Os fantasmas de Santo André
O DESFECHO, outro dia, do julgamento do primeiro dos sete acusados do sequestro e assassínio do então prefeito municipal de Santo André (SP), na Região do ABCD-Paulista, o sociólogo Celso Daniel (PT-SP), em Janeiro de 2002, fez justiça à convicção do Ministério Público (MP) do Estado de São Paulo, de que ele não foi vítima de um crime comum, como sustenta a polícia paulista, mas de um crime político - encomendado, no dizer do promotor da Justiça, Francisco Cembranelli, "por uma corja de malfeitores, verdadeira máfia, alojada na administração petista".
O CONSELHO de sentença que considerou culpado o réu Marcos Roberto Bispo dos Santos, condenado a 18 anos de prisão em regime fechado, acolheu por unanimidade todos os seis quesitos formulados por Cembranelli. Um deles pedia que o júri, composto por cinco mulheres e dois homens reunidos no Fórum de Itapecerica da Serra (SP) se manifestasse sobre a tese de que o crime foi cometido mediante paga e promessa de recompensa.
É DE fato inverossímil que a captura de Daniel tenha sido iniciativa de uma quadrilha especializada em sequestrar pessoas de posses para obtenção de resgate. Na versão policial, os sequestradores teriam confundido o prefeito com um empresário que atuava na Ceagesp. Decidiram executá-lo ao descobrir, pelo noticiário da TV, a identidade de sua presa. À época, Daniel coordenava o programa de governo do então pré-candidato à Presidência da República, Luiz Inácio da Silva (PT-SP) e era tido já então como nome certo para o seu eventual Ministério.
AO percorrer diligentemente os meandros da tragédia, o MP encontrou um crime dentro de outro. Tratava-se do esquema de cobrança de propina de empresas que prestavam ou desejassem prestar serviços ao município de Santo André. A operação - de que o prefeito assassinado estava ciente - era capitaneada pelo seu ex-segurança e amigo próximo Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”. Daniel se insurgiu contra o esquema apenas quando soube que parte do butim era embolsada por Sérgio Gomes e associados. Todo o produto das extorsões deveria ser repassado à direção nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) para forrar o “caixa 2” (“recursos não contabilizados” como diria o ex-tesoureiro, Delúbio Soares) do petismo.
ESSE peculiar senso ético de Daniel - que decerto ele compartilhava com a companheirada, dado o que se passava e viria a se passar em outras prefeituras municipais controladas pelo PT - custou-lhe a vida. Os procuradores da Justiça apuraram que, diante da decisão de Daniel de pôr fim ao pedágio espúrio no município, Gomes resolveu eliminá-lo. A Polícia, embora dissociasse uma coisa da outra, não contestou as evidências de corrupção recolhidas pelo MP. Nem poderia.
CONFORME o testemunho dos irmãos de Daniel, o “Sombra” entregava o dinheiro ao secretário de governo do município de Santo André, que se incumbia de levá-lo ao presidente do partido. O secretário era Gilberto Carvalho (PT-SP), que viria a ser chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio da Silva e seu mais íntimo colaborador. Agora indicado para assumir a Secretaria-Geral da Presidência da República a partir de Primeiro de Janeiro, no governo da presidente eleita Dilma Wana Rousseff (PT-RS). Carvalho figura como réu em um processo por improbidade administrativa na Justiça do Estado de São Paulo. O presidente do PT era o então deputado federal, José Dirceu (PT-SP), que viria a ser o "capitão do time" de Luiz Inácio da Silva. Além de ter cassado o seu mandato parlamentar, está sendo processado no Supremo Tribunal Federal (STF) como principal articulador do Mensalão (2003-05).
NESTE julgamento, Cembranelli destacou que as somas extorquidas em Santo André se destinavam a abastecer campanhas petistas, "inclusive na primeira eleição do presidente Luiz Inácio da Silva". Segundo ele, "o PT depositava todas as fichas naquela campanha. Os recursos passaram a ser captados de maneira mais portentosa". Cembranelli abordou ainda um aspecto do caso que até aqui não parecia claro: por que, antes de matá-lo, os sequestradores torturaram o prefeito nos dois cativeiros para onde foi levado? A sua execução não seria suficiente para o que o “Sombra” teria pretendido?
CELSO Daniel foi seviciado, apontou Cembranelli, para que revelasse onde estava um dossiê, presumivelmente compilado por ele, "com informações contra integrantes do PT". Até hoje não se sabe o que foi feito da papelada. Mas Cembranelli lembrou que Carvalho foi visto em companhia de outro petista, o vereador Klinger Sousa, saindo do apartamento do prefeito no dia seguinte ao sequestro. "Celso Daniel foi varrido por uma trama macabra", afirmou Cembranelli. "Virou obstáculo, um estorvo". Talvez não apenas para os “Sombras”.
DANIEL começou a atrapalhar com sua ética o caixa que estava recolhendo fundos para a campanha presidencial de Luiz Inácio da Silva. Seu assassinato não intimidou a fúria arrecadatória para que PT finaliza-se seu intento, conseguir todo dinheiro possível para transformar Luiz Inácio da Silva em presidente da República, o que configura responsabilidade direta do “CARA!” na morte do prefeito, já que o achaque contra empresas de Santo André para engordar o caixa 2 continuaram mesmo após o crime. Gilberto Carvalho braço direito do “CARA!” esteve no apartamento da vitima um dia após o crime para recolher o dossiê que comprometiam a todos inclusive o vosso guia, por isso sua morte esta longe de ser crime comum. Está na cara que o crime foi encomendado, só que ninguém nesse grande e bobo País parece ter culhões para chegar ao “CARA!” e dizer foi você o mandante, está preso!
O CONSELHO de sentença que considerou culpado o réu Marcos Roberto Bispo dos Santos, condenado a 18 anos de prisão em regime fechado, acolheu por unanimidade todos os seis quesitos formulados por Cembranelli. Um deles pedia que o júri, composto por cinco mulheres e dois homens reunidos no Fórum de Itapecerica da Serra (SP) se manifestasse sobre a tese de que o crime foi cometido mediante paga e promessa de recompensa.
É DE fato inverossímil que a captura de Daniel tenha sido iniciativa de uma quadrilha especializada em sequestrar pessoas de posses para obtenção de resgate. Na versão policial, os sequestradores teriam confundido o prefeito com um empresário que atuava na Ceagesp. Decidiram executá-lo ao descobrir, pelo noticiário da TV, a identidade de sua presa. À época, Daniel coordenava o programa de governo do então pré-candidato à Presidência da República, Luiz Inácio da Silva (PT-SP) e era tido já então como nome certo para o seu eventual Ministério.
AO percorrer diligentemente os meandros da tragédia, o MP encontrou um crime dentro de outro. Tratava-se do esquema de cobrança de propina de empresas que prestavam ou desejassem prestar serviços ao município de Santo André. A operação - de que o prefeito assassinado estava ciente - era capitaneada pelo seu ex-segurança e amigo próximo Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”. Daniel se insurgiu contra o esquema apenas quando soube que parte do butim era embolsada por Sérgio Gomes e associados. Todo o produto das extorsões deveria ser repassado à direção nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) para forrar o “caixa 2” (“recursos não contabilizados” como diria o ex-tesoureiro, Delúbio Soares) do petismo.
ESSE peculiar senso ético de Daniel - que decerto ele compartilhava com a companheirada, dado o que se passava e viria a se passar em outras prefeituras municipais controladas pelo PT - custou-lhe a vida. Os procuradores da Justiça apuraram que, diante da decisão de Daniel de pôr fim ao pedágio espúrio no município, Gomes resolveu eliminá-lo. A Polícia, embora dissociasse uma coisa da outra, não contestou as evidências de corrupção recolhidas pelo MP. Nem poderia.
CONFORME o testemunho dos irmãos de Daniel, o “Sombra” entregava o dinheiro ao secretário de governo do município de Santo André, que se incumbia de levá-lo ao presidente do partido. O secretário era Gilberto Carvalho (PT-SP), que viria a ser chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio da Silva e seu mais íntimo colaborador. Agora indicado para assumir a Secretaria-Geral da Presidência da República a partir de Primeiro de Janeiro, no governo da presidente eleita Dilma Wana Rousseff (PT-RS). Carvalho figura como réu em um processo por improbidade administrativa na Justiça do Estado de São Paulo. O presidente do PT era o então deputado federal, José Dirceu (PT-SP), que viria a ser o "capitão do time" de Luiz Inácio da Silva. Além de ter cassado o seu mandato parlamentar, está sendo processado no Supremo Tribunal Federal (STF) como principal articulador do Mensalão (2003-05).
NESTE julgamento, Cembranelli destacou que as somas extorquidas em Santo André se destinavam a abastecer campanhas petistas, "inclusive na primeira eleição do presidente Luiz Inácio da Silva". Segundo ele, "o PT depositava todas as fichas naquela campanha. Os recursos passaram a ser captados de maneira mais portentosa". Cembranelli abordou ainda um aspecto do caso que até aqui não parecia claro: por que, antes de matá-lo, os sequestradores torturaram o prefeito nos dois cativeiros para onde foi levado? A sua execução não seria suficiente para o que o “Sombra” teria pretendido?
CELSO Daniel foi seviciado, apontou Cembranelli, para que revelasse onde estava um dossiê, presumivelmente compilado por ele, "com informações contra integrantes do PT". Até hoje não se sabe o que foi feito da papelada. Mas Cembranelli lembrou que Carvalho foi visto em companhia de outro petista, o vereador Klinger Sousa, saindo do apartamento do prefeito no dia seguinte ao sequestro. "Celso Daniel foi varrido por uma trama macabra", afirmou Cembranelli. "Virou obstáculo, um estorvo". Talvez não apenas para os “Sombras”.
DANIEL começou a atrapalhar com sua ética o caixa que estava recolhendo fundos para a campanha presidencial de Luiz Inácio da Silva. Seu assassinato não intimidou a fúria arrecadatória para que PT finaliza-se seu intento, conseguir todo dinheiro possível para transformar Luiz Inácio da Silva em presidente da República, o que configura responsabilidade direta do “CARA!” na morte do prefeito, já que o achaque contra empresas de Santo André para engordar o caixa 2 continuaram mesmo após o crime. Gilberto Carvalho braço direito do “CARA!” esteve no apartamento da vitima um dia após o crime para recolher o dossiê que comprometiam a todos inclusive o vosso guia, por isso sua morte esta longe de ser crime comum. Está na cara que o crime foi encomendado, só que ninguém nesse grande e bobo País parece ter culhões para chegar ao “CARA!” e dizer foi você o mandante, está preso!
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