Notas do Pinheiro

Jornalismo Analítico

sábado, março 07, 2009

Ameaça silenciosa

RIO DE JANEIRO - Belo Horizonte integra a lista de localidades do País sob a ameaça de surtos da doença neste ano, conforme divulgou esta semana o ministro de Estado da Saúde, José Gomes Temporão (PMDB-RJ). Pela sua avaliação, a situação aqui, no Estado da Bahia, no Acre e na Região Metropolitana de Vitória (ES) é crítica.




Basta uma simples análise dos casos da enfermidade em Minas Gerais, que passaram de 3.500, entre 1º de janeiro e 13 de fevereiro de 2008, para 5.560 no mesmo período deste ano, levam à constatação da gravidade do problema, que pede soluções pontuais não somente do poder público, mas, essencialmente, da própria população da Capital Mineira.



Curioso é que, não obstante os investimentos para a prevenção da dengue e os resultados positivos das ações governamentais em vários estados, que registraram significativa queda, em torno dos 40%, nos números de infectados pelo mosquito aedes aegypti, por aqui a realidade é outra.




E, para conter a ameaça de um surto de grande dimensão, diante do alto número de casos a serem confirmados, vale a estratégia recomendada pelo próprio Governo, a de se evitar mais mortes provocadas pela forma mais grave da doença por meio do diagnóstico precoce.



É claro que o sucesso das medidas de prevenção depende da mobilização da sociedade. Como o mosquito transmissor é essencialmente doméstico, o combate passa, obrigatoriamente, pela conscientização dos moradores não somente das áreas mais afetadas, mas, de resto, de toda a Belo Horizonte.




O período mais crítico da dengue começa justamente agora. Por isto mesmo, apesar de muitas regiões do país terem colhido os bons resultados de suas ações na guerra contra a doença, Belo Horizonte não pode, de forma alguma, relaxar nas medidas preventivas. Pelo menos até o mês de maio faz-se necessária a intensificação de medidas com o objetivo de reduzir os criadouros do mosquito.




Em muitas regiões, a mudança de gestores ocasionada pelas eleições municipais de outubro do ano passado está sendo apontada como um dos motivos para o recrudescimento da dengue. Por aqui, entretanto, com uma transição amigável na Administração Municipal de Belo Horizonte, a falha no combate ao mosquito aedes aegypti pode ser explicada pelo simples relaxamento das pessoas, o que tem de ser mudado, urgentemente.