Cinema verdade!
ERA MAIO de 2006, Domingo – Dia das Mães! O diretor de Cinema, Sergio Rezende estava assistindo o programa "Fantástico" (TV GLOBO, Domingo às 21H), à espera de uma reportagem sobre o filme "Zuzu Angel". Mas, para sua decepção, o programa fora invadido por outro tema: os ataques da facção criminosa PCC. A reportagem sobre o filme "Zuzu Angel" perdera o espaço no horário nobre daquele Domingo. "Não posso reclamar. Ganhei outro filme", diz o diretor de "Salve Geral", ficção produzida sobre "o dia em que São Paulo parou", como diz o subtítulo. Agora, com a estréia de hoje no circuito comercial de Cinema País afora, o noticiário promete beneficiá-lo.
REZENDE, diretor afeito aos, digamos, "grandes temas" ("Lamarca", "Guerra de Canudos"), também está convicto de que o real mantém o efeito-ímã. "As pessoas querem ouvir histórias próximas a elas. Todo mundo em São Paulo tem uma história para contar sobre aquele dia", diz. "A ficção joga as pessoas numa experiência emocional e faz com que revivam aquilo de outra maneira. Tentei dar uma dimensão fora da realidade para a realidade".
O "FORA da realidade" é representado, sobretudo, pela personagem interpretado pela atriz Andrea Beltrão (TV GLOBO) - uma professora de piano que, por uma fatalidade, vê o filho ser preso. Com o destino virado do avesso, ela se envolve com o líder do PCC. "É uma pessoa comum que, de repente, é tomada por acontecimentos sobre os quais não tem controle", define Beltrão. A história dessa mãe tentando salvar o filho alinhava o enredo de "Salve Geral" (GLOBOFILMES, 2009).
À PARTE Andréa Beltrão, quase todo o elenco do filme – incluindo os atores Denise Weinberg e Lee Thalor - veio do teatro paulistano. Mas, curiosamente, diretor, produtor e distribuidor são cariocas e, nas 11 semanas de filmagem, houve apenas 12 dias de filmagens em São Paulo. Das ruas aos ataques a delegacias e ônibus, foi quase tudo feito em Paulínia e Campinas. As bandeiras do PCC foram fincadas num presídio do Rio de Janeiro.
“SALVE GERAL” foi escolhido para representar o Brasil na corrida pelo Oscar de melhor filme estrangeiro. A produção tem estréia em todo o País marcada para esta Sexta-feira, 02, com exibição para o grande público.
E ONTEM, no Fórum Criminal da Barra Funda, teve início o julgamento dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC). "Pedi para ver o filme, mas não consegui. Se há personagens reais, eles podem influenciar no julgamento", antecipa-se o promotor do caso, Carlos Talarico. "Não podemos desprezar um filme de R$ 10 milhões de reais". Na verdade, de R$ 9 milhões - R$ 2 milhões destinados ao lançamento. Os ventos do marketing parecem soprar a favor do filme.
O MARKETING do real e da polêmica, por outro lado, suscita uma dúvida. O público não está fatigado dos tiros e das grades? "Uma pesquisa mostrou que o filme baseado em fatos reais é um dos gêneros preferidos do brasileiro", rebate Bruno Wainer, distribuidor do filme. “Deixa gritarem. Só ajuda na promoção", ensina o diretor Hector Babenco ("Pixote", "Carandiru"), experimentado no bafafá que filmes calcados na violência costumam gerar. "Se um filme pretende ser, ao menos em parte, uma obra de arte, o realizador não deve se importar com as cobranças que possa vir a receber", completa Fernando Meirelles ("Cidade de Deus").
REZENDE, diretor afeito aos, digamos, "grandes temas" ("Lamarca", "Guerra de Canudos"), também está convicto de que o real mantém o efeito-ímã. "As pessoas querem ouvir histórias próximas a elas. Todo mundo em São Paulo tem uma história para contar sobre aquele dia", diz. "A ficção joga as pessoas numa experiência emocional e faz com que revivam aquilo de outra maneira. Tentei dar uma dimensão fora da realidade para a realidade".
O "FORA da realidade" é representado, sobretudo, pela personagem interpretado pela atriz Andrea Beltrão (TV GLOBO) - uma professora de piano que, por uma fatalidade, vê o filho ser preso. Com o destino virado do avesso, ela se envolve com o líder do PCC. "É uma pessoa comum que, de repente, é tomada por acontecimentos sobre os quais não tem controle", define Beltrão. A história dessa mãe tentando salvar o filho alinhava o enredo de "Salve Geral" (GLOBOFILMES, 2009).
À PARTE Andréa Beltrão, quase todo o elenco do filme – incluindo os atores Denise Weinberg e Lee Thalor - veio do teatro paulistano. Mas, curiosamente, diretor, produtor e distribuidor são cariocas e, nas 11 semanas de filmagem, houve apenas 12 dias de filmagens em São Paulo. Das ruas aos ataques a delegacias e ônibus, foi quase tudo feito em Paulínia e Campinas. As bandeiras do PCC foram fincadas num presídio do Rio de Janeiro.
“SALVE GERAL” foi escolhido para representar o Brasil na corrida pelo Oscar de melhor filme estrangeiro. A produção tem estréia em todo o País marcada para esta Sexta-feira, 02, com exibição para o grande público.
E ONTEM, no Fórum Criminal da Barra Funda, teve início o julgamento dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC). "Pedi para ver o filme, mas não consegui. Se há personagens reais, eles podem influenciar no julgamento", antecipa-se o promotor do caso, Carlos Talarico. "Não podemos desprezar um filme de R$ 10 milhões de reais". Na verdade, de R$ 9 milhões - R$ 2 milhões destinados ao lançamento. Os ventos do marketing parecem soprar a favor do filme.
O MARKETING do real e da polêmica, por outro lado, suscita uma dúvida. O público não está fatigado dos tiros e das grades? "Uma pesquisa mostrou que o filme baseado em fatos reais é um dos gêneros preferidos do brasileiro", rebate Bruno Wainer, distribuidor do filme. “Deixa gritarem. Só ajuda na promoção", ensina o diretor Hector Babenco ("Pixote", "Carandiru"), experimentado no bafafá que filmes calcados na violência costumam gerar. "Se um filme pretende ser, ao menos em parte, uma obra de arte, o realizador não deve se importar com as cobranças que possa vir a receber", completa Fernando Meirelles ("Cidade de Deus").
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