Ninho de intrigas
Há poucos dias, foi o governador José Serra quem levou a melhor, ao cooptar seu antigo desafeto no PSDB, o ex-governador Geraldo Alckmin, até então próximo de Aécio. Ontem, mal passada a comemoração de Serra, foi a vez de Aécio dar o troco, com a reeleição do deputado José Aníbal para a liderança do PSDB na Câmara, contra a vontade de José Serra e, de quebra, também do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Tudo bem que José Aníbal, de alguma forma, representa os interesses de São Paulo, paulista que é. Mas não era ele o candidato de José Serra, que torcia para o deputado Paulo Renato, ex-ministro da Educação do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Na verdade, a liderança do partido na Câmara, segundo acerto entre Aécio e Serra, ficaria com São Paulo, com a primeira secretaria da Mesa Diretora sendo destinada a Minas Gerais. Essa preliminar quase foi derrubada, com o deputado Eduardo Gomes, de Tocantins, saltando na frente de Rafael Guerra com o argumento de que o cargo seria do PSDB, mas não necessariamente de Minas.
O governador Aécio Neves teve que endurecer o jogo e na hora apropriada, bem ao estilo do seu avô, chamou Eduardo a Belo Horizonte e conseguiu que ele cedesse em favor de Guerra. Com isso, ficou acertado definitivamente que a liderança, até então exercida pelo paulista José Aníbal, ficaria com São Paulo. Na hora de a onça beber água, Serra botou sua tropa de choque em campo, mandando até um secretário seu deixar o cargo e assumir o mandato em Brasília. Tudo para derrotar José Aníbal, tido pelos paulistas como mais chegado à visão política de Aécio do que à de Serra. Na reunião da bancada, anteontem, o tempo quase fechou, com três dos oito deputados mineiros tendendo a votar contra José Aníbal. Aécio, mais uma vez, endureceu e colocou os três rebeldes na linha, dando a totalidade dos votos de Minas para José Aníbal.
Resultado: José Aníbal foi reeleito por 36 votos, numa bancada de 58. Pior para José Serra que, derrotado, não soube conter a parte vencida, que ontem se rebelou contra Aníbal. Com efeito, 19 dos 21 rebeldes serristas divulgaram ontem um manifesto em que chamam de “golpe” a vitória de José Aníbal, ameaçando ainda não obedecer a sua liderança. E com isso o PSDB mostrou que está rachado não apenas na disputa para a Presidência da República, mas também na sua bancada de deputados. Curioso é que a mídia paulista, sempre cáustica com Aécio, não consegue ver a crise que se instala no ninho tucano, ou a ameniza como se a vitória de Aníbal e a rebelião dos derrotados fosse uma coisa corriqueira, enquanto acendem seus holofotes, por exemplo, para o fato de o PMDB ocupar o comando da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, atribuindo isso a uma derrota do vosso presidente da República.
Aliás, já na disputa para a presidência do Senado também apareceu a queda de braço entre os governadores José Serra e Aécio Neves. Serra mandou a bancada do PSDB votar no petista Tião Viana e Aécio pôs suas fichas no ex-presidente José Sarney. Serra perdeu com Tião. Aécio, ligado a Sarney desde a formação da chapa Tancredo-Sarney, ganhou mas preferiu ficar na muda, para agora dar o troco com a reeleição de José Aníbal.
Como disse, vai ser assim, daqui até quando o PSDB decidir quem irá representá-lo na disputa pela Presidência da República. E nessa toada o melhor que José Serra poderá fazer é tentar ganhar de Aécio com o cuidado necessário para não pisar nos calos do governador mineiro. Como disse Segunda-feira,02, em seu discurso de posse na Assembléia o deputado Alberto Pinto Coelho, num recado para além das Gerais: Minas não quer ser apenas coadjuvante nessa caminhada para o Palácio do Planalto. Pinto Coelho sabe do que está falando: 86% dos mineiros querem um conterrâneo disputando a Presidência da República e, claro, não aceitam que o Palácio da Liberdade, símbolo do poder em Minas, ao longo do tempo, seja tratado como uma tapera caiçara.
Tudo bem que José Aníbal, de alguma forma, representa os interesses de São Paulo, paulista que é. Mas não era ele o candidato de José Serra, que torcia para o deputado Paulo Renato, ex-ministro da Educação do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Na verdade, a liderança do partido na Câmara, segundo acerto entre Aécio e Serra, ficaria com São Paulo, com a primeira secretaria da Mesa Diretora sendo destinada a Minas Gerais. Essa preliminar quase foi derrubada, com o deputado Eduardo Gomes, de Tocantins, saltando na frente de Rafael Guerra com o argumento de que o cargo seria do PSDB, mas não necessariamente de Minas.
O governador Aécio Neves teve que endurecer o jogo e na hora apropriada, bem ao estilo do seu avô, chamou Eduardo a Belo Horizonte e conseguiu que ele cedesse em favor de Guerra. Com isso, ficou acertado definitivamente que a liderança, até então exercida pelo paulista José Aníbal, ficaria com São Paulo. Na hora de a onça beber água, Serra botou sua tropa de choque em campo, mandando até um secretário seu deixar o cargo e assumir o mandato em Brasília. Tudo para derrotar José Aníbal, tido pelos paulistas como mais chegado à visão política de Aécio do que à de Serra. Na reunião da bancada, anteontem, o tempo quase fechou, com três dos oito deputados mineiros tendendo a votar contra José Aníbal. Aécio, mais uma vez, endureceu e colocou os três rebeldes na linha, dando a totalidade dos votos de Minas para José Aníbal.
Resultado: José Aníbal foi reeleito por 36 votos, numa bancada de 58. Pior para José Serra que, derrotado, não soube conter a parte vencida, que ontem se rebelou contra Aníbal. Com efeito, 19 dos 21 rebeldes serristas divulgaram ontem um manifesto em que chamam de “golpe” a vitória de José Aníbal, ameaçando ainda não obedecer a sua liderança. E com isso o PSDB mostrou que está rachado não apenas na disputa para a Presidência da República, mas também na sua bancada de deputados. Curioso é que a mídia paulista, sempre cáustica com Aécio, não consegue ver a crise que se instala no ninho tucano, ou a ameniza como se a vitória de Aníbal e a rebelião dos derrotados fosse uma coisa corriqueira, enquanto acendem seus holofotes, por exemplo, para o fato de o PMDB ocupar o comando da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, atribuindo isso a uma derrota do vosso presidente da República.
Aliás, já na disputa para a presidência do Senado também apareceu a queda de braço entre os governadores José Serra e Aécio Neves. Serra mandou a bancada do PSDB votar no petista Tião Viana e Aécio pôs suas fichas no ex-presidente José Sarney. Serra perdeu com Tião. Aécio, ligado a Sarney desde a formação da chapa Tancredo-Sarney, ganhou mas preferiu ficar na muda, para agora dar o troco com a reeleição de José Aníbal.
Como disse, vai ser assim, daqui até quando o PSDB decidir quem irá representá-lo na disputa pela Presidência da República. E nessa toada o melhor que José Serra poderá fazer é tentar ganhar de Aécio com o cuidado necessário para não pisar nos calos do governador mineiro. Como disse Segunda-feira,02, em seu discurso de posse na Assembléia o deputado Alberto Pinto Coelho, num recado para além das Gerais: Minas não quer ser apenas coadjuvante nessa caminhada para o Palácio do Planalto. Pinto Coelho sabe do que está falando: 86% dos mineiros querem um conterrâneo disputando a Presidência da República e, claro, não aceitam que o Palácio da Liberdade, símbolo do poder em Minas, ao longo do tempo, seja tratado como uma tapera caiçara.
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