O pesadelo da mulher perfeita
RIO DAS OSTRAS (RJ) - COMÉDIA como gênero cinematográfico costuma ser um terreno movediço. O filme "A Mulher Invisível", (GLOBOFILMES) que estreou nas salas de Cinema país na última Sexta-feira, 05, é uma prova disso. O diretor e roteirista Cláudio Torres deve achar seu filme engraçado, mas "A Mulher Invisível", protagonizado pelo excelente ator Selton Mello (TV GLOBO), ao lado dos bons atores Maria Manoella, Luana Piovanni e Vladmir Brichta (TV GLOBO) em personagens coadjuvantes, mais parece um piloto para comédias de situação roterizadas e produzidas para a TV, como boa parte da produção cômica nacional que chega aos cinemas.
FILHO da atriz Fernanda Montenegro (TV GLOBO) e do saudoso ator e diretor Fernando Torres; Cláudio Torres estreou na direção de filmes de longa-metragem em 2004 com a comédia de humor negro "Redentor" (GLOBOFILMES). O filme, uma sátira ao Brasil do vale-tudo, tinha um humor ácido, um visual apurado e uma boa pegada crítica. No ano passado, ele lançou "A Mulher do Meu Amigo", uma comédia de erros, cujo maior equívoco foi ter sido produzida.
A PARTIR de um roteiro assinado pelo próprio Cláudio Torres com a colaboração da escritora e roteirista Adriana Falcão, da atriz Maria Luiza Mendonça e do roteirista Cláudio Paiva (ambos da TV GLOBO), Torres tenta fazer comédia a partir da fantasia. Pedro (Selton Mello) leva um fora de sua mulher (Maria Luiza Mendonça, numa pequena participação) e inventa uma "mulher ideal", Amanda (Luana Piovani), que só existe em sua imaginação.
O PRIMEIRO ato de “A Mulher Invisível” é o relacionamento de sonho entre Pedro e Amanda. Seu melhor amigo (Vladimir Brichta) começa a desconfiar que ela não exista, o que, mais tarde, leva Pedro a também questionar a existência da moça. Mas, na verdade, o filme não é sobre ele, nem sobre ela. A verdadeira mulher invisível do título é Vitória (Maria Manoella).
VITÓRIA É uma vizinha apaixonada por Pedro que ficou viúva recentemente e há tempos ouve as conversas dele através da parede. Mas Pedro nunca a notou, seja no elevador ou no corredor do prédio. É como se ela não existisse.
MAS SE "A Mulher Invisível" se assumisse como um filme sobre Vitória, talvez tivesse mais a oferecer e explorar, até porque ela é a personagem mais interessante e Maria Manoella, a atriz mais talentosa em cena.
EM UMA das primeiras cenas, a música "A Woman Left Lonely", na voz de Janis Joplin, ilustra bem o estado emocional de Vitória, mas sua exaustiva repetição é sinal de que as idéias já se esgotaram. Vitória é aquela mulher solitária e tímida que tenta conquistar o vizinho, mas, quando finalmente toma coragem, ele já enlouqueceu, tentando se livrar da figura de Amanda, mesmo que ela só exista em sua cabeça.
EM “A MULHER INVISÍVEL”, o ótimo ator Selton Mello está irreconhecível e parece atuar no piloto automático, sem o carisma que mostrou em produções como "O Auto da Compadecida", desempenhando um tipo que poderia ser engraçado, ou minimamente simpático, mas que acaba sendo irritante com tanta neurose.
A BELA atriz Luana Piovani, que confunde comédia com histeria (a personagem fica berrando boa parte do filme), se acomoda na sua persona de mulher sensual e acredita que isso basta para compor a personagem. O filme ganha quando ela sai de cena e a personagem Vitória cresce.
RESPONSÃVEL por filmes tão diferentes quando "2 Filhos de Francisco" (2005), "Eu, Tu, Eles" (2000) e "Xuxa em Sonho de Menina" (2007), a co-produtora Conspiração imprime em "A Mulher Invisível" seu selo de qualidade técnica, o que acaba sendo pouco, diante do conteúdo irregular de “A Mulher Invisível”.
FILHO da atriz Fernanda Montenegro (TV GLOBO) e do saudoso ator e diretor Fernando Torres; Cláudio Torres estreou na direção de filmes de longa-metragem em 2004 com a comédia de humor negro "Redentor" (GLOBOFILMES). O filme, uma sátira ao Brasil do vale-tudo, tinha um humor ácido, um visual apurado e uma boa pegada crítica. No ano passado, ele lançou "A Mulher do Meu Amigo", uma comédia de erros, cujo maior equívoco foi ter sido produzida.
A PARTIR de um roteiro assinado pelo próprio Cláudio Torres com a colaboração da escritora e roteirista Adriana Falcão, da atriz Maria Luiza Mendonça e do roteirista Cláudio Paiva (ambos da TV GLOBO), Torres tenta fazer comédia a partir da fantasia. Pedro (Selton Mello) leva um fora de sua mulher (Maria Luiza Mendonça, numa pequena participação) e inventa uma "mulher ideal", Amanda (Luana Piovani), que só existe em sua imaginação.
O PRIMEIRO ato de “A Mulher Invisível” é o relacionamento de sonho entre Pedro e Amanda. Seu melhor amigo (Vladimir Brichta) começa a desconfiar que ela não exista, o que, mais tarde, leva Pedro a também questionar a existência da moça. Mas, na verdade, o filme não é sobre ele, nem sobre ela. A verdadeira mulher invisível do título é Vitória (Maria Manoella).
VITÓRIA É uma vizinha apaixonada por Pedro que ficou viúva recentemente e há tempos ouve as conversas dele através da parede. Mas Pedro nunca a notou, seja no elevador ou no corredor do prédio. É como se ela não existisse.
MAS SE "A Mulher Invisível" se assumisse como um filme sobre Vitória, talvez tivesse mais a oferecer e explorar, até porque ela é a personagem mais interessante e Maria Manoella, a atriz mais talentosa em cena.
EM UMA das primeiras cenas, a música "A Woman Left Lonely", na voz de Janis Joplin, ilustra bem o estado emocional de Vitória, mas sua exaustiva repetição é sinal de que as idéias já se esgotaram. Vitória é aquela mulher solitária e tímida que tenta conquistar o vizinho, mas, quando finalmente toma coragem, ele já enlouqueceu, tentando se livrar da figura de Amanda, mesmo que ela só exista em sua cabeça.
EM “A MULHER INVISÍVEL”, o ótimo ator Selton Mello está irreconhecível e parece atuar no piloto automático, sem o carisma que mostrou em produções como "O Auto da Compadecida", desempenhando um tipo que poderia ser engraçado, ou minimamente simpático, mas que acaba sendo irritante com tanta neurose.
A BELA atriz Luana Piovani, que confunde comédia com histeria (a personagem fica berrando boa parte do filme), se acomoda na sua persona de mulher sensual e acredita que isso basta para compor a personagem. O filme ganha quando ela sai de cena e a personagem Vitória cresce.
RESPONSÃVEL por filmes tão diferentes quando "2 Filhos de Francisco" (2005), "Eu, Tu, Eles" (2000) e "Xuxa em Sonho de Menina" (2007), a co-produtora Conspiração imprime em "A Mulher Invisível" seu selo de qualidade técnica, o que acaba sendo pouco, diante do conteúdo irregular de “A Mulher Invisível”.
<< Página inicial