Certa esquizofrenia dos números
NO MÊS de Julho, o fluxo cambial teve saldo positivo de US$ 1,279 bilhão, ante um saldo negativo de US$ 2,494 bilhões no mesmo mês de 2008, reflexo da melhoria que se verificou neste ano.
ENTRETANTO, essa diferença de um ano para o outro não se limita ao resultado final, mas se estende aos fatores que o produziram. Enquanto, no ano passado, a conta financeira mostrava déficit de US$ 5,130 bilhões, em julho deste ano o superávit foi de US$ 4,103 bilhões e - fato pouco usual - a conta comercial apresentou déficit pelo segundo mês consecutivo, agora de US$ 2,833 bilhões, ao passo que, no ano passado, houve déficit apenas em dezembro, em valor muito reduzido (US$ 119 milhões).
TAL mudança pode parecer curiosa. É altamente positivo o superávit das contas financeiras, pois mostra a normalização das entradas de capitais - investimentos diretos estrangeiros, operações bolsistas e outras. De fato, a partir de junho os ingressos de capitais voltaram a se aproximar da média mensal registrada em 2008, enquanto as saídas continuaram abaixo dessa média.
A EVOLUÇÃO das contas comerciais é mais estranha. É evidente que a valorização do real ante o dólar pode ter contribuído para uma queda das exportações e um aumento das importações. A balança comercial (dados aduaneiros) mostra, para os sete primeiros meses do ano, uma queda de 23,8% das exportações e de 29,9% para as importações. No caso dos fluxos de câmbio, temos uma queda de 28,6%, para as exportações, e de 29,8%, para as importações. A maior diferença está no caso das exportações.
OS RESULTADOS dos dois últimos meses, no que se refere às exportações, têm de fato uma explicação: os exportadores, a partir de junho, acharam mais interessante não internar suas receitas, mas sim depositá-las no exterior - como, aliás, foi autorizado neste ano, utilizando esses recursos seja para pagar suas despesas lá fora (incluindo despesas com juros), seja para pedir financiamentos, que então puderam obter a um custo menor do que aqui dentro, com base nos depósitos.
DE FATO, verificou-se nos últimos meses um certo desinteresse das empresas em obter, no Brasil, financiamentos para o comércio exterior. O Banco Central (BC), a nossa autoridade monetário nacional, que havia substituído os bancos comerciais na realização dessas operações, foi reembolsado quando o custo dos Adiantamentos de Contrato de Câmbio (ACCs) foi reduzido de 4% mais Libor para 1,2% mais Libor.
ENTRETANTO, essa diferença de um ano para o outro não se limita ao resultado final, mas se estende aos fatores que o produziram. Enquanto, no ano passado, a conta financeira mostrava déficit de US$ 5,130 bilhões, em julho deste ano o superávit foi de US$ 4,103 bilhões e - fato pouco usual - a conta comercial apresentou déficit pelo segundo mês consecutivo, agora de US$ 2,833 bilhões, ao passo que, no ano passado, houve déficit apenas em dezembro, em valor muito reduzido (US$ 119 milhões).
TAL mudança pode parecer curiosa. É altamente positivo o superávit das contas financeiras, pois mostra a normalização das entradas de capitais - investimentos diretos estrangeiros, operações bolsistas e outras. De fato, a partir de junho os ingressos de capitais voltaram a se aproximar da média mensal registrada em 2008, enquanto as saídas continuaram abaixo dessa média.
A EVOLUÇÃO das contas comerciais é mais estranha. É evidente que a valorização do real ante o dólar pode ter contribuído para uma queda das exportações e um aumento das importações. A balança comercial (dados aduaneiros) mostra, para os sete primeiros meses do ano, uma queda de 23,8% das exportações e de 29,9% para as importações. No caso dos fluxos de câmbio, temos uma queda de 28,6%, para as exportações, e de 29,8%, para as importações. A maior diferença está no caso das exportações.
OS RESULTADOS dos dois últimos meses, no que se refere às exportações, têm de fato uma explicação: os exportadores, a partir de junho, acharam mais interessante não internar suas receitas, mas sim depositá-las no exterior - como, aliás, foi autorizado neste ano, utilizando esses recursos seja para pagar suas despesas lá fora (incluindo despesas com juros), seja para pedir financiamentos, que então puderam obter a um custo menor do que aqui dentro, com base nos depósitos.
DE FATO, verificou-se nos últimos meses um certo desinteresse das empresas em obter, no Brasil, financiamentos para o comércio exterior. O Banco Central (BC), a nossa autoridade monetário nacional, que havia substituído os bancos comerciais na realização dessas operações, foi reembolsado quando o custo dos Adiantamentos de Contrato de Câmbio (ACCs) foi reduzido de 4% mais Libor para 1,2% mais Libor.
<< Página inicial