, o governo tem adotado decisões liberalizantes como o reajuste extraordinário das aposentadorias e pensões pagas pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para os que ganham mais de um salário mínimo, pago em Agosto, retroativamente a Janeiro, e a antecipação, para 23,1 milhões de aposentados, de metade do 13º, nos pagamentos de Agosto último.
É FATO que o crescimento econômico tem tudo a ver com facilidades monetárias e creditícias e com o aumento do emprego e renda. Obstáculos poderão vir do exterior, se um novo mergulho recessivo global afetar as exportações brasileiras ou se surgirem sinais de uma volta da inflação, por ora presentes, apenas, em índices como o Índice Geral de Preços Médios (IGP-M), que subiu 0,99% na primeira pesquisa deste mês, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), de 0,31%, na segunda semana do mês, e o IGP-10, com aumento de 1,12%.
DE QUALQUER forma vale a releitura da histórica frase atribuída ao então presidente da República dos Estados Unidos da América (EUA), Bill Clinton, dirigindo-se a um de seus assessores da campanha eleitoral da reeleição em meados dos anos 1990: “É a economia, estúpido!”.
E COM a inflação próxima de zero, em Julho e Agosto, a disposição de consumir aumentou, mostraram os dados coletados em recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o comércio varejista. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central, divulgado na última Quarta-feira, 15, registrou crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,24% entre Junho e Julho, depois da queda de 0,03% entre Maio e Junho. O departamento econômico da holding Itaú-Unibanco S/A apontou, no mesmo dia, para um número maior - estimando o crescimento do PIB em 0,4%, em Julho. Em artigo publicado no último dia 16 no Jornal O GLOBO, o economista Roberto Macedo, Professor Associado da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), estimou que o PIB cresça 8,2%, bastando que siga "daqui para frente apenas seu padrão sazonal".
ENTRE os bimestres Julho/Agosto de 2009 e 2010, a arrecadação federal cresceu 15,32%, já deflacionada pelo IPCA, atingindo R$ 62 bilhões, em Agosto último, e R$ 513,8 bilhões, nos primeiros oito meses do ano (contra R$ 432 bilhões, em 2009), com destaque para a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), indicativos do grau de atividade econômica, do crédito e do consumo. O nível de utilização da capacidade estimado pela FGV superou os 85%, em agosto, muito próximo dos níveis pré-crise de 2008.
O EMPREGO industrial cresceu durante seis meses consecutivos, atingindo 5,4% entre Julho de 2009 e Julho de 2010, a melhor marca da história, segundo o IBGE. Em São Paulo, conforme os cálculos da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (FIESP), o crescimento foi de 4,79%, na mesma base de comparação, e de 7,49%, neste ano, o que corresponde à geração de 180 mil novos cargos.
MAIS expressivos ainda foram os dados divulgados na última Quinta-feira, 16, do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e do Emprego, indicando que foram contratados, em agosto, 299,4 mil trabalhadores com carteira assinada e 1,95 milhão nos primeiros oito meses do ano. Entre Janeiro e Agosto os serviços abriram 679 mil vagas; a indústria de transformação, 506 mil; e a construção civil, 308 mil, bem acima do comércio, com 237 mil. Em 12 meses, foram criados 2.269 milhões de empregos formais.
TODOS esses casos são indicadores de que a demanda continuará aquecida, impulsionada também por crédito a juros nominais estáveis ou declinantes e prazos longos, de até 8 anos, no caso das vendas de automóveis. O otimismo dos consumidores, registrado nas últimas pesquisas da FGV e da Confederação Nacional do Comércio (CNC), alcançou os maiores níveis históricos e também projeta confiança no futuro da economia nacional.
PORÉM, ao lado de todo esse otimismo, há sinais de que o ritmo atual de atividade poderá não ser sustentável: o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor mostrou alta de 11,5%, em Agosto, comparativamente a Agosto de 2009 - foi o maior crescimento na relação anual, desde 2005. É possível que parte dos consumidores já tenha comprometido a renda mais do que pode, contando com seu aumento contínuo.
E ALÉM da oferta de crédito e do aumento do dinheiro em circulação, o governo tem adotado decisões liberalizantes como o reajuste extraordinário das aposentadorias e pensões pagas pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para os que ganham mais de um salário mínimo, pago em Agosto, retroativamente a Janeiro, e a antecipação, para 23,1 milhões de aposentados, de metade do 13º, nos pagamentos de Agosto último.
É FATO que o crescimento econômico tem tudo a ver com facilidades monetárias e creditícias e com o aumento do emprego e renda. Obstáculos poderão vir do exterior, se um novo mergulho recessivo global afetar as exportações brasileiras ou se surgirem sinais de uma volta da inflação, por ora presentes, apenas, em índices como o Índice Geral de Preços Médios (IGP-M), que subiu 0,99% na primeira pesquisa deste mês, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), de 0,31%, na segunda semana do mês, e o IGP-10, com aumento de 1,12%.
DE QUALQUER forma vale a releitura da histórica frase atribuída ao então presidente da República dos Estados Unidos da América (EUA), Bill Clinton, dirigindo-se a um de seus assessores da campanha eleitoral da reeleição em meados dos anos 1990: “É a economia, estúpido!”.
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