Notas do Pinheiro

Jornalismo Analítico

domingo, março 08, 2009

A batalha delas

RIO DE JANEIRO - Neste Domingão ensolarado de mais um Março que encerra o nosso verão, a Mulher tem muitas conquistas a serem comemoradas e devidamente relembradas, mas também um longo caminho a ser percorrido em busca da igualdade e de uma vida mais digna.


Segundo as estatísticas indicam elas somam hoje, 67,6 milhões, mais da metade, portanto, do universo de 130,6 milhões de eleitores do País. Em Minas Gerais, dos pouco mais de 14 milhões de eleitores, 51,26% são mulheres; Em BH, elas representam 53,79% do eleitorado.


Entretanto, a sua representatividade permanece pequena. Basta um olhar para os números das últimas eleições. Dos 2.214 candidatos a prefeito, por exemplo, apenas 171 eram mulheres, e somente 50 se elegeram. Certo está que aquelas que conquistam espaço no universo dominado pelo sexo oposto costumam trabalhar em busca de benefícios para a parcela feminina da população. Porém, ainda há muito a ser feito, como demonstram as pesquisas oficiais.



Na verdade, o País vive hoje a chamada feminilização da pobreza. A cada ano, elas assumem mais o posto de chefes de família, sem cônjuges e com filhos para criar. Compõem o tipo de mulher mais vulnerável no mercado de trabalho, com os piores índices de inserção, os empregos mais precários e os menores rendimentos. Na maioria das vezes, são mulheres que sequer contribuem com a Previdência Social e que não vão conseguir se aposentar.



E quando o tema é a violência doméstica, então, aí é que se vê que no Brasil ainda engatinhamos na questão dos direitos femininos. Balanço divulgado pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) mostra que em 2008 o número de denúncias de casos de agressões ou ameaças à mulher no país totalizou 25,5 mil, ante 20 mil em 2007, um crescimento de 27,5%.




No momento em que os olhos do País se dirigem a uma provável candidata à Presidência da República em 2010, tempo de rever as políticas públicas voltadas, principalmente, para as brasileiras carentes, espancadas, violentadas de todas as formas pela miséria.