O “consenso” político do Copom
SÃO PAULO (SP) - LENDO a Ata da 149.ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) é possível afirmar – esta foi a Ata mais clara já divulgada -, é unânime, entre seus membros, a opinião quanto à necessidade de elevar a Taxa Selic. A discordância foi sobre qual seria o momento oportuno - se na reunião encerrada na última Quarta-feira, 24, ou na próxima reunião, do próximo dia 27 de Abril. Faltou uma explicação para o adiamento da decisão, que levanta a suspeita de que foi tipicamente política - fator que até agora não sensibilizava os membros do Copom.
O DOCUMENTO divulgado foi bem claro: "Houve consenso entre os membros do Comitê quanto à necessidade de se implementar um ajuste da taxa básica de juros, de forma a conter o descompasso entre o ritmo de expansão da demanda doméstica e a capacidade produtiva da economia".
ENTRETANTO, apenas três dos oito membros do Copom foram favoráveis a aumentar a Selic já. Além do fator político, é normal que se busque alguma outra explicação para esse adiamento da decisão. O parágrafo 15 da Ata nos dá uma ideia de como o "consenso" em favor do aumento acabou sendo minoritário.
ENTRE as hipóteses de trabalho, faz-se referência à meta de 3,3% do PIB para o superávit primário, admitindo-se que seja reduzido em até 1,12 ponto porcentual, em razão dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas admite-se que, em 2011, se retorne, sem ajuste, ao patamar de 3,3% do PIB. Parece que isso foi um compromisso do vosso presidente da República, Luiz Inácio da Silva (PT-SP), com o presidente do BC, Henrique Meirelles (PMDB-GO) para conseguir um adiamento da elevação da Taxa Selic. As autoridades monetárias vão observar a possibilidade de atingir a meta de 2010, o que permitiria voltar à plena contenção dos gastos em 2011, embora o compromisso tenha sido assumido por um presidente que em 2011 não estará mais no poder.
MESMO que se consiga cumprir a meta para 2010, existem outras hipóteses que poderão não se realizar. A taxa cambial poderá ser ligeiramente desvalorizada com as medidas tomadas pelo BC, o que pode aumentar a pressão inflacionista e atrasar o processo de aumento dos investimentos produtivos. O Congresso Nacional, nesse período eleitoral, atua com certa irresponsabilidade para aumentar artificialmente o poder aquisitivo da população, elevando a pressão da demanda sobre os preços.
CONTUDO não se pode imaginar que na próxima reunião do Copom não se decida por uma elevação da Taxa Selic. Só uma mudança importante na composição dos membros do Copom poderá obstar a decisão. Seria uma violência contra a independência do BC.
O DOCUMENTO divulgado foi bem claro: "Houve consenso entre os membros do Comitê quanto à necessidade de se implementar um ajuste da taxa básica de juros, de forma a conter o descompasso entre o ritmo de expansão da demanda doméstica e a capacidade produtiva da economia".
ENTRETANTO, apenas três dos oito membros do Copom foram favoráveis a aumentar a Selic já. Além do fator político, é normal que se busque alguma outra explicação para esse adiamento da decisão. O parágrafo 15 da Ata nos dá uma ideia de como o "consenso" em favor do aumento acabou sendo minoritário.
ENTRE as hipóteses de trabalho, faz-se referência à meta de 3,3% do PIB para o superávit primário, admitindo-se que seja reduzido em até 1,12 ponto porcentual, em razão dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas admite-se que, em 2011, se retorne, sem ajuste, ao patamar de 3,3% do PIB. Parece que isso foi um compromisso do vosso presidente da República, Luiz Inácio da Silva (PT-SP), com o presidente do BC, Henrique Meirelles (PMDB-GO) para conseguir um adiamento da elevação da Taxa Selic. As autoridades monetárias vão observar a possibilidade de atingir a meta de 2010, o que permitiria voltar à plena contenção dos gastos em 2011, embora o compromisso tenha sido assumido por um presidente que em 2011 não estará mais no poder.
MESMO que se consiga cumprir a meta para 2010, existem outras hipóteses que poderão não se realizar. A taxa cambial poderá ser ligeiramente desvalorizada com as medidas tomadas pelo BC, o que pode aumentar a pressão inflacionista e atrasar o processo de aumento dos investimentos produtivos. O Congresso Nacional, nesse período eleitoral, atua com certa irresponsabilidade para aumentar artificialmente o poder aquisitivo da população, elevando a pressão da demanda sobre os preços.
CONTUDO não se pode imaginar que na próxima reunião do Copom não se decida por uma elevação da Taxa Selic. Só uma mudança importante na composição dos membros do Copom poderá obstar a decisão. Seria uma violência contra a independência do BC.
<< Página inicial