Viés conservador
A DECIDIR manter a Taxa Selic em 8,75% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) não nos surpreendeu, dada a quase unanimidade no mercado sobre esse posicionamento da autoridade monetária.
PORÉM, o comunicado da reunião trouxe novidades. Lembra que as perspectivas para a inflação continuam alinhadas com sua meta, registra que a flexibilização da política monetária teve os efeitos esperados e que a ociosidade dos fatores de produção (o nível de utilização da capacidade de produção - UCI) permite uma retomada da atividade econômica sem inflação.
TODAVIA, há no vocabulário usado pelo Copom uma expressão nova que reafirma a intenção das autoridades de manter por muito tempo a Taxa Selic: “Horizonte relevante”.
TAÍ UMA expressão que pode ter interpretações diferentes. É tradição, entre as autoridades monetárias em todo o mundo, não modificar a taxa básica de juros na véspera de campanha eleitoral, como a que “O-CARA” teima em antecipar todo dia. Assim, pode-se pensar que a Taxa Selic, salvo causas excepcionais, não se modificará antes de Outubro de 2010. Foi em razão dessa perspectiva que o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACESP), Alencar Burti, com uma firmeza que não tiveram outros presidentes de entidades de classe, declarou que “analisando os mercados, eu comecei a compreender Henrique Meirelles e passei a defendê-lo”.
A MÁGICA palavra “relevante” poderia ter outra interpretação, se precedida da palavra “fato” (no lugar de “horizonte”). Acredita-se que na visão do Copom foi proposital deixar essa dúvida.
NESSA atual conjuntura econômica, a grande preocupação das autoridades monetárias deve estar na expansão monetária que as decisões demagógicas do governo estão favorecendo. O Copom foi sempre muito cauteloso nas críticas à política do governo marcada por uma expansão preocupante das “transferências governamentais”, que poderão desencadear um novo surto inflacionista.
CERTAMENTE seria desejável que na ata da reunião as autoridades monetárias manifestassem mais enfaticamente sua preocupação acerca desse assunto. Em entrevista aos jornalistas William Wack e Christiane Pelajo para o Jornal da Globo (TV GLOBO), o presidente do BC, Henrique Meirelles, reconheceu que cabe ao Copom não apenas cuidar da inflação, mas também da política fiscal.
FINALMENTE, é bem oportuno lembrar que não é só com a Taxa Selic que o BC administra a política monetária: os depósitos compulsórios representam um instrumento usado até agora com excessiva prudência, mas que continua a existir.
PORÉM, o comunicado da reunião trouxe novidades. Lembra que as perspectivas para a inflação continuam alinhadas com sua meta, registra que a flexibilização da política monetária teve os efeitos esperados e que a ociosidade dos fatores de produção (o nível de utilização da capacidade de produção - UCI) permite uma retomada da atividade econômica sem inflação.
TODAVIA, há no vocabulário usado pelo Copom uma expressão nova que reafirma a intenção das autoridades de manter por muito tempo a Taxa Selic: “Horizonte relevante”.
TAÍ UMA expressão que pode ter interpretações diferentes. É tradição, entre as autoridades monetárias em todo o mundo, não modificar a taxa básica de juros na véspera de campanha eleitoral, como a que “O-CARA” teima em antecipar todo dia. Assim, pode-se pensar que a Taxa Selic, salvo causas excepcionais, não se modificará antes de Outubro de 2010. Foi em razão dessa perspectiva que o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACESP), Alencar Burti, com uma firmeza que não tiveram outros presidentes de entidades de classe, declarou que “analisando os mercados, eu comecei a compreender Henrique Meirelles e passei a defendê-lo”.
A MÁGICA palavra “relevante” poderia ter outra interpretação, se precedida da palavra “fato” (no lugar de “horizonte”). Acredita-se que na visão do Copom foi proposital deixar essa dúvida.
NESSA atual conjuntura econômica, a grande preocupação das autoridades monetárias deve estar na expansão monetária que as decisões demagógicas do governo estão favorecendo. O Copom foi sempre muito cauteloso nas críticas à política do governo marcada por uma expansão preocupante das “transferências governamentais”, que poderão desencadear um novo surto inflacionista.
CERTAMENTE seria desejável que na ata da reunião as autoridades monetárias manifestassem mais enfaticamente sua preocupação acerca desse assunto. Em entrevista aos jornalistas William Wack e Christiane Pelajo para o Jornal da Globo (TV GLOBO), o presidente do BC, Henrique Meirelles, reconheceu que cabe ao Copom não apenas cuidar da inflação, mas também da política fiscal.
FINALMENTE, é bem oportuno lembrar que não é só com a Taxa Selic que o BC administra a política monetária: os depósitos compulsórios representam um instrumento usado até agora com excessiva prudência, mas que continua a existir.
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