Sensibilidade e independência
A ATA da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom)realizada nos dias 9 e 10 de junho, em que pela primeira vez a taxa Selic caiu para um dígito (9,25%), reflete uma mudança importante na atitude das autoridades monetárias.
O FATO de ter tomado uma decisão corajosa, ao reduzir de um ponto porcentual a taxa básica, em si já representa um grande progresso. O Copom nasceu num período de hiperinflação, que exigia taxa básica muito alta. Não tinha tido, ainda, a ousadia de reduzi-la a um valor suficiente para que, com diminutos aumentos ou reduções, obtivesse os efeitos desejados na condução da política monetária. Quando a taxa básica é elevada, o porcentual do aumento que se deve fazer para obter efeito na contenção da inflação é maior do que aquele que se faria sendo ela mais baixa. Por outro lado, uma taxa de referência muito alta servia de pretexto para os bancos fixarem taxas efetivas também altas.
EMBORA A ATA advirta que terá de reduzir a política de flexibilidade, não descarta novas reduções da taxa Selic.
UMA OUTRA novidade é a sensibilidade mostrada em relação à conjuntura. As autoridades insistiram sempre que agiam apenas em função da meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Mas nesta Ata se dá atenção à conjuntura. É possível que isso se deva a uma perspectiva de inflação abaixo do centro da meta, para este ano e para o próximo.
NATURALMENTE, não se afasta a possibilidade de um novo aumento da taxa Selic se houver, por exemplo, crescimento maior do que o previsto da demanda doméstica, elevação do preço das commodities ou desvalorização da taxa cambial. Aliás, o mercado futuro do CDI, com queda para os títulos curtos e elevação para os de maior prazo, parece levar em conta essa possibilidade.
TODAVIA, a partir de agora, podemos imaginar que as autoridades monetárias levarão em conta, muito mais do que no passado, a evolução da conjuntura econômica. Nesse sentido, é interessante notar o que dizem no seguinte trecho: "A retomada da atividade depende de forma importante da evolução da massa salarial real e dos efeitos dos incrementos das transferências governamentais que devem ocorrer neste ano, mas deverá ser beneficiada também pela gradual distensão das condições financeiras".
ME PARECE que o Copom ficou mais sensível às críticas dos meios empresariais, sem, todavia, renunciar à sua habitual independência.
O FATO de ter tomado uma decisão corajosa, ao reduzir de um ponto porcentual a taxa básica, em si já representa um grande progresso. O Copom nasceu num período de hiperinflação, que exigia taxa básica muito alta. Não tinha tido, ainda, a ousadia de reduzi-la a um valor suficiente para que, com diminutos aumentos ou reduções, obtivesse os efeitos desejados na condução da política monetária. Quando a taxa básica é elevada, o porcentual do aumento que se deve fazer para obter efeito na contenção da inflação é maior do que aquele que se faria sendo ela mais baixa. Por outro lado, uma taxa de referência muito alta servia de pretexto para os bancos fixarem taxas efetivas também altas.
EMBORA A ATA advirta que terá de reduzir a política de flexibilidade, não descarta novas reduções da taxa Selic.
UMA OUTRA novidade é a sensibilidade mostrada em relação à conjuntura. As autoridades insistiram sempre que agiam apenas em função da meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Mas nesta Ata se dá atenção à conjuntura. É possível que isso se deva a uma perspectiva de inflação abaixo do centro da meta, para este ano e para o próximo.
NATURALMENTE, não se afasta a possibilidade de um novo aumento da taxa Selic se houver, por exemplo, crescimento maior do que o previsto da demanda doméstica, elevação do preço das commodities ou desvalorização da taxa cambial. Aliás, o mercado futuro do CDI, com queda para os títulos curtos e elevação para os de maior prazo, parece levar em conta essa possibilidade.
TODAVIA, a partir de agora, podemos imaginar que as autoridades monetárias levarão em conta, muito mais do que no passado, a evolução da conjuntura econômica. Nesse sentido, é interessante notar o que dizem no seguinte trecho: "A retomada da atividade depende de forma importante da evolução da massa salarial real e dos efeitos dos incrementos das transferências governamentais que devem ocorrer neste ano, mas deverá ser beneficiada também pela gradual distensão das condições financeiras".
ME PARECE que o Copom ficou mais sensível às críticas dos meios empresariais, sem, todavia, renunciar à sua habitual independência.
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