Agarrem o mentor!
É! QUANTO mais se acumulam as evidências de que alguém da sala e cozinha do Partido dos Trabalhadores (PT) é o mentor do crime continuado da devassa na Receita Federal do Brasil, de dados sigilosos de aliados e familiares do candidato oposicionista à Presidência da República, José Serra (PSDB-SP), tanto mais o vosso guia, Luiz Inácio da Silva (PT-SP), apela para o escárnio. É assim, desenvolto diante da exposição das novas baixezas de sua gente, que ele procura desqualificar as denúncias de que as violações tinham a única serventia de reunir material que pudesse ser utilizado contra os adversários da candidata governista, Dilma Rousseff (PT-RS).
DESDE o episódio do mensalão, empreendido pelo petismo no triênio 2003-05, para cá, essa atitude só se acentuou. Na eclosão daquele escândalo da compra de votos no Congresso Nacional, em 2005, “O-CARA!” ficou batendo na tecla de que não sabia de nada e que, de mais a mais, o que a companheirada tinha aprontado - diluído na versão de que tudo se resumia a um caso de montagem de caixa 2 - era o que se fazia comumente na política brasileira. Depois, propagou e mandou propagar a confortável teoria de que as acusações eram parte de uma "conspiração das elites" para apeá-lo do poder. Mas não chegou a zombar acintosamente das revelações que iriam ficar gravadas na história de seu partido político.
JÁ EM 2006, quando a polícia detonou a tentativa de um grupo de petistas, entre eles o churrasqueiro preferido do vosso guia, de comprar um falso dossiê contra o mesmo Zé Serra, então candidato a governador do Estado de São Paulo, “O-CARA!” incorporou ao léxico político nacional o termo "aloprados" com que, para mascarar a gravidade do episódio, se referiu aos participantes da torpeza. Agora, enquanto escondia a sua escolhida - acusada pelo candidato oposicionista como responsável, em última instância, pela fabricação de novo dossiê com os documentos subtraídos do Fisco -, Luiz Inácio da Silva se abandonou ao cinismo.
NA última Quarta-feira, 08, em um comício realizado em Betim (MG), tendo ao lado a candidata governista, Dilma Rousseff, “O-CARA!” acusou Serra de transformar a família em vítima. Ou seja, o que vitimou a filha do candidato da Oposição não foi a comprovada captura de suas declarações de renda por um personagem do submundo do PT, mas o "baixo nível" da campanha do pai, que tratou do escândalo no horário de propaganda eleitoral. E ele o teria feito porque "o bicho está em uma raiva só" diante dos resultados desfavoráveis das pesquisas eleitorais. "É próprio de quem não sabe nadar e se debate até morrer afogado", desdenhou.
O AUGE da avacalhação - para usar uma palavra decerto ao gosto do palanqueiro Luiz Inácio da Silva - foi ele perguntar retoricamente: "Cadê esse tal de sigilo que não apareceu até agora? Cadê os vazamentos?" Se é da filha de Serra que ele falava, o sigilo vazou para os diversos blogs que representam o lullismo na Internet e que publicaram informações a seu respeito que só poderiam ter sido obtidas a partir do acesso ilícito aos seus dados fiscais. E o vosso presidente da República sabe disso desde Janeiro, quando o ainda governador do Estado de São Paulo, José Serra, o alertou para a "armação" contra seus familiares na Internet. Confrontado com o fato, “O-CARA!” disse, sem ruborizar-se, ter coisas mais sérias para cuidar do que das "dores de cotovelo do Serra".
E SE, no comício e, Betim, a sua pergunta farsesca tratava das outras pessoas ligadas ao candidato, como, em especial, o vice-presidente do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Eduardo Jorge Caldas Pereira (PSDB-SP), o sigilo vazou para membros do chamado "grupo de inteligência" da candidatura Rousseff. No caso de Eduardo Jorge, aliás, a invasão não se limitou à delegacia da Receita em Mauá (SP), no ABCD Paulista, a primeira cena identificada do crime. Há doze dias, a reportagem do Jornal O Estado de S. Paulo (O Estadão) revelou que um analista tributário lotado em Formiga (MG), Gilberto Souza Amarante, acessou dez vezes em um mesmo dia os dados cadastrais do vice-presidente do PSDB. O servidor público mineiro é filiado ao PT desde 2001.
NINGUÉM mais do que Luiz Inácio da Silva, com o seu imitigado deboche, há de ter contribuído tanto para a "maria-mole moral" em que este grande e bobo País atolou, na apropriada expressão do jurista Carlos Ari Sundfeld. Nem a bonança econômica nem os avanços sociais podem obscurecer o perverso legado do lullismo. Por minar os fundamentos das instituições democráticas, essa é hoje a mais desafiadora questão política nacional.
DESDE o episódio do mensalão, empreendido pelo petismo no triênio 2003-05, para cá, essa atitude só se acentuou. Na eclosão daquele escândalo da compra de votos no Congresso Nacional, em 2005, “O-CARA!” ficou batendo na tecla de que não sabia de nada e que, de mais a mais, o que a companheirada tinha aprontado - diluído na versão de que tudo se resumia a um caso de montagem de caixa 2 - era o que se fazia comumente na política brasileira. Depois, propagou e mandou propagar a confortável teoria de que as acusações eram parte de uma "conspiração das elites" para apeá-lo do poder. Mas não chegou a zombar acintosamente das revelações que iriam ficar gravadas na história de seu partido político.
JÁ EM 2006, quando a polícia detonou a tentativa de um grupo de petistas, entre eles o churrasqueiro preferido do vosso guia, de comprar um falso dossiê contra o mesmo Zé Serra, então candidato a governador do Estado de São Paulo, “O-CARA!” incorporou ao léxico político nacional o termo "aloprados" com que, para mascarar a gravidade do episódio, se referiu aos participantes da torpeza. Agora, enquanto escondia a sua escolhida - acusada pelo candidato oposicionista como responsável, em última instância, pela fabricação de novo dossiê com os documentos subtraídos do Fisco -, Luiz Inácio da Silva se abandonou ao cinismo.
NA última Quarta-feira, 08, em um comício realizado em Betim (MG), tendo ao lado a candidata governista, Dilma Rousseff, “O-CARA!” acusou Serra de transformar a família em vítima. Ou seja, o que vitimou a filha do candidato da Oposição não foi a comprovada captura de suas declarações de renda por um personagem do submundo do PT, mas o "baixo nível" da campanha do pai, que tratou do escândalo no horário de propaganda eleitoral. E ele o teria feito porque "o bicho está em uma raiva só" diante dos resultados desfavoráveis das pesquisas eleitorais. "É próprio de quem não sabe nadar e se debate até morrer afogado", desdenhou.
O AUGE da avacalhação - para usar uma palavra decerto ao gosto do palanqueiro Luiz Inácio da Silva - foi ele perguntar retoricamente: "Cadê esse tal de sigilo que não apareceu até agora? Cadê os vazamentos?" Se é da filha de Serra que ele falava, o sigilo vazou para os diversos blogs que representam o lullismo na Internet e que publicaram informações a seu respeito que só poderiam ter sido obtidas a partir do acesso ilícito aos seus dados fiscais. E o vosso presidente da República sabe disso desde Janeiro, quando o ainda governador do Estado de São Paulo, José Serra, o alertou para a "armação" contra seus familiares na Internet. Confrontado com o fato, “O-CARA!” disse, sem ruborizar-se, ter coisas mais sérias para cuidar do que das "dores de cotovelo do Serra".
E SE, no comício e, Betim, a sua pergunta farsesca tratava das outras pessoas ligadas ao candidato, como, em especial, o vice-presidente do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Eduardo Jorge Caldas Pereira (PSDB-SP), o sigilo vazou para membros do chamado "grupo de inteligência" da candidatura Rousseff. No caso de Eduardo Jorge, aliás, a invasão não se limitou à delegacia da Receita em Mauá (SP), no ABCD Paulista, a primeira cena identificada do crime. Há doze dias, a reportagem do Jornal O Estado de S. Paulo (O Estadão) revelou que um analista tributário lotado em Formiga (MG), Gilberto Souza Amarante, acessou dez vezes em um mesmo dia os dados cadastrais do vice-presidente do PSDB. O servidor público mineiro é filiado ao PT desde 2001.
NINGUÉM mais do que Luiz Inácio da Silva, com o seu imitigado deboche, há de ter contribuído tanto para a "maria-mole moral" em que este grande e bobo País atolou, na apropriada expressão do jurista Carlos Ari Sundfeld. Nem a bonança econômica nem os avanços sociais podem obscurecer o perverso legado do lullismo. Por minar os fundamentos das instituições democráticas, essa é hoje a mais desafiadora questão política nacional.
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