Por quê não te calas?!...
PARATY (RJ) – SEMPRE esteve entre os muitos planos anunciados por Luiz Inácio da Silva (PT-SP), para quando desencarnasse da Presidência da República (2003-10) - o que, a depender dele, não acontecerá enquanto a sua apadrinhada Dilma Wana Rousseff (PT-RS) ocupar a cadeira que ele já ocupou por oito longos anos - estava o de desmontar a "farsa" do Mensalão. Em 2005, quando o escândalo irrompeu, com a denúncia do então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) de que o Partido dos Trabalhadores (PT) montara um esquema para comprar deputados federais a fim de que votassem conforme os interesse de seu governo, primeiro Luiz Inácio da Silva calou-se. Depois, temendo o estrago que o escândalo poderia acarretar para a sua reeleição no ano seguinte, declarou-se traído, sem dizer por quem, e exortou o seu PT a pedir desculpas aos brasileiros "por práticas inaceitáveis, das quais nunca tive conhecimento".
AQUELA fase de contrição durou pouco. Logo inventou a "explicação" de que o PT apenas fizera o que era comum na política nacional - manter um caixa 2 -, quando o problema de fundo era o repasse desses recursos clandestinos para corromper o Congresso Nacional. Com a agravante de que parte da bolada vinha de empresas públicas e estatais, numa operação conduzida com maestria pelo afinal famoso lobista mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza. Na versão inventada por Luiz Inácio da Silva, no entanto, as malfeitorias foram infladas, quando não fabricadas pela Oposição, em conluio com a "mídia golpista", para derrubá-lo da Presidência da República.
E A esse conto da carochinha ele continuou recorrendo mesmo depois que, em pleno ano eleitoral de 2006, o então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, nomeado por ele, produziu um dos mais devastadores e fundamentados libelos já levados ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nele, pediu a abertura de processo contra 40 suspeitos de envolvimento com a "sofisticada organização criminosa", liderada pelo então ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu (PT-SP) - o "chefe da quadrilha". Luiz Inácio da Silva tampouco mordeu a língua quando, no ano seguinte, o STF acolheu a denúncia contra os citados, e o ministro Joaquim Barbosa, também indicado à Corte por ele, começou a tocar a ação da qual foi designado relator, com empenho e independência.
AGORA, a "farsa" de Luiz Inácio da Silva tornou a ser exposta em sua inteireza. O procurador-geral Roberto Gurgel, que sucedera a Antonio Fernando e acabou de ser mantido para um segundo mandato pela presidente da República, Dilma Rousseff, pediu na última Quinta-feira, 07, ao STF que condene à prisão 36 dos 40 denunciados por crimes que incluem formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
HOJE são 36 porque, no decorrer do processo, um dos indiciados (José Janene, ex-tesoureiro do Partido Progressista) faleceu e outro (Sílvio Pereira, ex-secretário geral do PT, um dos líderes do esquema) se livrou do processo em troca do cumprimento de pena alternativa. Além disso, por falta de provas, Gurgel pediu a absolvição de um certo Antonio Lamas - irmão do réu Jacinto Lamas (PR-SP), ex-tesoureiro do antigo Partido Liberal (PL), que agora atende pela alcunha de Partido da República (PR) - e do ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Luiz Gushiken (PT-SP). A denúncia contra ele, por coautoria em desvios atribuídos à diretoria de marketing do Banco do Brasil S/A (BB), havia sido acolhida por um voto de diferença apenas. Para o procurador-geral não há nem sequer indícios de sua participação nas apontadas falcatruas.
MAS essa é uma boa notícia para o ex-presidente da República que instalara o velho companheiro no Palácio do Planalto, o resto da peça de Gurgel é só tristeza. Ele subscreveu o trabalho do antecessor em termos irrefutáveis.
AQUELE comprovado plano criminoso para a compra de votos de parlamentares no Congresso Nacional representa, segundo ele, a "mais grave agressão aos valores democráticos que se possa conceber". E tudo, deliberadamente, para "fortalecer um projeto de poder do PT de longo prazo". É de calar a boca até de um boquirroto como Luiz Inácio da Silva. O problema é o que se anunciava já desde a abertura do processo, há quatro anos. Trata-se de julgar o processo antes que ocorra a prescrição de crimes como aquele de formação de quadrilha, de que é acusada a antiga cúpula petista, além do ex-comissário Zé Dirceu, seu parceiro Marcos Valério e o notório deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), de volta à cena este mês no escândalo do Ministério dos Transportes que levou à demissão do então ministro de Estado, Alfredo Nascimento.
AQUELA fase de contrição durou pouco. Logo inventou a "explicação" de que o PT apenas fizera o que era comum na política nacional - manter um caixa 2 -, quando o problema de fundo era o repasse desses recursos clandestinos para corromper o Congresso Nacional. Com a agravante de que parte da bolada vinha de empresas públicas e estatais, numa operação conduzida com maestria pelo afinal famoso lobista mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza. Na versão inventada por Luiz Inácio da Silva, no entanto, as malfeitorias foram infladas, quando não fabricadas pela Oposição, em conluio com a "mídia golpista", para derrubá-lo da Presidência da República.
E A esse conto da carochinha ele continuou recorrendo mesmo depois que, em pleno ano eleitoral de 2006, o então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, nomeado por ele, produziu um dos mais devastadores e fundamentados libelos já levados ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nele, pediu a abertura de processo contra 40 suspeitos de envolvimento com a "sofisticada organização criminosa", liderada pelo então ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu (PT-SP) - o "chefe da quadrilha". Luiz Inácio da Silva tampouco mordeu a língua quando, no ano seguinte, o STF acolheu a denúncia contra os citados, e o ministro Joaquim Barbosa, também indicado à Corte por ele, começou a tocar a ação da qual foi designado relator, com empenho e independência.
AGORA, a "farsa" de Luiz Inácio da Silva tornou a ser exposta em sua inteireza. O procurador-geral Roberto Gurgel, que sucedera a Antonio Fernando e acabou de ser mantido para um segundo mandato pela presidente da República, Dilma Rousseff, pediu na última Quinta-feira, 07, ao STF que condene à prisão 36 dos 40 denunciados por crimes que incluem formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
HOJE são 36 porque, no decorrer do processo, um dos indiciados (José Janene, ex-tesoureiro do Partido Progressista) faleceu e outro (Sílvio Pereira, ex-secretário geral do PT, um dos líderes do esquema) se livrou do processo em troca do cumprimento de pena alternativa. Além disso, por falta de provas, Gurgel pediu a absolvição de um certo Antonio Lamas - irmão do réu Jacinto Lamas (PR-SP), ex-tesoureiro do antigo Partido Liberal (PL), que agora atende pela alcunha de Partido da República (PR) - e do ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Luiz Gushiken (PT-SP). A denúncia contra ele, por coautoria em desvios atribuídos à diretoria de marketing do Banco do Brasil S/A (BB), havia sido acolhida por um voto de diferença apenas. Para o procurador-geral não há nem sequer indícios de sua participação nas apontadas falcatruas.
MAS essa é uma boa notícia para o ex-presidente da República que instalara o velho companheiro no Palácio do Planalto, o resto da peça de Gurgel é só tristeza. Ele subscreveu o trabalho do antecessor em termos irrefutáveis.
AQUELE comprovado plano criminoso para a compra de votos de parlamentares no Congresso Nacional representa, segundo ele, a "mais grave agressão aos valores democráticos que se possa conceber". E tudo, deliberadamente, para "fortalecer um projeto de poder do PT de longo prazo". É de calar a boca até de um boquirroto como Luiz Inácio da Silva. O problema é o que se anunciava já desde a abertura do processo, há quatro anos. Trata-se de julgar o processo antes que ocorra a prescrição de crimes como aquele de formação de quadrilha, de que é acusada a antiga cúpula petista, além do ex-comissário Zé Dirceu, seu parceiro Marcos Valério e o notório deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), de volta à cena este mês no escândalo do Ministério dos Transportes que levou à demissão do então ministro de Estado, Alfredo Nascimento.
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