“O Bem Amado”: atual e debochado retrato do Brasil “profundo” e desprezível
Los Angeles (EUA) – SAÍ ainda a pouco de uma sala de Cinema de Hollywood, uma sala especializada em exibir produções do Brasil. Fui assistir a sessão premier de “O Bem Amado” - uma produção da GLOBOFILMES que estréia no circuito comercial ai do Brasil na próxima Sexta-feira, 23. O filme é uma das estreias brasileiras mais aguardadas dos últimos anos. E faz jus à fama. Depois do sucesso na TV GLOBO (nos anos 1970 e 1980) e no Teatro, aporta agora no Cinema. Com produção da poderosa Paula Lavigne, direção do irrequieto Guel Arraes - quem também assina parte do roteiro junto com Claudio Paiva -, com música de Caetano Veloso e um elenco estrelado pelos competentes Marco Nanini, Tonico Pereira, Zezé Polessa, Andrea Beltrão, Drica Moraes, Bruno Garcia, Caio Blat e Edmilson Borges.
A SINOPSE de “O Bem Amado” é muito atual. Escrito na década de 1960, a peça no original configurava bem o painel político da época e ainda o configura nos nossos dias atuais. A história do prefeito corrupto, Odorico Paraguaçu que desvia dinheiro público para a construção de um monumental cemitério na fictícia cidadezinha do litoral baiano, a Sucupira, que até então não o tinha. Como todo político enfrenta a Oposição, aqui ela é representada por ninguém menos que o ator Tonico Pereira no papel de Vladmir, sendo também redator-chefe do jornal “A Trombeta”. Depois de um ano de construído o cemitério não é inaugurado, porque não há mortos na cidade. O que causa frustração no prefeito do município e alegria na Oposição, que usa como argumento sua campanha.
DE FATO esta é uma produção que tem a cara do Cinema Brasileiro e da presente situação do Brasil em época eleitoral. O texto do saudoso teatrólogo Dias Gomes foi muito bem adaptado por Guel Arraes e Claudio Paiva; fazendo uso de expressões como “know-how cangacista”, ou “despido streap teasicamente”, ou até mesmo “sujeito bifacial”; coisas que só Odorico Paraguaçu poderia falar. Causando na plateia gargalhadas e reflexões.
“O BEM Amado” é mais que entretenimento, é denúncia. Mostra também um ciclo de maus governantes (sai o sujo e entra o mal lavado). E ficou claro que o elenco foi escolhido à ‘dedo’. Não imaginei esse filme sendo estrelado por outro elenco. Todos os atores estão afinadíssimos em cena. Com exceção da bela atriz Maria Flor, que está apagadíssima, sendo desnecessária sua aparição. Aliás, o casal de enamorados formado pelos atores Maria Flor e Caio Blat é totalmente dispensável. As narrativas de Blat, porém se tornaram muito bem construídas, mostrando a configuração da situação política. Edmilson Borges brilha como o coveiro que quando bêbado toma partido da Oposição e quando sóbrio é o mais fiel empregado do prefeito, uma pequena alusão ao personagem brechtiano senhor Puntilla, de peça homônima.
A NARRATIVA conduzida pelo diretor Guel Arraes transforma “O Bem Amado” num grande espetáculo cinematográfico. Se utilizando de diferentes recursos narrativos para contar a história divertidamente.
UMA delas é a eterna fotonovela, que garante muitas risadas. A trilha sonora, figurino, montagem e direção de arte são impecáveis, embasbacando o mais crítico dos críticos. O filme tecnicamente é perfeito. Em tempos de eleição, “O Bem Amado” deve ser decretado como obrigatório para todo o eleitor. Uma das principais estreias brasileiras no Cinema neste ano, sem sobras de dúvidas.
A SINOPSE de “O Bem Amado” é muito atual. Escrito na década de 1960, a peça no original configurava bem o painel político da época e ainda o configura nos nossos dias atuais. A história do prefeito corrupto, Odorico Paraguaçu que desvia dinheiro público para a construção de um monumental cemitério na fictícia cidadezinha do litoral baiano, a Sucupira, que até então não o tinha. Como todo político enfrenta a Oposição, aqui ela é representada por ninguém menos que o ator Tonico Pereira no papel de Vladmir, sendo também redator-chefe do jornal “A Trombeta”. Depois de um ano de construído o cemitério não é inaugurado, porque não há mortos na cidade. O que causa frustração no prefeito do município e alegria na Oposição, que usa como argumento sua campanha.
DE FATO esta é uma produção que tem a cara do Cinema Brasileiro e da presente situação do Brasil em época eleitoral. O texto do saudoso teatrólogo Dias Gomes foi muito bem adaptado por Guel Arraes e Claudio Paiva; fazendo uso de expressões como “know-how cangacista”, ou “despido streap teasicamente”, ou até mesmo “sujeito bifacial”; coisas que só Odorico Paraguaçu poderia falar. Causando na plateia gargalhadas e reflexões.
“O BEM Amado” é mais que entretenimento, é denúncia. Mostra também um ciclo de maus governantes (sai o sujo e entra o mal lavado). E ficou claro que o elenco foi escolhido à ‘dedo’. Não imaginei esse filme sendo estrelado por outro elenco. Todos os atores estão afinadíssimos em cena. Com exceção da bela atriz Maria Flor, que está apagadíssima, sendo desnecessária sua aparição. Aliás, o casal de enamorados formado pelos atores Maria Flor e Caio Blat é totalmente dispensável. As narrativas de Blat, porém se tornaram muito bem construídas, mostrando a configuração da situação política. Edmilson Borges brilha como o coveiro que quando bêbado toma partido da Oposição e quando sóbrio é o mais fiel empregado do prefeito, uma pequena alusão ao personagem brechtiano senhor Puntilla, de peça homônima.
A NARRATIVA conduzida pelo diretor Guel Arraes transforma “O Bem Amado” num grande espetáculo cinematográfico. Se utilizando de diferentes recursos narrativos para contar a história divertidamente.
UMA delas é a eterna fotonovela, que garante muitas risadas. A trilha sonora, figurino, montagem e direção de arte são impecáveis, embasbacando o mais crítico dos críticos. O filme tecnicamente é perfeito. Em tempos de eleição, “O Bem Amado” deve ser decretado como obrigatório para todo o eleitor. Uma das principais estreias brasileiras no Cinema neste ano, sem sobras de dúvidas.
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