E Lost já é passado!
PARA não soltar spoilers do último episódio e pensar melhor no que escrever sobre o desfecho do tele-seriado norte-americano Lost, decidi escrever esta crítica hoje, após a exibição do capítulo final no canal de TV AXN, no Brasil. Assim, 72 horas depois de ver o desfecho derradeiro do teleseriado, me sinto um pouco mais a vontade para falar do tão esperado fim.
CONFESSO que nutria a mais baixa expectativa para o epílogo daquela historia. Sabia que, de certa forma, seria decepcionante. Impossível satisfazer por completo o fã que acompanhou a saga na ilha por seis anos. Mas, enfim, havia jurado para mim mesmo que não seria muito exigente com Damon Lindelof caso o desfecho não me deixasse completamente feliz.
ENTRETANTO, o que eu não esperava é que Lindelof tivesse enganado os jornalistas especializados, os fãs e até Stephen King por tantos anos. Lembro-me que, lá no início da série, Lindelof já havia afirmado que os sobreviventes não estavam mortos e que purgatório não era a explicação para a série. Eu acreditei nele e passei seis anos afirmando a todos que sugeriam um destes dois desfechos que “não, eles não estão mortos nem no purgatório”. Bem, acreditei numa mentira e isso me chateou bastante. Fiquei mais chateado pela sustentação desta mentira por parte dos produtores do que pelo fim, digamos, preguiçoso da série.
E BEM antes que os fãs ardorosos me crucifiquem, o fim de Lost não foi de todo ruim. Teria sido melhor se os produtores não tivessem negado o desfecho espiritualista da trama nem tivessem jogado no lixo todas as teorias científicas que pipocaram em fóruns no ciberespaço. Afinal, para que toda a trama da viagem no tempo? E a explosão da tal bomba de hidrogênio? Pobre Faraday que de personagem-chave no meio do caminho se transformou em apenas mais uma alma perdida.
O DESFECHO de Lost foi preguiçoso por um motivo: qualquer dúvida que tenha ficado para trás, qualquer mistério sem explicação, qualquer personagem que não tenha tido seu desfecho pensado pelos roteiristas, qualquer peça fora do quebra-cabeça pode ser explicada em apenas três frases, uma de Desmond, uma de Kate e outra de Christian Shephard, o tal pastor cristão.
JÁ LÁ no episódio 16, Hurley pergunta a Desmond se Ana Lucia não vai com eles e Desmond responde: “Ela ainda não está pronta”. No episódio 18, Kate diz a Jack: ”Senti tanto a sua falta”. Por último, também no capítulo final, Christian fala a Jack: “Todos morrem, um dia. alguns morreram antes de você, outros muito depois. Não existe agora”. Christian ainda frisa que Jack precisava de todos e todos precisavam estar juntos “para seguir adiante”. As cenas acima e os diálogos foram bem pensados. Pensados para não deixar ponto sem nó. E, para uma série de TV que sempre prezou em esconder mistérios e símbolos, o vitral da igreja, que reunia todas as crenças e religiões, foi um total exagero.
QUALQUER pergunta que façamos, agora, a resposta está nas frases acima. Por que Aaron, que conseguiu sair da ilha, estava na igreja? Ah, já sei! Porque todos morrem um dia e o agora não existe. Ou seja, pode ter se passado muitos anos até que todos os personagens da igreja estivessem prontos para fazer a travessia para outra vida. Desmond sempre teve razão ao dizer: “Te vejo em outra vida, brother”. E, quem não estava na igreja, simplesmente ainda não estava pronto para fazer a tal travessia. Os personagens que perderam o rumo na história não foram simplesmente esquecidos pelos roteiristas. Eko, Nikki, Paulo, Artz, Ilana entre outros, simplesmente não estavam prontos.
MUITOS telespectadores ficaram com a dúvida se os sobreviventes morreram na queda do avião ou se a ilha foi real. Christian diz que a ilha foi real. Sob este ponto de vista, a ilha deve ser uma espécie de purgatório na Terra, um lugar em que as pessoas perdidas precisam completar suas missões antes de partirem para uma nova existência. Quem morreu na ilha, partiu no momento em que cumpriu essa tarefa e purificou sua alma. Já a realidade paralela é a ante-sala, digamos, do Paraíso. Ali, personagens como Jack, Sawyer, Hurley, Juliet tinham as vidas que sempre sonharam. Daí a insistência dos roteiristas de corrigir o termo realidade alternativa para realidade paralela.
PORÉM o mais divertido sobre todo esse desfecho da história de Lost é perceber que as pessoas que acompanhavam a série de TV sem perder um só episódio, discutiam teorias e divagavam sobre física e matemática, erraram tudo sobre a ilha. Já aquelas pessoas que pouco sabiam sobre Lost ou que assistiam esporadicamente apenas como entretenimento acertaram o desfecho. Afinal, sempre ouvi pessoas que não acompanhavam fervorosamente a série de TV afirmarem que “ah, eles estão todos mortos!”
MAS mesmo um pouco decepcionado não acho que desperdicei algumas horas da minha vida ao acompanhar Lost na TV e tentar criar teorias mirabolantes. Esta foi uma experiência única como telespectador, sem sombra de dúvidas.
CONFESSO que nutria a mais baixa expectativa para o epílogo daquela historia. Sabia que, de certa forma, seria decepcionante. Impossível satisfazer por completo o fã que acompanhou a saga na ilha por seis anos. Mas, enfim, havia jurado para mim mesmo que não seria muito exigente com Damon Lindelof caso o desfecho não me deixasse completamente feliz.
ENTRETANTO, o que eu não esperava é que Lindelof tivesse enganado os jornalistas especializados, os fãs e até Stephen King por tantos anos. Lembro-me que, lá no início da série, Lindelof já havia afirmado que os sobreviventes não estavam mortos e que purgatório não era a explicação para a série. Eu acreditei nele e passei seis anos afirmando a todos que sugeriam um destes dois desfechos que “não, eles não estão mortos nem no purgatório”. Bem, acreditei numa mentira e isso me chateou bastante. Fiquei mais chateado pela sustentação desta mentira por parte dos produtores do que pelo fim, digamos, preguiçoso da série.
E BEM antes que os fãs ardorosos me crucifiquem, o fim de Lost não foi de todo ruim. Teria sido melhor se os produtores não tivessem negado o desfecho espiritualista da trama nem tivessem jogado no lixo todas as teorias científicas que pipocaram em fóruns no ciberespaço. Afinal, para que toda a trama da viagem no tempo? E a explosão da tal bomba de hidrogênio? Pobre Faraday que de personagem-chave no meio do caminho se transformou em apenas mais uma alma perdida.
O DESFECHO de Lost foi preguiçoso por um motivo: qualquer dúvida que tenha ficado para trás, qualquer mistério sem explicação, qualquer personagem que não tenha tido seu desfecho pensado pelos roteiristas, qualquer peça fora do quebra-cabeça pode ser explicada em apenas três frases, uma de Desmond, uma de Kate e outra de Christian Shephard, o tal pastor cristão.
JÁ LÁ no episódio 16, Hurley pergunta a Desmond se Ana Lucia não vai com eles e Desmond responde: “Ela ainda não está pronta”. No episódio 18, Kate diz a Jack: ”Senti tanto a sua falta”. Por último, também no capítulo final, Christian fala a Jack: “Todos morrem, um dia. alguns morreram antes de você, outros muito depois. Não existe agora”. Christian ainda frisa que Jack precisava de todos e todos precisavam estar juntos “para seguir adiante”. As cenas acima e os diálogos foram bem pensados. Pensados para não deixar ponto sem nó. E, para uma série de TV que sempre prezou em esconder mistérios e símbolos, o vitral da igreja, que reunia todas as crenças e religiões, foi um total exagero.
QUALQUER pergunta que façamos, agora, a resposta está nas frases acima. Por que Aaron, que conseguiu sair da ilha, estava na igreja? Ah, já sei! Porque todos morrem um dia e o agora não existe. Ou seja, pode ter se passado muitos anos até que todos os personagens da igreja estivessem prontos para fazer a travessia para outra vida. Desmond sempre teve razão ao dizer: “Te vejo em outra vida, brother”. E, quem não estava na igreja, simplesmente ainda não estava pronto para fazer a tal travessia. Os personagens que perderam o rumo na história não foram simplesmente esquecidos pelos roteiristas. Eko, Nikki, Paulo, Artz, Ilana entre outros, simplesmente não estavam prontos.
MUITOS telespectadores ficaram com a dúvida se os sobreviventes morreram na queda do avião ou se a ilha foi real. Christian diz que a ilha foi real. Sob este ponto de vista, a ilha deve ser uma espécie de purgatório na Terra, um lugar em que as pessoas perdidas precisam completar suas missões antes de partirem para uma nova existência. Quem morreu na ilha, partiu no momento em que cumpriu essa tarefa e purificou sua alma. Já a realidade paralela é a ante-sala, digamos, do Paraíso. Ali, personagens como Jack, Sawyer, Hurley, Juliet tinham as vidas que sempre sonharam. Daí a insistência dos roteiristas de corrigir o termo realidade alternativa para realidade paralela.
PORÉM o mais divertido sobre todo esse desfecho da história de Lost é perceber que as pessoas que acompanhavam a série de TV sem perder um só episódio, discutiam teorias e divagavam sobre física e matemática, erraram tudo sobre a ilha. Já aquelas pessoas que pouco sabiam sobre Lost ou que assistiam esporadicamente apenas como entretenimento acertaram o desfecho. Afinal, sempre ouvi pessoas que não acompanhavam fervorosamente a série de TV afirmarem que “ah, eles estão todos mortos!”
MAS mesmo um pouco decepcionado não acho que desperdicei algumas horas da minha vida ao acompanhar Lost na TV e tentar criar teorias mirabolantes. Esta foi uma experiência única como telespectador, sem sombra de dúvidas.
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